terça-feira, 4 de maio de 2010

Suspeito de tentativa de atentato em Nova York é preso


NOVA YORK - Agentes federais e detetives da polícia americana prenderam no fim da noite de segunda-feira Faisal Shahzad, cidadão paquistanês naturalizado americano, apontado como suspeito do atentado frustrado com um carro-bomba na Times Square , em Nova York, no último sábado. Ele teria comprado o veículo usado no incidente e se apresentará em uma corte federal de Manhattan nesta terça-feira. Shazad foi preso às 23h45m de segunda-feira (0h45m de terça-feira no horário de Brasília) no aeroporto internacional John F. Kennedy quando tentava embarcar em um avião rumo a Dubai, nos Emirados Árabes, infomou o procurador geral de Justiça dos EUA, Eric Holder.
- Esta investigação está em processo, com nossas tentativas para obter dados úteis do serviço de inteligência, e continuamos seguindo uma série de pistas - disse Holder em entrevista coletiva. - Mas está claro que o objetivo por trás do ato terrorista foi matar americanos.
O suspeito em potencial teria recentemente viajado para o país asiático. Segundo autoridades que falaram sob condição de anonimato, ele reside em Connecticut e teria pago em dinheiro, há três semanas, pelo Nissan Pathfinder verde, ano 1993, que foi abandonado no sábado entre a Rua 45 e a 7ª Avenida, em pleno coração da 'Big Apple', com fogos de artifício, gás propano e gasolina em seu interior.
As informações teriam sido fornecidas aos investigadores da polícia de Nova York e do FBI (polícia federal americana) pelo último proprietário registrado do carro, que teve a sua identidade preservada por não ser considerado suspeito. De acordo com a testemunha, o Pathfinder 1993 foi vendido recentemente, com pagamento em dinheiro, e sem que houvesse registro formal da transação.
As revelações condizem com um anúncio feito, mais cedo, por funcionários da Casa Branca. As autoridades apostam, cada vez mais, no envolvimento de uma organização com ligações internacionais no atentado.
Mas as autoridades ainda são cautelosas ao comentar a reivindicação feita, no domingo, por um grupo ligado ao Talibã no Paquistão. O grupo divulgou na internet três vídeos em que assumia a autoria do atentado frustrado.
- Eu sei que esse grupo no passado já reivindicou responsabilidade por incidentes aos quais eles não estavam ligados - disse Holder, acrescentando que é cedo para dizer quem foi responsável pela tentativa de ataque.
Pela primeira vez, na segunda-feira, o governo Obama se referiu ao caso como um ato de terrorismo, dando um tom mais dramático ao incidente.
- Qualquer um que tivesse o tipo de material que eles tinham, eu diria que tinha a intenção de aterrorizar - afirmou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. - E diria que quem quer que tenha feito isso seria classificado como terrorista.
Em outra frente de investigação, os oficiais analisam "centenas de horas de gravações" de câmeras de segurança próximas ao local onde o veículo foi abandonado. Uma delas flagrou um "homem branco de meia-idade", que é apontado pela polícia de Nova York como suspeito . Ele foi visto trocando de camisa no local do incidente e olhando para trás, sobre os ombros, de forma tensa, ao menos duas vezes. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, disse que o homem pode não ter qualquer relação com o caso, mas pediu que ele se apresentasse mesmo assim.
Outra pista que os investigadores seguem seria a de um homem flagrado por câmeras de segurança e de turistas correndo no momento em que saiu fogo do Pathfinder. Mas não ficou claro se este homem seria o mesmo identificado nas gravações anteriores.
A caminhonete foi estacionada perto dos escritórios da Viacom, dona da Comedy Central, emissora que exibe nos EUA a série "South Park". A atração foi acusada por um grupo radical islâmico que insultar o Islã ao mostrar, em um recente episódio, o profeta Maomé fantasiado de ursinho de pelúcia.
Segundo o chefe de polícia, embora o caso esteja sendo tratado como um possível ato terrorista, a cidade não está sob ameaça e a segurança não será significativamente reforçada. A caminhonete usada no possível atentado foi levada para um laboratório da perícia no distrito de Queen, nos arredores de Nova York. A polícia descobriu que as placas do carro não correspondiam ao número do chassi. O registro pertencia a um homem do estado de Connecticut, que disse à polícia ter enviado as placas para um ferro-velho.


O Globo

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