quinta-feira, 6 de maio de 2010

Tocar em criança é diferente de tocar em adolescente, diz bispo


Mais um bispo faz uma surpreendente declaração sobre pedofilia. Desta vez foi Angélico Sândalo Bernardino (foto), 77, bispo emérito de Blumenau (SC) e da ala progressista da igreja.
Ele disse ontem que “tocar numa criança é diferente de tocar num adolescente”. Acrescentou que, no primeiro caso, trata-se de pedofilia e, no segundo, de efebofilia (atração sexual por adolescentes).
Questionado por jornalista se é menos grave tocar em adolescentes do que em crianças, respondeu: “Avaliem vocês no meu lugar”.
Por fim, disse que a prática de efebofilia também deve ser punida, conforme está previsto em lei. Mas ainda assim, ao distinguir uma prática de outra no contexto deste momento, o bispo deixou subentendido que considera a atração por adolescentes menos grave.
A entrevista de Bernardino foi uma tentativa de “consertar” uma declaração feita no dia anterior pelo arcebispo Dadeus Grings, 73, da ala conservadora, segundo a qual a “sociedade é pedófila” e que, proporcionalmente, há mais médicos, professores e empresários que abusam de crianças do que sacerdotes.
Dom Bernardino disse: "Acredito que o meu ilustre colega quis dizer que estamos vivendo num ambiente saturado de certa permissividade".
A onda de denúncias contra padres pedófilos que colocou a Igreja Católica em xeque em vários países tem levado autoridades eclesiais a fazer afirmações desconcertantes, como as de Grings e Bernardino, sempre com o objetivo de minimizar os ataques dos padres tarados.
O arcebispo Silvano Tomassi, representante do Vaticano nas Nações Unidas, por exemplo, disse em outubro do ano passado algo que, antes de Bernardino, faz referência à efebofilia: “Não se deve falar em pedofilia, mas de homossexuais atraídos por adolescentes”.

Agência Brasil


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