quarta-feira, 26 de maio de 2010

Heroína pura causa mortes instantâneas no México e nos EUA


Droga distribuída por traficantes mexicanos é mais potente e mais barata

Traficantes de droga mexicanos estão cada vez mais espalhando uma forma de heroína ultrapotente, que é vendida por valores baratos - cerca de US$ 10 - e é tão pura que pode matar os usuários desavisados de forma instantânea, às vezes antes mesmo que eles tenham removido a seringa de suas veias.
Uma análise da Associated Press sobre os dados de overdose mostra que a chamada heroína "preto alcatrão" - assim nomeada por sua cor escura e consistência grudenta - e outras formas da droga estão contribuindo para um aumento nas mortes por overdose nos Estados Unidos e atraindo uma nova geração de usuários que são pegos de surpresa por sua potência.
"Encontramos pessoas que cheiraram deitadas com o rosto para baixo e o canudo do lado", disse Patrick O'Neil, investigador do condado de Will no subúrbio de Chicago, onde as mortes anuais por causa da heroína quase triplicaram - de 10 para 29 - desde 2006. "Ela é tão potente que ocasionalmente encontramos a agulha no braço na cena da morte."
As autoridades temem que a potência e o preço da heroína vinda do México e da Colômbia possam aumentar o apelo da droga, como o crack fez em relação à cocaína, décadas atrás. A heroína da América Latina vem na forma do alcatrão preto ou pó marrom, e se provou especialmente popular em áreas rurais e suburbanas.
Originalmente associada a astros do rock, hippies e drogados de rua nos anos 1970, a heroína era geralmente contrabandeada da Ásia e do Oriente Médio, e tinha cerca de 5% de pureza. O resto era "enchimento", como açúcar, amido, leite em pó e até poeira de tijolos. A baixa potência fazia com que a maioria dos usuários injetasse a droga para maximizar seus efeitos.
Mas nos últimos anos, traficantes mexicanos melhoraram a forma de processamento da papoula, a flor colorida fornecida pelos fazendeiros de drogas, que fornecem os ingredientes para a heroína, o ópio e analgésicos como a morfina. Os níveis de pureza aumentaram e o preço caiu.
Agentes federais agora encontram costumeiramente heroína com 50% de pureza - chegando, às vezes, a 80%.
A maior potência permite que mais usuários de heroína cheirem ou fumem a droga e ainda consigam um "barato" duradouro - uma alternativa atraente para adolescentes e moradores de subúrbios que não querem os riscos do HIV ou as marcas nos braços que aparecem com as injeções frequentes.


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