Apesar do alto custo, viagem pode ser parcelada em até 24 vezes
Países como Gana, Nigéria e Namíbia não estão nas listas de destinos turísticos mais procurados do mundo. No entanto, eles vêm chamando cada vez mais a atenção de brasileiros que desejam unir a vontade de viajar com a oportunidade de ajudar. É o intercâmbio voluntário, um segmento que cresceu entre 35% e 50% no Brasil desde o último ano, segundo levantamento do R7 com três empresas do setor.
Na viagem, o intercambista se propõe a trabalhar em projetos sociais, humanitários ou de preservação da natureza em troca de conhecer um novo país e sua cultura. Atualmente, cerca de 20 países recebem voluntários brasileiros. Entre eles estão Albânia, Marrocos, Turquia e a África do Sul, um dos mais procurados atualmente.
A jornalista Regina Maia, de 30 anos, escolheu passar um mês trabalhando em uma creche com crianças pobres no país sede da Copa do Mundo de 2010. Ela já conheceu França, Espanha, Inglaterra e vários outros países. Regina diz que o país africano foi o mais surpreendente, pois esperava encontrar um lugar bem mais desorganizado e violento. E o que encontrou foi um povo alegre e muito receptivo.
- A viagem à África do Sul foi a melhor que já fiz. Pretendo voltar em breve, se possível para acompanhar a formatura das crianças.
Viajar dessa maneira já é comum em países da Europa, os maiores “exportadores” de voluntários. Apesar do crescimento, o Brasil ainda não compete em número de voluntários com os países desenvolvidos, afirma Gisele Mainardi, gerente de estágios da CI (Central de Intercâmbio).
Um dos obstáculos é o custo da viagem. Apesar de o voluntário estar prestando um serviço, ele deve arcar com todos os gastos de passagem, acomodação e alimentação. Por isso, quem faz intercâmbio “solidário” costuma pertencer às classes sociais mais ricas.
Os valores podem variar bastante, mas, no geral, a viagem “solidária” mais barata não sai por menos de R$ 1.600. O preço inclui passagem aérea, comida, seguro saúde e lazer. Por esse valor é possível passar duas semanas fazendo trabalho voluntário no Peru. Quem optar por lugares mais distantes e por um tempo mais longo terá que pagar mais. Ir à Índia ou a países africanos, por exemplo, saí em média R$ 4.500 por mês.
Apesar do preço alto, algumas empresas que oferecem esse tipo de serviço costumam parcelar a viagem em até 24 vezes. Além disso, uma porcentagem do valor pago é destinada a ajudar a instituição onde o voluntário trabalhará.
Currículo
Um dos motivos para o crescimento do intercâmbio voluntário é o peso da experiência no mercado de trabalho. Para Emília Miguel, gerente da agência Experimento, essa é uma forma de o candidato mostrar que é qualificado – no caso de uma empresa exigir fluência em algum idioma - e que tem preocupações sociais.
Apesar disso, Bruna Dias, gerente de carreiras da Cia de Talentos afirma que o mais importante é ter claro qual é a razão da viagem.
- A experiência conta, mas não adianta falar que fez o intercâmbio voluntário só porque era legal ou porque era bom para o currículo. É preciso que a experiência tenha sido por convicção.
ONU e Médicos Sem Fronteiras
Ao contrário do que se imagina, entidades como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a Médicos Sem Fronteiras não pagam a viagem e não cobrem gastos de pessoas que desejam trabalhar de forma voluntária em áreas necessitadas.
Procuradas pelo R7, as instituições dizem que, justamente por atuarem em áreas de risco e por exigirem pessoas qualificadas, quem trabalha nessas organizações o faz de maneira remunerada - como funcionário - e não como voluntário.
*Colaborou Nelly Bacovic, estagiária do R7
Países como Gana, Nigéria e Namíbia não estão nas listas de destinos turísticos mais procurados do mundo. No entanto, eles vêm chamando cada vez mais a atenção de brasileiros que desejam unir a vontade de viajar com a oportunidade de ajudar. É o intercâmbio voluntário, um segmento que cresceu entre 35% e 50% no Brasil desde o último ano, segundo levantamento do R7 com três empresas do setor.
Na viagem, o intercambista se propõe a trabalhar em projetos sociais, humanitários ou de preservação da natureza em troca de conhecer um novo país e sua cultura. Atualmente, cerca de 20 países recebem voluntários brasileiros. Entre eles estão Albânia, Marrocos, Turquia e a África do Sul, um dos mais procurados atualmente.
A jornalista Regina Maia, de 30 anos, escolheu passar um mês trabalhando em uma creche com crianças pobres no país sede da Copa do Mundo de 2010. Ela já conheceu França, Espanha, Inglaterra e vários outros países. Regina diz que o país africano foi o mais surpreendente, pois esperava encontrar um lugar bem mais desorganizado e violento. E o que encontrou foi um povo alegre e muito receptivo.
- A viagem à África do Sul foi a melhor que já fiz. Pretendo voltar em breve, se possível para acompanhar a formatura das crianças.
Viajar dessa maneira já é comum em países da Europa, os maiores “exportadores” de voluntários. Apesar do crescimento, o Brasil ainda não compete em número de voluntários com os países desenvolvidos, afirma Gisele Mainardi, gerente de estágios da CI (Central de Intercâmbio).
Um dos obstáculos é o custo da viagem. Apesar de o voluntário estar prestando um serviço, ele deve arcar com todos os gastos de passagem, acomodação e alimentação. Por isso, quem faz intercâmbio “solidário” costuma pertencer às classes sociais mais ricas.
Os valores podem variar bastante, mas, no geral, a viagem “solidária” mais barata não sai por menos de R$ 1.600. O preço inclui passagem aérea, comida, seguro saúde e lazer. Por esse valor é possível passar duas semanas fazendo trabalho voluntário no Peru. Quem optar por lugares mais distantes e por um tempo mais longo terá que pagar mais. Ir à Índia ou a países africanos, por exemplo, saí em média R$ 4.500 por mês.
Apesar do preço alto, algumas empresas que oferecem esse tipo de serviço costumam parcelar a viagem em até 24 vezes. Além disso, uma porcentagem do valor pago é destinada a ajudar a instituição onde o voluntário trabalhará.
Currículo
Um dos motivos para o crescimento do intercâmbio voluntário é o peso da experiência no mercado de trabalho. Para Emília Miguel, gerente da agência Experimento, essa é uma forma de o candidato mostrar que é qualificado – no caso de uma empresa exigir fluência em algum idioma - e que tem preocupações sociais.
Apesar disso, Bruna Dias, gerente de carreiras da Cia de Talentos afirma que o mais importante é ter claro qual é a razão da viagem.
- A experiência conta, mas não adianta falar que fez o intercâmbio voluntário só porque era legal ou porque era bom para o currículo. É preciso que a experiência tenha sido por convicção.
ONU e Médicos Sem Fronteiras
Ao contrário do que se imagina, entidades como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a Médicos Sem Fronteiras não pagam a viagem e não cobrem gastos de pessoas que desejam trabalhar de forma voluntária em áreas necessitadas.
Procuradas pelo R7, as instituições dizem que, justamente por atuarem em áreas de risco e por exigirem pessoas qualificadas, quem trabalha nessas organizações o faz de maneira remunerada - como funcionário - e não como voluntário.
*Colaborou Nelly Bacovic, estagiária do R7
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