Hoje trago a vocês um livro diferente dos que tenho resenhado ultimamente, este é o livro de uma história real, uma triste história, porém é o bastidor de uma história infelizmente verídica.
Esse é mais novo livro da autora Ilana Casoy: “A Prova é a Testemunha”.
Ao nos depararmos com a capa do livro, que por sinal é muito bem feita, ao mesmo tempo em que passa uma posição meio que sombria, acho difícil alguém não reconhecer sobre qual caso o livro vai tratar, o tão famoso caso “Isabela Nardoni”.
O Livro é super interessante, confesso que ele é um dos melhores que li ultimamente.
Quem abre o livro é o Promotor de Justiça Francisco J. Taddei Cembranelli contando como foi à recepção da tão bombástica noticia.
“Era final de março de 2008, início de nova estação, (...) . A vida seguindo a ordem regular das coisas e, subtamente, fomos todos sacudidos por um tsunami de notícias sobre um crime chocante. A morte de uma criança de quase seis anos de idade, atirada pela janela do 6° andar do prédio, figurando como suspeito seu próprio pai e a madrasta.” (p.10)
Lembro-me que na época em que isso ocorreu, eu como professora fiquei indignada. Dois anos depois o caso foi a julgamento popular e eu sempre tive a curiosidade de saber o que se passou dentro do tribunal, queria tentar entender o como uma tragédia como essa ocorreu. E é isso que Ilana Casoy vem nos mostrar em seu novo livro. Com um olhar totalmente imparcial ela nos conta como foi os cinco dias de julgamento de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá.
Como era de se esperar esse livro não é divido em capítulos e sim em partes, cinco partes correspondentes aos cinco dias do julgamento.
Logo nas primeiras páginas nos é apresentado a acusação de Cembranelli ao Ministério Público descrevendo como se deu a morte de Isabela.
Dá-se início aos dias do julgamento. No primeiro dia nos é narrado a entrada das testemunhas e, entre outras coisas, o depoimento dramático da mãe Ana Carolina Oliveira, onde defesa e acusação abordam temas como o triângulo amoroso entre Ana Jatobá, Nardoni e Ana Oliveira, chegando a dizer inclusive que a pequena Isabela assistia a todos os problemas desse triângulo.
Ilana Casoy consegue transmitir ao leitor a emoção que ela própria sentiu diante da emoção de Ana Carolina Oliveira ao se lembrar dos momentos que passava com a filha.
No segundo e terceiro dia do julgamento temos o depoimento da delegada contando quem foram as pessoas apuradas e como foi dado seguimento a investigação desde o momento em que o caso era encarado como latrocínio até o momento em que se começou a falar em homicídio. Temos vários depoimentos entre eles o do médico ligista, do perito em manchas de sangue, do pessoal que fez a pericia. Nesses dois dias a autora nos mostra o confrontamento entre acusação e defesa, a primeira argumentando os fatos que incriminam o casal Nardoni e a segunda tentando levantar dúvidas sobre as provas apresentadas.
No quarto dia é feita a acareação dos réus, o que é muito legal, porque a gente consegue ver o que segundo eles aconteceu e a acusação questionando. É um diálogo ríspido e empolgante. Pra deixar vocês com gostinho de “quero mais” vou mostrar dois trechos:
“A Pergunta seguinte é disparada antes de qualquer interrupção: “Ninguém falou com Ana Carolina de Oliveira? Ela entregou a filha viva e a recebeu morta e o senhor nunca falou com ela o Porquê?” (p.127)
“O promotor, muito bravo e contundente, pergunta bem alto: “POR QUE NÃO A SOCORREU?” A resposta: “Porque eu estava olhando para ela, para ver se ela estava viva”. Cembranelli, olhando firme para o réu, afirma em alto e bom som: “ELA ESTAVA VIVA!” Responde o réu: “Eu estava em choque!” O promotor não perdoa. “Pergunto: POR QUE O SENHOR NÃO A SOCORREU? Pergunta objetiva...” (p.132)
O Quinto dia é o confronto final, é o embate entre acusação e defesa, e no meu ponto de vista, é a melhor parte do livro. O clima é tão tenso que cheguei a perder a noção do tempo quando estava lendo. É realmente maravilhoso, apesar de ser o desfecho de uma história trágica.
É um livro que envolve emoção, ação, dúvidas e verdades se contrapondo colocando o leitor dentro do fórum no dia da audiência. Não é uma leitura exclusiva para profissionais de direito, é uma leitura para todos os amantes da literatura, em especial para aqueles que ficaram chocados com a morte de uma garotinha de cinco anos e que queiram entender o desfecho dessa história.
Livro super recomendado!
Livro: A Prova é a Testemunha
Autor: Ilana Casoy
Editora: Larousse
Categoria: Ciências Sociais
ISBN: 9788576357674
Páginas: 240
Lançado: 2010
VIAJE NA LEITURA
Esse é mais novo livro da autora Ilana Casoy: “A Prova é a Testemunha”.
Ao nos depararmos com a capa do livro, que por sinal é muito bem feita, ao mesmo tempo em que passa uma posição meio que sombria, acho difícil alguém não reconhecer sobre qual caso o livro vai tratar, o tão famoso caso “Isabela Nardoni”.
O Livro é super interessante, confesso que ele é um dos melhores que li ultimamente.
Quem abre o livro é o Promotor de Justiça Francisco J. Taddei Cembranelli contando como foi à recepção da tão bombástica noticia.
“Era final de março de 2008, início de nova estação, (...) . A vida seguindo a ordem regular das coisas e, subtamente, fomos todos sacudidos por um tsunami de notícias sobre um crime chocante. A morte de uma criança de quase seis anos de idade, atirada pela janela do 6° andar do prédio, figurando como suspeito seu próprio pai e a madrasta.” (p.10)
Lembro-me que na época em que isso ocorreu, eu como professora fiquei indignada. Dois anos depois o caso foi a julgamento popular e eu sempre tive a curiosidade de saber o que se passou dentro do tribunal, queria tentar entender o como uma tragédia como essa ocorreu. E é isso que Ilana Casoy vem nos mostrar em seu novo livro. Com um olhar totalmente imparcial ela nos conta como foi os cinco dias de julgamento de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá.
Como era de se esperar esse livro não é divido em capítulos e sim em partes, cinco partes correspondentes aos cinco dias do julgamento.
Logo nas primeiras páginas nos é apresentado a acusação de Cembranelli ao Ministério Público descrevendo como se deu a morte de Isabela.
Dá-se início aos dias do julgamento. No primeiro dia nos é narrado a entrada das testemunhas e, entre outras coisas, o depoimento dramático da mãe Ana Carolina Oliveira, onde defesa e acusação abordam temas como o triângulo amoroso entre Ana Jatobá, Nardoni e Ana Oliveira, chegando a dizer inclusive que a pequena Isabela assistia a todos os problemas desse triângulo.
Ilana Casoy consegue transmitir ao leitor a emoção que ela própria sentiu diante da emoção de Ana Carolina Oliveira ao se lembrar dos momentos que passava com a filha.
No segundo e terceiro dia do julgamento temos o depoimento da delegada contando quem foram as pessoas apuradas e como foi dado seguimento a investigação desde o momento em que o caso era encarado como latrocínio até o momento em que se começou a falar em homicídio. Temos vários depoimentos entre eles o do médico ligista, do perito em manchas de sangue, do pessoal que fez a pericia. Nesses dois dias a autora nos mostra o confrontamento entre acusação e defesa, a primeira argumentando os fatos que incriminam o casal Nardoni e a segunda tentando levantar dúvidas sobre as provas apresentadas.
No quarto dia é feita a acareação dos réus, o que é muito legal, porque a gente consegue ver o que segundo eles aconteceu e a acusação questionando. É um diálogo ríspido e empolgante. Pra deixar vocês com gostinho de “quero mais” vou mostrar dois trechos:
“A Pergunta seguinte é disparada antes de qualquer interrupção: “Ninguém falou com Ana Carolina de Oliveira? Ela entregou a filha viva e a recebeu morta e o senhor nunca falou com ela o Porquê?” (p.127)
“O promotor, muito bravo e contundente, pergunta bem alto: “POR QUE NÃO A SOCORREU?” A resposta: “Porque eu estava olhando para ela, para ver se ela estava viva”. Cembranelli, olhando firme para o réu, afirma em alto e bom som: “ELA ESTAVA VIVA!” Responde o réu: “Eu estava em choque!” O promotor não perdoa. “Pergunto: POR QUE O SENHOR NÃO A SOCORREU? Pergunta objetiva...” (p.132)
O Quinto dia é o confronto final, é o embate entre acusação e defesa, e no meu ponto de vista, é a melhor parte do livro. O clima é tão tenso que cheguei a perder a noção do tempo quando estava lendo. É realmente maravilhoso, apesar de ser o desfecho de uma história trágica.
É um livro que envolve emoção, ação, dúvidas e verdades se contrapondo colocando o leitor dentro do fórum no dia da audiência. Não é uma leitura exclusiva para profissionais de direito, é uma leitura para todos os amantes da literatura, em especial para aqueles que ficaram chocados com a morte de uma garotinha de cinco anos e que queiram entender o desfecho dessa história.
Livro super recomendado!
Livro: A Prova é a Testemunha
Autor: Ilana Casoy
Editora: Larousse
Categoria: Ciências Sociais
ISBN: 9788576357674
Páginas: 240
Lançado: 2010
VIAJE NA LEITURA
Vi a entrevista da Ilana Casoy no programa Pânico, ontem e achei muito interessante! Sem dúvida é um livro sombrio mais que conta uma histório que todo o Brasil indignado com esse crime deseja saber nos minimos detalhes!
ResponderExcluirParabéns a Ilana Casoy!
Lidi Caldas- Manaus - AM
Adorei o trecho do livro e irei compra-lo.
ResponderExcluirMe parece um daqueles livros indispensáveis, pois lendo apenas um dos poucos trechos disponíveis na net, já fiquei fascinada.
ResponderExcluirQuero parabenizar a llana pela seriedade e cuidado que ela tem para relatar algo que comove tanto.
Este comentário foi removido pelo autor.
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