quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ércio Quaresma pode ser suspenso por 60 dias



Rio - A Comissão de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG) pediu na manhã desta quinta-feira a suspensão preliminar do advogado do goleiro Bruno de Souza, Ércio Quaresma. O advogado declarou no último fim de semana, em entrevista ao jornal O Dia, ser viciado em crack. De acordo com o presidente em exercício da comissão, Fábio Henri Siqueira, Quaresma pode ser afastado do exercício da profissão por até 60 dias
Segundo Henri Siqueira, o pedido foi assinado e encaminhado ainda nesta quinta-feira ao Tribunal de Ética e Disciplina. "Como o caso específico teve um clamor e um impacto muito negativo na imagem da categoria, o pedido é imediato e tramita de forma mais rápida", afirmou. Após ser notificado, Quaresma terá um prazo de 48 horas para prestar esclarecimentos sobre o caso.
O presidente da comissão disse que a declaração de Quaresma a respeito de seu vício foi a mais grave de uma série de desvios de conduta, que motivaram a abertura de dez processos disciplinares. "Essa foi a que pesou mais, isso veio a somar de maneira muito mais grave", afirmou. "Aqui na Comissão de Ética, nós ficamos sabendo do que foi noticiado na imprensa, juntamos as provas e, somente com isso, a OAB toma esse tipo de providência", disse Henri Siqueira, que acredita que Quaresma deva ser notificado ainda nesta semana.

Vício
Em entrevista ao jornal O Dia, Quaresma afirmou que é viciado em crack e que está fazendo tratamento para se livrar da dependência. Polêmico em suas declarações e atitudes, Ércio Quaresma já foi acusado, ao longo do caso, de ameaçar a noiva do atleta e de fornecer a ele remédios que provocariam desmaios nas audiências na Justiça.
"Sou dependente de crack há sete anos. Estou me tratando com o maior psiquiatra do País em dependência química, e tive algumas recaídas. Mas nunca entrei num plenário doidão", afirmou. Ele disse ainda que o vício começou com maconha. Em 2003, passou a usar crack. "Em Brasília eu apaguei, me roubaram anel, relógio, tudo".

Currículo
Quaresma trabalhou no caso da missionária americana Dorothy Stang, morta em Anapu, no Pará, em 2005. Seu cliente, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, foi condenado a 30 anos de prisão. A notoriedade como advogado, no entanto, veio antes disso, no julgamento dos PMs acusados do massacre de 19 sem-terra em Eldorado dos Carajás, também no Pará, em 1996. "Absolvi seis com 19 corpos no chão", disse.
Ex-policial civil, entre 1986 e 89, Quaresma diz ter a corporação no sangue. Chegou a defender alguns ex-colegas de graça. Tanto conhecimento lhe valeu uma investida política, em 94, quando se candidatou ao governo mineiro, mas perdeu com 124 mil votos. Ainda assim, foi através dessas boas relações que chegou ao caso Bruno. O advogado é amigo particular do homem apontado como o carrasco de Eliza, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.


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