quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Advogado diz que réu foi torturado para confessar participação em morte de Celso Daniel



Defesa afirma que não há provas contra Marcos Bispo dos Santos

O advogado do réu Marcos Bispo dos Santos, Adriano Marreiro dos Santos, afirmou nesta quinta-feira (18) que não existe prova de que seu cliente tenha participado do sequestro e morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel. Segundo o defensor, apenas os depoimentos de outros réus do caso incriminam seu cliente.
Marreiro admitiu diante do júri no fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, que Santos só fez uma falsa confissão no DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa) porque foi brutalmente torturado para isso. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o DHPP não vai se manifestar sobre as declarações do advogado.
O defensor relata ainda que o então deputado Luiz Eduardo Greenhalgh participou da agressão. O R7 tenta entrar em contato com Greenhalgh sobre a acusação. A defesa de Santos chegou a arrolar o político como testemunha para falar sobre a tortura, mas ele não foi encontrado pelo oficial de Justiça e os advogados desistiram de seu depoimento.
Com matérias de jornais, em que Luiz Eduardo Greenhalgh e o Ministério Público criticaram-se mutuamente durante a investigação da morte de Daniel, a defesa tenta mostrar que houve irregularidades no depoimento em que seu cliente confessa participação no crime. O advogado pediu que a confissão do réu fosse considerada nula.
A reportagem do R7 tenta entrar em contato com a assessoria do DHPP e de Luiz Eduardo Greenhalgh, mas até a publicação desta notícia não conseguiu retorno.
Durante a exposição da defesa do réu, o promotor Francisco Cembranelli fez várias interferências para dizer que não houve tortura neste caso.
O advogado de Santos também admitiu que a ausência de seu cliente prejudicou a defesa. Segundo Marreiro, seria bom que ele estivesse diante dos jurados para que todos pudessem ver que como ele não tem “postura de marginal”.
Júri
O julgamento de réu Marcos Roberto Bispo dos Santos, apontado como o motorista do bando que sequestrou Celso Daniel (PT), começou por volta das 9h50 desta quinta-feira. O réu não compareceu ao júri e, por isso será julgado à revelia. Os defensores do acusado estão no julgamento para fazer a defesa. Um dos advogados, Adriano Marreiro dos Santos, chegou a pedir a anulação do júri porque o acusado não estava presente, mas o juiz não aceitou o pedido.
Cinco mulheres e dois homens foram escolhidos como jurados. A acusação não arrolou testemunhas. Já a defesa listou quatro testemunhas, mas elas não compareceram
A previsão é de que o julgamento seja concluído ainda nesta quinta-feira, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo. Celso Daniel foi morto em 18 de janeiro de 2002 quando voltava de um jantar em São Paulo. Ele estava acompanhado de seu assessor Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, quando foi abordado pelos bandidos. Dois dias depois, o corpo de Daniel foi encontrado em uma estrada de Juquitiba, na Grande São Paulo.
Os outros seis réus do caso recorreram da sentença do juiz que os mandou para o Tribunal do Júri. Apenas o processo contra o ex-assessor de Daniel, o Sombra, ainda está na fase de depoimentos das testemunhas. Ele é apontado pelo Ministério Público como o mandante do crime. Sérgio Gomes da Silva responde ao processo em liberdade.


R7

Um comentário:

  1. A conversa desse advogados de defesa já está muito conhecida e cansativa. Um imitando o outro.
    A OAB deveria cassar o registro de todos eles.
    Essa estorinha de TORTURA também já saiu de moda, usem a cratividade e mudem o bká blá blá.

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