sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Água-viva juba de leão pode ajudar a salvar a vida nos oceanos


RIO - Uma medusa venenosa se tornou a nova - e improvável - defensora dos mares. A água-viva juba de leão ( Cyanea capillata), é a maior da espécie e, provavelmente, um dos mais antigos animais. Com mais de dois metros de diâmetro e tentáculos que chegam a um comprimento de 30 metros, o mesmo tamanho que uma baleia-azul, a medusa vem despertando a curiosidade de pesquisadores de todo o mundo.
Os cientistas Aino Hosia, do Instituto de Pesquisa Marinha em Bergen, na Noruega, e Josefin Titelman, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, descobriram que a água-viva gigante é uma predadora do ctenóforo Mnemiopsis leidyi, um verdadeiro invasor dos mares. O ctenóforo, que é nativo do mar do oeste do Atlântico, já se espalhou para outros mares. Como se alimenta dos microscópicos plânctons, está interrompendo a cadeia alimentar, causando a morte de peixes e baleias.
A água-viva ganhou o nome 'juba de leão' por causa de seus tentáculos, que são vermelhos e amarelos. Eles são cobertos de pequenas células repletas de toxinas que paralisam pequenos animais e causam ataques do coração fatais em ratos de laboratório. Em humanos, a medusa costuma causar reações menos intensas, a menos que a pessoa seja alérgica ou receba muita toxina. Alguns estudos mostram que proteger o corpo com filtro solar pode diminuir os efeitos das queimaduras de água-viva.
Apesar de ter uma capacidade limitada de locomoção, os tentáculos fazem da juba de leão um excelente predador. Além de capturar pequenos peixes, ela consegue prender outras águas-vivas menores. No caso dos ctenóforos, os animais conseguem escapar em 90% dos casos, mas acabam morrendo por causa dos repetidos danos em sua estrutura.

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