terça-feira, 14 de julho de 2009

Telas de proteção não são suficientes para segurança contra quedas


6 mil crianças morrem de acidentes domésticos por ano no Brasil e 75 mil são hospitalizadas por quedas

O caso da menina Rita de Cássia de cinco anos, que morreu no Rio de Janeiro depois de cair do 5º andar do prédio onde morava, levantou suspeita de mais um caso de violência contra criança. Mas a versão contada pelos pais e as imagens das câmeras de segurança do prédio comprovaram que foi um acidente. Os dados do Ministério da Saúde são alarmantes, no Brasil são 6 mil crianças mortas por ano em acidentes e 140 mil hospitalizadas com lesões permanentes. As quedas representam 53% das hospitalizações de crianças entre 0 e 14 anos, a maior causa de seqüelas e óbitos.
Para a coordenadora da Ong ‘Criança Segura’, Ingrid Stammer, os acidentes com crianças já se tornaram um problema de saúde publica. “O cuidado com crianças é uma questão cultural. No Brasil não somos aculturados com a prevenção. Muitos pais acreditam que os acidentes são uma fatalidade que não poderia ser evitada e quando acontece sempre dão a desculpa ‘foram só dois segundo de descuido’. Estudos comprovam que 90% dos acidentes envolvendo crianças podem ser evitados”, disse Ingrid.
A criança pequena está em fase de descobrimento e não calcula ainda perigos e nem mesmo as possibilidades de morte. Outro fator para o envolvimento em acidentes são as características físicas, o fato de serem pequenas e terem metabolismo frágil. Ingrid comentou que o caso de Rita de Cássia é um exemplo disso. “A cabeça da criança ainda é desproporcional ao corpo, ela pode ter se debruçado na janela, se desequilibrado e caído. Mas fato de ela ter jogado brinquedos e uma mochila antes de cair revelam que ele queria chamar a atenção dos pais, algo comum na personalidade de uma criança na idade dela”.
A tela de proteção de náilon suporta até 300 quilos por metro quadrado de impacto. Tem validade de cinco anos e por exigência do Corpo de Bombeiros deve ser fabricada de material cortante. Por esse motivo não basta a instalação da proteção, além da manutenção óbvia os pais devem ficar atentos. “Qualquer criança com uma tesoura ou faca pode cortar a tela de proteção, isso exige a presença de um adulto. Até poderia ser fabricadas telas que resistissem a objetos cortantes, mas em caso de incêndio os bombeiros não conseguem entrar”, explicou Roseni Stureck, proprietária de uma empresa que confecciona e instala telas de segurança em Curitiba. Segundo ela, são instaladas cerca 250 metros quadrados de telas de proteção em 30 residências semanalmente na capital por sua empresa.



Luisa, 5 anos, a irmã Marina, 3 anos, e a pequena Isabela de apenas 11 meses ficam sob o cuidado da mãe Carla Schultz, que afirma orgulhosa o fato de nenhuma das três ter sofrido acidente doméstico. “Cozinha e banheiro são as principais áreas de vigilância aqui em casa. Procuro deixar produtos de limpeza e qualquer material ou objeto que possa oferecer risco longe do alcance delas”, diz Carla que divide a função de mãe com as publicações no blog http://coisasdamaternidade.blogspot.com/ . Ela revela que quando criança derrubou óleo quente no pé e que um primo seu já tomou desinfetante. “É difícil evitar todos os acidentes, por isso criança pequena sempre tem que estar acompanhada”, disse Carla.
Para mais informações sobre como evitar acidentes com crianças acesse o site http://www.criancasegura.org.br/index.asp

Jadson André



Jornale

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