Em meio aos protestos populares no Egito, que obrigaram o presidente do país, Hosni Mubarak, a dissolver o gabinete de governo, brasileiros contaram por telefone à BBC Brasil sobre o medo de novos distúrbios e falta de segurança no país.
A turista Fátima Saraiva estava na capital, Cairo, com um grupo de outros 21 brasileiros em um hotel da cidade, perto das áreas dos protestos.
Ela contou que, neste sábado, a agência de viagens conseguiu um ônibus para levá-los ao aeroporto onde conseguiriam embarcar para a Espanha, antes de voltar ao Brasil.
Segundo ela, o grupo chegou no Egito no último dia 14, mas não imaginava que os protestos, que começaram na última terça-feira (25), aumentariam em violência.
"Passamos a ficar apreensivos com os acontecimentos, quando começaram a queimar veículos, prédios e postos de polícia", disse Fátima.
Sem saber como proceder com a falta de segurança no país, o grupo resolveu permanecer no hotel, no centro do Cairo, e aguardar uma pausa na violência.
"Muitos de nós ficamos com medo depois de receber a notícia de que os voos do aeroporto tinham sido cancelados. Alguns chegaram a chorar, achando que não conseguiriam mais sair do país."
Já Larissa Amorim, que mora nos arredores da capital, contou que o medo era muito grande na vizinhança, devido aos saques que ocorriam na cidade.
"Meu marido foi à rua juntamente de outros homens do bairro com facas e bastões para proteger as propriedades", contou ela, que é casada com um egípcio e mora no país desde 2007.
"Nós estamos muito nervosos, mas os moradores falaram que, por enquanto, não havia sinais de distúrbios na área."
Morando há quatro anos em Alexandria, segunda maior cidade do Egito, a brasileira Eleine Magossi disse que inicialmente não se preocupou com os protestos, porque o bairro estava longe das manifestações.
Segundo ela, há o receio de que saqueadores e manifestantes mais violentos venham ao bairro para queimar o palácio de verão do presidente.
"Eu moro em uma área que fica atrás da propriedade onde fica o palácio presidencial, e os moradores têm medo que pessoas venham vandalizar o bairro", disse.
Ela também afirmou que outros 18 brasileiros estavam na cidade, sem saber se poderiam deixar Alexandria devido à falta de segurança nas ruas. Eleine também soube de três brasileiros acampados no aeroporto local devido ao cancelamento de seus voos.
Embaixada do Brasil
O diplomata brasileiro Rubem Amaral disse à BBC Brasil que a embaixada do país no Cairo estava acompanhando a situação de perto, mas que, devido às comunicações precárias, muitas pessoas não conseguiram falar com a representação diplomática.
Os serviços de telefonia celular já foram retomados na capital egípcia, mas a internet está bloqueada deste a sexta-feira, impossibilitando os egípcios de publicar fotos e vídeos dos protestos em redes sociais como Twitter e Facebook.
Amaral disse que a embaixada recomenda aos brasileiros que não saiam de suas residências e hotéis, bem como evitar ruas onde pode ocorrer violência.
Os egípcios voltaram às ruas neste sábado, pelo quinto dia seguido, para pedir a saída do presidente Hosni Mubarak. Pelo menos 38 pessoas já morreram desde o início das manifestações.
Mubarak disse que não renunciará, mas dissolveu o gabinete de governo e deu posse ao novo primeiro-ministro, Ahmed Shafiq, e a um vice-presidente, Omar Suleiman, cargo este que nunca havia sido ocupado nos 31 anos do atual regime.
BBC Brasil
A turista Fátima Saraiva estava na capital, Cairo, com um grupo de outros 21 brasileiros em um hotel da cidade, perto das áreas dos protestos.
Ela contou que, neste sábado, a agência de viagens conseguiu um ônibus para levá-los ao aeroporto onde conseguiriam embarcar para a Espanha, antes de voltar ao Brasil.
Segundo ela, o grupo chegou no Egito no último dia 14, mas não imaginava que os protestos, que começaram na última terça-feira (25), aumentariam em violência.
"Passamos a ficar apreensivos com os acontecimentos, quando começaram a queimar veículos, prédios e postos de polícia", disse Fátima.
Sem saber como proceder com a falta de segurança no país, o grupo resolveu permanecer no hotel, no centro do Cairo, e aguardar uma pausa na violência.
"Muitos de nós ficamos com medo depois de receber a notícia de que os voos do aeroporto tinham sido cancelados. Alguns chegaram a chorar, achando que não conseguiriam mais sair do país."
Já Larissa Amorim, que mora nos arredores da capital, contou que o medo era muito grande na vizinhança, devido aos saques que ocorriam na cidade.
"Meu marido foi à rua juntamente de outros homens do bairro com facas e bastões para proteger as propriedades", contou ela, que é casada com um egípcio e mora no país desde 2007.
"Nós estamos muito nervosos, mas os moradores falaram que, por enquanto, não havia sinais de distúrbios na área."
Morando há quatro anos em Alexandria, segunda maior cidade do Egito, a brasileira Eleine Magossi disse que inicialmente não se preocupou com os protestos, porque o bairro estava longe das manifestações.
Segundo ela, há o receio de que saqueadores e manifestantes mais violentos venham ao bairro para queimar o palácio de verão do presidente.
"Eu moro em uma área que fica atrás da propriedade onde fica o palácio presidencial, e os moradores têm medo que pessoas venham vandalizar o bairro", disse.
Ela também afirmou que outros 18 brasileiros estavam na cidade, sem saber se poderiam deixar Alexandria devido à falta de segurança nas ruas. Eleine também soube de três brasileiros acampados no aeroporto local devido ao cancelamento de seus voos.
Embaixada do Brasil
O diplomata brasileiro Rubem Amaral disse à BBC Brasil que a embaixada do país no Cairo estava acompanhando a situação de perto, mas que, devido às comunicações precárias, muitas pessoas não conseguiram falar com a representação diplomática.
Os serviços de telefonia celular já foram retomados na capital egípcia, mas a internet está bloqueada deste a sexta-feira, impossibilitando os egípcios de publicar fotos e vídeos dos protestos em redes sociais como Twitter e Facebook.
Amaral disse que a embaixada recomenda aos brasileiros que não saiam de suas residências e hotéis, bem como evitar ruas onde pode ocorrer violência.
Os egípcios voltaram às ruas neste sábado, pelo quinto dia seguido, para pedir a saída do presidente Hosni Mubarak. Pelo menos 38 pessoas já morreram desde o início das manifestações.
Mubarak disse que não renunciará, mas dissolveu o gabinete de governo e deu posse ao novo primeiro-ministro, Ahmed Shafiq, e a um vice-presidente, Omar Suleiman, cargo este que nunca havia sido ocupado nos 31 anos do atual regime.
BBC Brasil
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