Apesar de rotineiras, as imagens de crianças nas ruas chocam as pessoas, especialmente as que têm filhos. As cenas das “cracolândia” são estarrecedoras, não pode haver pessoa equilibrada que não se veja agredida com a história de vida de crianças cooptadas pelas drogas e traficantes.
A televisão tem fixado em molduras de nossas salas a imagem de crianças iguais às nossas, só que maltratadas terrivelmente pelo vício e, bastante comprometidas com praticas criminosas empurradas que são pela busca insana de conseguir dinheiro para sustentar a dependência química.
O “universo” das cracolândias é muito mais vasto do que o amontoado de pessoas sugando aqueles cachimbinhos macabros, cada uma delas revela a face desgastada da administração pública a partir da permissão tácita para a permanência das “tribos” sempre no mesmo local, por sinal muito sujos, insalubres, indefinidamente abandonados de todos os cuidados básicos que o poder público deveria garantir.
Esse aspecto falimentar administrativo tem se mostrado corrosivo o suficiente para desanimar o aparato policial no combate preventivo e investigativo sobre origens e finalidades desses quadros urbanos pré-fabricados. Desânimo de um lado e do outro, cumplicidade na ponta frágil do tecido policial que mais de perto “vigia” essa realidade.
No caso brasileiro é de se perguntar: em que se fundamenta a inércia do poder público de São Paulo – locomotiva nacional – no ordenamento desses seus espaços urbanos perversos? Qual é mesmo o nome do bairro ou logradouro que já vai sendo substituído por “Cracolândia”?
Poucos dias atrás, a Policia Federal apreendeu considerável volume de craque na cidade de Oiapoque, fronteira internacional Brasil/Guiana Francesa. De tudo por tudo ficou o indicativo de que pode não estar tão distante uma cracolândia no Amapá. Aliás, um dos indicadores da “importância” de uma droga e do “status” de uma quadrilha de traficantes é justamente a multiplicação de comunidades organizadas para consumir e difundir. O custo? O que custar.
Em 2006 circulou na internet uma entrevista atribuída ao Sr. Marcola, chefe de tráfico no Brasil, onde se podia ler: “Você é do PCC? Mais que isso, eu sou o sinal dos tempos”; “Nós vivemos do insolúvel, vocês querem defender a normalidade. Não há mais normalidade alguma”; “Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos”; “Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivada na lama, se diplomando nas cadeias. Como um monstro Alien… Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Não há mais solução, a própria idéia de ’solução’ já é um erro, pois não conhecemos nem o problema”; “Sou culto… leio Dante, na prisão”.
Não é fácil a quem está fora da problemática compreender as inter-relações que repetidamente são “explicadas” pelas autoridades para pavimentar tanta tolerância para com cracolândias enquanto cenários urbanos, admitidos, francamente opostos à idéia de que as crianças, todas, pertencem à humanidade, sendo, portanto, dever do Estado cuidá-las com prioridade. Os 19 anos do ECA, proclamando os menores de idade no Brasil como “sujeitos de direito”, têm fundamentos para contraditar as teses do Sr. Marcola? Quantos anos mais serão necessários para vê-lo cumprido?
A televisão tem fixado em molduras de nossas salas a imagem de crianças iguais às nossas, só que maltratadas terrivelmente pelo vício e, bastante comprometidas com praticas criminosas empurradas que são pela busca insana de conseguir dinheiro para sustentar a dependência química.
O “universo” das cracolândias é muito mais vasto do que o amontoado de pessoas sugando aqueles cachimbinhos macabros, cada uma delas revela a face desgastada da administração pública a partir da permissão tácita para a permanência das “tribos” sempre no mesmo local, por sinal muito sujos, insalubres, indefinidamente abandonados de todos os cuidados básicos que o poder público deveria garantir.
Esse aspecto falimentar administrativo tem se mostrado corrosivo o suficiente para desanimar o aparato policial no combate preventivo e investigativo sobre origens e finalidades desses quadros urbanos pré-fabricados. Desânimo de um lado e do outro, cumplicidade na ponta frágil do tecido policial que mais de perto “vigia” essa realidade.
No caso brasileiro é de se perguntar: em que se fundamenta a inércia do poder público de São Paulo – locomotiva nacional – no ordenamento desses seus espaços urbanos perversos? Qual é mesmo o nome do bairro ou logradouro que já vai sendo substituído por “Cracolândia”?
Poucos dias atrás, a Policia Federal apreendeu considerável volume de craque na cidade de Oiapoque, fronteira internacional Brasil/Guiana Francesa. De tudo por tudo ficou o indicativo de que pode não estar tão distante uma cracolândia no Amapá. Aliás, um dos indicadores da “importância” de uma droga e do “status” de uma quadrilha de traficantes é justamente a multiplicação de comunidades organizadas para consumir e difundir. O custo? O que custar.
Em 2006 circulou na internet uma entrevista atribuída ao Sr. Marcola, chefe de tráfico no Brasil, onde se podia ler: “Você é do PCC? Mais que isso, eu sou o sinal dos tempos”; “Nós vivemos do insolúvel, vocês querem defender a normalidade. Não há mais normalidade alguma”; “Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos”; “Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivada na lama, se diplomando nas cadeias. Como um monstro Alien… Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Não há mais solução, a própria idéia de ’solução’ já é um erro, pois não conhecemos nem o problema”; “Sou culto… leio Dante, na prisão”.
Não é fácil a quem está fora da problemática compreender as inter-relações que repetidamente são “explicadas” pelas autoridades para pavimentar tanta tolerância para com cracolândias enquanto cenários urbanos, admitidos, francamente opostos à idéia de que as crianças, todas, pertencem à humanidade, sendo, portanto, dever do Estado cuidá-las com prioridade. Os 19 anos do ECA, proclamando os menores de idade no Brasil como “sujeitos de direito”, têm fundamentos para contraditar as teses do Sr. Marcola? Quantos anos mais serão necessários para vê-lo cumprido?
César Bernardo de Souza
Brasil Contra a Pedofilia
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