Semana passada, um caso chocante veio a público: a dona de uma creche de Goiânia foi flagrada torturando crianças que estavam sob seus cuidados. A denúncia de que Maria do Carmo Serrano, de 62 anos, agredia os pequenos aconteceu depois que a coordenadora pedagógica da instituição, Ana Paula de Souza Santos, de 24 anos, fez um vídeo e levou à polícia. "O engraçado é que ela dizia que odiava choro de criança, mas adorava fazê-las chorar. Sentia prazer em maltratar", revelou a coordenadora.
Nesta segunda-feira ela esteve no Mais Você e contou que trabalhava há sete meses na creche e, desde a primeira semana, percebeu que Maria do Carmo era um pouco “alterada” com as crianças. “As outras funcionárias também ficavam horrorizadas com a cena. Ao fazer o vídeo não contei para elas porque tive medo de que elas contassem para a Maria do Carmo. Fui com duas ex-funcionárias e tive a ajuda da polícia para fazer as imagens. Eles me deram uma câmera pequena e foi todo um processo”, contou.
Ana Paula disse que até conseguir o flagrante demorou um tempo. “Nos primeiros dias as imagens saíram péssimas. No quarto dia foi quando consegui as primeiras imagens. E muita coisa eu nem consegui pegar porque a câmera demorava uns três segundos para ligar. E isso já era tempo suficiente para ocorrer a agressão. O engraçado é que ela dizia que odiava choro de criança, mas adorava fazê-las chorar. Ela sentia prazer em maltratar. Esse sentimento de vontade de sentir a criança chorar já estava dentro dela”, disse.
A coordenadora falou que a dona da creche demonstra ser uma psicopata. “Ao ver as imagens ela continuou tranquila. Ela só disse que ia descobrir quem a tinha traído”, explicou Ana Paula. Ana Paula revelou que a “vovó” da creche também amarrava as crianças ao carrinho. “Ela colocava a criança no carrinho e fechava a porta. E a criança chorava muito”, falou.
Ana Maria recebeu ainda Fabiana da Gama e Cláudia Divina Gonçalves, que deixaram os filhos na creche. “Meu filho demonstrou que algo não estava bem, estava agressivo. Cheguei a procurar um psicólogo porque a gente nunca imagina que algo deste tipo vai acontecer. Além dos maus tratos, ela não dava a comida que a gente mandava”, disse Fabiana.
Por sua vez, Cláudia contou que seu filho passou a ter mais medo de tudo após ir para a creche. “Eu entreguei meu filho nos braços dela quando ele tinha seis meses. Hoje ele tem três anos e meio. Ele e o meu outro filho não ficaram agressivos, e sim introspectivos. Fico imaginando o que sentiram, como estão vendo o mundo e como vai ser daqui pra frente. É desesperador só de pensar nisso. Foi muito tempo”, falou a mãe. As duas mães temem que Maria do Carmo saia impune. “Ainda não foi decretada a sua prisão e Goiânia está com o sentimento de impunidade. Estamos aqui para não deixar que isso aconteça”, pediu Cláudia.
Confira dicas de Ana Maria Iencarelli, psicanalista infantil e ex-presidente da Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência, para proteger seus filhos deste tipo de violência:
1- Fazer visitas na creche até decidir colocar a criança nela. E conhecer todos os funcionários, da cozinheira ao porteiro.
2- Visitar o local de surpresa esporadicamente.
3- Prestar atenção na pele da criança: escoriações, queimaduras e hematomas deixam marcas.
4- Preste atenção em dores na barriga - que às vezes podem parecer corriqueiras.
Agressões nessa região podem machucar órgãos como o baço ou o fígado.
5 - Fique atento à intensidade dos ferimentos: há diferenças entre o machucado de um acidente (como levar um tombo, por exemplo) e a agressão de um adulto.
6- Ouça o que as crianças comentam. Os pais devem dar crédito ao que a criança fala (se ela for mais velha). Se ela repete uma mesma história, você tem que verificar o que está acontecendo.
7 - Criança dá pistas como distúrbios de sono e de alimentação, medo de adultos. Se ela está mais agitada ou mais quieta do que o normal, se tem dificuldades em entrar no berçário, volta a fazer xixi na cama (quando já for maior).
8- O uso do monitoramento por internet é um tipo de vigilância muito questionada porque o psicopata de verdade consegue driblar isso. É só pensar que a câmera não vai estar em todos os lugares. O importante é observar os sinais que a criança dá.
9 - Quando desconfiar, já é melhor fazer a troca (assim como no caso de uma dúvida em relação à babá).
10 - Em caso de suspeita, denuncie ao conselho tutelar, que tem profissionais especializados para identificar se a criança realmente sofre algum tipo de violência.
Rede Globo - Mais Você
Nesta segunda-feira ela esteve no Mais Você e contou que trabalhava há sete meses na creche e, desde a primeira semana, percebeu que Maria do Carmo era um pouco “alterada” com as crianças. “As outras funcionárias também ficavam horrorizadas com a cena. Ao fazer o vídeo não contei para elas porque tive medo de que elas contassem para a Maria do Carmo. Fui com duas ex-funcionárias e tive a ajuda da polícia para fazer as imagens. Eles me deram uma câmera pequena e foi todo um processo”, contou.
Ana Paula disse que até conseguir o flagrante demorou um tempo. “Nos primeiros dias as imagens saíram péssimas. No quarto dia foi quando consegui as primeiras imagens. E muita coisa eu nem consegui pegar porque a câmera demorava uns três segundos para ligar. E isso já era tempo suficiente para ocorrer a agressão. O engraçado é que ela dizia que odiava choro de criança, mas adorava fazê-las chorar. Ela sentia prazer em maltratar. Esse sentimento de vontade de sentir a criança chorar já estava dentro dela”, disse.
A coordenadora falou que a dona da creche demonstra ser uma psicopata. “Ao ver as imagens ela continuou tranquila. Ela só disse que ia descobrir quem a tinha traído”, explicou Ana Paula. Ana Paula revelou que a “vovó” da creche também amarrava as crianças ao carrinho. “Ela colocava a criança no carrinho e fechava a porta. E a criança chorava muito”, falou.
Ana Maria recebeu ainda Fabiana da Gama e Cláudia Divina Gonçalves, que deixaram os filhos na creche. “Meu filho demonstrou que algo não estava bem, estava agressivo. Cheguei a procurar um psicólogo porque a gente nunca imagina que algo deste tipo vai acontecer. Além dos maus tratos, ela não dava a comida que a gente mandava”, disse Fabiana.
Por sua vez, Cláudia contou que seu filho passou a ter mais medo de tudo após ir para a creche. “Eu entreguei meu filho nos braços dela quando ele tinha seis meses. Hoje ele tem três anos e meio. Ele e o meu outro filho não ficaram agressivos, e sim introspectivos. Fico imaginando o que sentiram, como estão vendo o mundo e como vai ser daqui pra frente. É desesperador só de pensar nisso. Foi muito tempo”, falou a mãe. As duas mães temem que Maria do Carmo saia impune. “Ainda não foi decretada a sua prisão e Goiânia está com o sentimento de impunidade. Estamos aqui para não deixar que isso aconteça”, pediu Cláudia.
Confira dicas de Ana Maria Iencarelli, psicanalista infantil e ex-presidente da Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência, para proteger seus filhos deste tipo de violência:
1- Fazer visitas na creche até decidir colocar a criança nela. E conhecer todos os funcionários, da cozinheira ao porteiro.
2- Visitar o local de surpresa esporadicamente.
3- Prestar atenção na pele da criança: escoriações, queimaduras e hematomas deixam marcas.
4- Preste atenção em dores na barriga - que às vezes podem parecer corriqueiras.
Agressões nessa região podem machucar órgãos como o baço ou o fígado.
5 - Fique atento à intensidade dos ferimentos: há diferenças entre o machucado de um acidente (como levar um tombo, por exemplo) e a agressão de um adulto.
6- Ouça o que as crianças comentam. Os pais devem dar crédito ao que a criança fala (se ela for mais velha). Se ela repete uma mesma história, você tem que verificar o que está acontecendo.
7 - Criança dá pistas como distúrbios de sono e de alimentação, medo de adultos. Se ela está mais agitada ou mais quieta do que o normal, se tem dificuldades em entrar no berçário, volta a fazer xixi na cama (quando já for maior).
8- O uso do monitoramento por internet é um tipo de vigilância muito questionada porque o psicopata de verdade consegue driblar isso. É só pensar que a câmera não vai estar em todos os lugares. O importante é observar os sinais que a criança dá.
9 - Quando desconfiar, já é melhor fazer a troca (assim como no caso de uma dúvida em relação à babá).
10 - Em caso de suspeita, denuncie ao conselho tutelar, que tem profissionais especializados para identificar se a criança realmente sofre algum tipo de violência.
Rede Globo - Mais Você
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