terça-feira, 31 de agosto de 2010

‘Mais que isso, só com câmera’, diz promotor sobre provas contra Mizael



Laudo coloca principal suspeito pela morte da advogada no local do crime.
Condenação é questão de tempo', afirma Rodrigo Merli Antunes.

O promotor responsável pelo caso Mércia Nakashima, Rodrigo Merli Antunes, disse na tarde desta terça-feira (31), no Ministério Público de Guarulhos, na Grande São Paulo, estar satisfeito com o laudo sobre o assassinato da advogada.
Com cerca de 200 páginas, o documento coloca o principal suspeito do crime, o advogado e policial militar reformado Mizael Bispo de Souza, na cena do crime. O laudo aponta que, em um dos pares de sapato apreendido na casa de Bispo, havia uma alga compatível com uma existente na represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, onde o corpo da vítima foi localizado, em junho.
O promotor afirmou que o conjunto de provas reforça a versão da acusação de que Mizael participou da morte de Mércia. “Mais do que isso, só se tivesse uma câmera filmando todo o crime”, completou.
Elaborado por peritos da Polícia Técnico-Científica, o documento foi concluído na madrugada desta terça e entregue à Polícia Civil, na capital paulista, ao Ministério Público e à Justiça, em Guarulhos. Segundo a perícia, a amostra de uma alga que vive na represa foi levada para o Instituto de Botânica da Universidade de São Paulo (USP). Foi realizado o confronto com a que foi encontrada na sola de um dos pares de sapato e chegou-se à constatação de que são semelhantes.
“Eu me sinto à vontade para dizer que o sapato esteve no local do crime”, afirmou o perito Renato Pattoli, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O laudo também concluiu que, para a alga ser encontrada no sapato, a pessoa teria que entrar na represa. “Ela é subaquática. Então não basta andar na margem”, afirmou. Isso significa, para os peritos, que a pessoa que usava o sapato entrou na água.

Fuga
O promotor Antunes teme que Mizael desapareça. “Evidente que ele irá fugir”, afirmou. “Seria mais digno se ele se entregasse”, acrescentou. Agora, o Ministério Público irá aguardar o julgamento de um habeas corpus impetrado pela defesa do acusado para definir se pronuncia Mizael e o vigia Evandro Bezerra ou se entra com novo pedido de prisão preventiva. Ambos negam o crime e estão em liberdade.
Para o promotor, a defesa dos acusados tentará desqualificar as provas. “Eles irão rebater o laudo.” Para ele, o caso está esclarecido. “A condenação é questão de tempo.”
O advogado de Mizael, Samir Haddad Júnior, disse que a alga “não prova nada”, porque não é exclusividade da represa de Nazaré Paulista. “São coisas que não batem, não ligam o Mizael à cena do crime. A defesa está tranqüila, não me trouxeram a prova contundente. Eu respeito a perícia, só acho que não prova nada”, afirmou na tarde desta terça-feira (31).

Paulo Toledo Piza


G1

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