Ao entrar no Orquidário Morumby, em São Paulo, os olhos se enchem com o colorido de mais de duas mil variedades de orquídeas. Até 16 de maio, ali também será possível conhecer um pouco mais sobre essas flores de formas e aromas variados, no espaço batizado de Portal da Orquidofilia. "É uma iniciativa institucional para levar informações e mostrar o cultivo de orquídea para todas as pessoas", diz Julia Meyer, proprietária do orquidário e idealizadora do projeto.
Técnicos treinados para lidar com especialistas e leigos no assunto conduzem o público pelo portal, apontando as principais características de alguns exemplares, sua origem, tempo de duração e forma de cultivo. As orquídeas exibidas vêm de diversas partes do mundo, assim como os híbridos resultantes do cruzamento entre espécies.
Técnicos treinados para lidar com especialistas e leigos no assunto conduzem o público pelo portal, apontando as principais características de alguns exemplares, sua origem, tempo de duração e forma de cultivo. As orquídeas exibidas vêm de diversas partes do mundo, assim como os híbridos resultantes do cruzamento entre espécies.
As Cattleyas walquerianas estão entre as mais populares e belas dessas flores. Para atrair abelhas e borboletas - insetos polinizadores -, elas soltam um suave perfume. Sua forma se assemelha ao órgão sexual feminino, e seu aroma doce completa sua exuberância. São essas qualidades que, dizem os apreciadores de longa data, seduziram os homens para o universo das orquídeas. É possível que eles tenham razão: no meio orquidófilo há muito mais técnicos e especialistas do sexo masculino. "É um mundo feminino, perfumado. É por isso que os homens vêm para cá", diz Kátia Almeida, uma das técnicas do portal. As Cattleyas são originárias das Américas, e estão representadas por 1,5 mil espécies, sendo o Brasil o maior hospedeiro de plantas desse gênero. Sua durabilidade é bem pequena em relação às outras, mas seu perfume e cor são inigualáveis.
Incomparável é também o aroma exalado pela Bulbophyllum fletchetrianum - mas por um motivo completamente oposto. Uma das mais exóticas expostas no orquidário, essa espécie de origem indiana se destaca por seu odor de carne em putrefação. O mau cheiro serve como atativo para inseots como a mosca varejeira, que assim se aproxima da flor e a poliza. O exemplar de Bulbophyllum que está no portal já tem 9 anos. Se estivesse à venda, não custaria menos de R$ 10 mil. Seu odor pode não ser muito agradável para o gosot humano, mas sua exuberância já rendeu até prêmios no Japão. O florescimento se dá por meio de um cacho de botões rubros ou pink escuro, e suas folhas podem medir até quatro metros. Variações dessa espécie podem produzir odor de ovo podre e de peixe.
Há, felizmente, orquídeas que exalam perfumes mais agradáveis ao nosso olfato, como a Spathoglotes unjuculatum, que tem cheiro de uva. Ou a Octomeria grassifolia, que dissemina um aroma de banana verde. E se você quiser uma planta com cheiro de mel, pode levar a Grobya amherstial.
Para cultivar uma orquídea é necessário paciência e cuidado. As do gênero Vanda, de origem asiática, demoram até oito anos para florescer. "O cultivo de orquídeas incita valores e hábitos como perseverança, calma e a importância de cuidar de uma vida", diz Julia.
A recompensa para quem atravessa esse processo é o desabrochar de flores perfeitas, que, quando muito, permancem abertas por três meses. As flores de espécies de Cymbidium, por exemplo, duram, em média, 30 dias, já as de Phalaenopsis se mantêm bonitas por dois meses.
Orquídeas de uma mesma espécie podem custar valores diferentes. O que determina seu preço é a variação que ela apresenta. Quanto mais modificada ela tiver sido por exeperiemntos de orquidófilos, maior a chance de chegar à perfeição nas folhas, no perfume, na forma ou na cor. No Orquidário Morumby os preços variam de R$ 40 a R$ 800. Com o avanço do desenvolvimento de variedades em laboratório, hoje é possível até adquirir plantas já extintas na natureza, como é o caso da C. walqueriana. Esse processo também possibilitou o barateamento dos exempalres e o acesso do público. Uma orquídea dessa espécie já chegou a custar R$ 1,5 mil tempos atrás, mas hoje é encontrada por R$ 60 já em flor. Uma simples muda de Vanda pode custar R$ 40, e, em flor, R$ 120. A maior parte das orquídeas expostas no orquidário foi desenvolvida em laboratório. "Queremos desmistificar a questão do preço e a crença de que elas são extraídas da natureza", explica Julia. O Portal da Orquidofilia não ficará limitado ao espaço físico. Na internet serão disponibilizadas informações científicas e técnicas sobre as plantas. Os interessados também poderão acompanhar o passo a passo de como cultivar as orquídeas num curso gratuito online .
Dicas para cuidar bem das suas orquídeas
-Quando comprar uma orquídea, coloque uma plaquinha no vaso contendo o nome da espécie, a data e local onde foi adquirida. Assim você terá controle sobre o desenvolvimento da planta e ficará mais fácil ober informações sobre ela mais tarde, se for necessário.
- Nunca deixe a orquídea encharcada, porque ela pode morrer. Você deve mantê-la úmida. As plantas resistem até quatro dias sem água.
- Não deixe a orquídea exposta ao sol forte (sol de verão)
- Se você tiver uma orquídea em casa que esteja morrendo, prenda-a com um barbante numa árvore ou poste. Os nutrientes provenientes de insetos que morrem entre as folhas e dos excrementos dos pássaros, por exemplo, servirão de adubo natural.
Serviço
Portal da Orquidofilia
Local: Orquidário Morumby - Avenida Professor Vicente Rao, 1513, Brooklin, São Paulo, SP Data: De 1 a 16 de maio de 2010
Horário: Terça a sábado, das 9h às 19h. Domingos, das 9h às 17h. Tour monitorado diariamente às 10h e 16h
Ingresso: Entrada franca (será aceito um quilo de alimento não perecível para doação a entidade assistencial)
Informações: (11) 5041-2391, http://www.morumby.com.br/
Texto: Keila Cândido
Fotos: divulgação
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