segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Rocinha: presos fornecedores de armas para o traficante Nem. Chefe da Polícia diz que ações visam a enfraquecer bandidos para UPP


RIO - A Polícia Civil apresentou, na manhã desta segunda-feira, quatro homens responsáveis pelo tráfico de armas para a comunidade da Rocinha, presos no Paraná e no Rio. Ainda existem dois homens detidos no Sul. Segundo a delegada titular da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (DRAE), Marcia Beck, a quadrilha era responsável por todo o fornecimentos de armas da quadrilha do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem. Em entrevista ao RJTV, o chefe da Polícia Civil, delegado Alan Turnowski,disse que a quadrilha fornecia oito fuzis e dez mil munições a cada 20 dias para o grupo. Na apresentação dos presos, Turnowski afirmou que a polícia vem fazendo investigações para desarmar a quadrilha de traficantes da Rocinha e possibilitar que a política de pacificação do governo estadual chegue à comunidade.
Turnowski disse que o objetivo das operações da Polícia Civil é enfraquecer os bandidos da Rocinha para propiciar uma ocupação menos traumática. Ele deu como exemplo operações que a polícia fez nas comunidades da Cidade de Deus, na Zona Oeste, e no Morro do Borel, na Tijuca, que, em seguida, foram pacificadas.
A ocupação da Rocinha para a implantação de uma UPP - antes anunciada para acontecer até 2014 - será antecipada. Como noticiou Ancelmo Gois em sua coluna de sábado no GLOBO, a unidade chegará à comunidade em janeiro de 2011, com cerca de mil homens, a maioria recém-formados. Contudo, fontes da Polícia Militar acreditam que a ocupação deverá ocorrer em março ou abril de 2011, pois o planejamento do governo prevê, primeiro, a instalação de UPPs nos morros dos Macacos, da Mangueira e de São Carlos, como anunciado pelo governador Sérgio Cabral na sexta-feira.
Em uma interceptação telefônica com autorização da Justiça, a polícia conseguiu flagrar um traficante da Rocinha pedindo a reposição de armas que foram apreendidas pela polícia após a invasão ao Hotel Intercontinental, em São Conrado, no dia 21 de agosto .
Luiz Claudio Carvalho, de 50 anos, conhecido como "Coroa", Antonio Ezequias Gura, de 26 anos, vulgo "Gordo", Carlos Vinicius Braga dos Santos, de 25 anos, conhecido como "Cafu", e Ricardo Pereira Terra de Andrade, de 28 anos, o "Robocop", que agia fora da favela, e apresentou os vendedores de armas ao chefe da quadrilha da Rocinha, o Nem, foram detidos durante a ação.
Dos dez indiciados por tráfico de drogas, seis foram presos. Entre os indiciados estavam Flávio Cristiano da Silva e Eduardo de Souza de Lima, o "Menor". Eles já haviam sido presos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), também no Paraná, quando levavam grande quantidade de drogas no veículo que estavam. A investigação demorou cinco meses.

São Conrado teve manhã de pânico no dia 21 de agosto
Durante a invasão ao Hotel Intercontinental, quando nove bandidos fizeram 35 reféns - entre hóspedes e funcionários - foram apreendidos oito fuzis, cinco pistolas, três granadas, munições e um laptop. Todos os presos, além do traficante Nem, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual, no dia 31 de agosto, pelos crimes de associação para o tráfico e posse de arma de fogo de uso restrito .
Os traficantes fizeram os reféns após um confronto com policiais, que levou pânico às ruas de São Conrado. O tiroteio teria começado quando policiais interceptaram um "bonde" de traficantes da Rocinha, que voltavam de uma festa no Morro do Vidigal. De acordo com a PM, no mínimo 40 bandidos circulavam por São Conrado em três vans e cinco motos, além de carros, quando se depararam com patrulhas do 23º BPM (Leblon). Na tentativa de fuga, homens encapuzados invadiram o hotel.
No confronto, quatro policiais ficaram feridos e uma mulher morreu. Identificada como Adriana Duarte de Oliveira dos Santos, de 41 anos, ela seria integrante do grupo de criminosos, segundo a polícia. A Justiça já havia expedido um mandado de prisão temporária contra ela em fevereiro deste ano. Segundo o documento, ela era acusada por produção e associação para o tráfico de drogas.


O Globo

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