Conseguir uma nova família para dois ou mais irmãos mantidos em abrigos representa uma vitória especial. Ainda raras no Brasil, essas adoções dependem de mais que envolvimento emocional e da vontade de manter unido um núcleo familiar. Afinal, receber dois, três ou até quatro moradores na casa de uma vez só exige gastos, espaço e dedicação. Hoje aposentada, a professora da rede estadual de São Paulo Thereza Christina Cardoso de Lima viveu a experiência da adoção pela primeira vez quando tinha 29 anos, com um recém-nascido. Marcos Augusto, hoje com 22 anos, acompanhou a mãe quando, em 2008, ela resolveu novamente acolher desta vez não uma, mas três crianças.
Desde o início estava claro que não queria um só. Já tinha tido um filho único, e desta vez queria e podia fazer mais, conta Thereza, hoje com 51 anos. A aproximação com os irmãos Leonardo, hoje com 10 anos, Larissa, 8, e Lívia Christina, de 6, foi feita a partir de uma comunidade no Orkut. A mensagem informava o perfil do grupo e a condição para o acolhimento: Menino de 8 anos e duas meninas de 5 e 4 anos, pardos e saudáveis. Não se separam. Tratar direto com o juizado, dizia o anúncio. Vencido o ciúme de Marcos Augusto e a viagem de 9 horas até o Rio de Janeiro, a fusão das duas famílias foi quase imediata. Sequer falamos em adoção no primeiro momento. Mas o Leonardo me pegava pela mão e dizia: Tia, quero ir com você. Podemos ir embora? , conta.
Thereza protagonizou uma exceção no perfil brasileiro de adoções: manteve unido o grupo de irmãos e acolheu crianças fora dos padrões de idade e cor de pele privilegiada pelos pais adotivos. A adovogada Silvana do Monte Moreira, coordenadora de grupos de apoio à adoção e mãe de duas meninas uma delas adotiva identifica transformações positivas no perfil de adoções no Brasil. Está havendo uma mudança de padrão, com aceitação de crianças maiores e grupos de irmãos, atesta. Para chegar a esse resultado, os pais precisam ser conscientizados de que não é só um caminho de flores. As famílias vão enfrentar problemas e situações que certamente também enfrentariam com filhos biológicos, explica.
Apesar do apelo que tem a imagem da atriz americana vencedora do Oscar na capa da revista People com um bebê negro de pouco mais de três meses de idade, é da Europa que vêm as maiores lições de adoção para os brasileiros. Italianos, espanhóis, franceses e portugueses, nessa ordem, têm demonstrado disposição e planejamento familiar para assumir adoções ainda pouco usuais entre os brasileiros, como crianças com necessidades especiais. A desembargadora Mousnier credita o fato a uma visão diferente da adoção. O brasileiro está desenvolvendo só agora uma mentalidade que possibilita a adoção tardia. A diferença é que o estrangeiro não adota para resolver seu problema de infertilidade, mas para resolver o problema da criança. E a grande maioria, em torno de 90%, é feita por pais que já têm filhos biológicos, relata.
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Desde o início estava claro que não queria um só. Já tinha tido um filho único, e desta vez queria e podia fazer mais, conta Thereza, hoje com 51 anos. A aproximação com os irmãos Leonardo, hoje com 10 anos, Larissa, 8, e Lívia Christina, de 6, foi feita a partir de uma comunidade no Orkut. A mensagem informava o perfil do grupo e a condição para o acolhimento: Menino de 8 anos e duas meninas de 5 e 4 anos, pardos e saudáveis. Não se separam. Tratar direto com o juizado, dizia o anúncio. Vencido o ciúme de Marcos Augusto e a viagem de 9 horas até o Rio de Janeiro, a fusão das duas famílias foi quase imediata. Sequer falamos em adoção no primeiro momento. Mas o Leonardo me pegava pela mão e dizia: Tia, quero ir com você. Podemos ir embora? , conta.
Thereza protagonizou uma exceção no perfil brasileiro de adoções: manteve unido o grupo de irmãos e acolheu crianças fora dos padrões de idade e cor de pele privilegiada pelos pais adotivos. A adovogada Silvana do Monte Moreira, coordenadora de grupos de apoio à adoção e mãe de duas meninas uma delas adotiva identifica transformações positivas no perfil de adoções no Brasil. Está havendo uma mudança de padrão, com aceitação de crianças maiores e grupos de irmãos, atesta. Para chegar a esse resultado, os pais precisam ser conscientizados de que não é só um caminho de flores. As famílias vão enfrentar problemas e situações que certamente também enfrentariam com filhos biológicos, explica.
Apesar do apelo que tem a imagem da atriz americana vencedora do Oscar na capa da revista People com um bebê negro de pouco mais de três meses de idade, é da Europa que vêm as maiores lições de adoção para os brasileiros. Italianos, espanhóis, franceses e portugueses, nessa ordem, têm demonstrado disposição e planejamento familiar para assumir adoções ainda pouco usuais entre os brasileiros, como crianças com necessidades especiais. A desembargadora Mousnier credita o fato a uma visão diferente da adoção. O brasileiro está desenvolvendo só agora uma mentalidade que possibilita a adoção tardia. A diferença é que o estrangeiro não adota para resolver seu problema de infertilidade, mas para resolver o problema da criança. E a grande maioria, em torno de 90%, é feita por pais que já têm filhos biológicos, relata.
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