Ele é considerado um mosaico de ecossistemas florestais e abrange áreas de 17 estados e mais de 3.200 municípios, a maioria das regiões Sul e Sudeste. O bioma da Mata Atlântica, no entanto, teve sua vegetação reduzida a 8% da original — por volta da época do Descobrimento, em 1500, ele ocupava 15% do território brasileiro. Hoje é considerado a quinta vegetação mais ameaçada do mundo, segundo a ONG Conservação Internacional (CI). Um diagnóstico apresentado pela WWF-Brasil e Reserva da Biosfera da Mata Atlântica indicam que os desafios de conservação da biodiversidade do bioma ainda são altos, já que metas estipuladas para 2010 não foram cumpridas. Entre elas, a redução de 100% na taxa de desmatamento e a conservação de pelo menos 10% do seu bioma. Além do diagnóstico negativo, as organizações apontam para ações que devem ser feitas nos próximos 10 anos, quando 17% da Mata Atlântica deverão estar protegidos.
“O desmatamento é a principal causa da perda de biodiversidade, que significa espécies, ecossistemas e variedade genética. Para 2020, as metas são muito ambiciosas. Se não zerarmos o desmatamento, vai ser difícil conquistá-las”, aponta o superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Cláudio Maretti. De acordo com o estudo divulgado, entre 2008 e 2010 o bioma teve uma perda de 20,8 mil hectares. No entanto, observa-se que as taxas de desmatamento são decrescentes desde 1985. O problema está no desequilíbrio entre os estados: enquanto o bioma como um todo teve uma redução de 21% do desmatamento na comparação entre os períodos 2008-2010 e 2005-2008, o estado de Minas Gerais aumentou a taxa em 15%, perdendo, desde 2008, 125km², ou o equivalente a toda área de uma cidade como Vancouver (Canadá). Altos índices de desmatamento também são encontrados no Paraná (2.699ha) e em Santa Catarina (2.149ha). Além da agropecuária, a degradação do sistema está relacionada ao intenso processo de urbanização das áreas alcançadas pelo bioma e a obras de infraestrutura. Um exemplo citado por Maretti é a proposta da construção de um porto e uma ferrovia em Ilhéus (BA).
Avanços
O estudo se debruça em 51 metas nacionais para proteção da floresta, baseadas em diretrizes globais da Convenção das Nações Unidas sobre Conservação da Diversidade Biológica. Ele aponta que os maiores avanços no bioma ocorreram na área da produção do conhecimento — a Mata Atlântica conta com uma listagem completa das cerca de 16 mil plantas diferentes e das áreas prioritárias de conservação.
Mas para Maretti, muito ainda deverá ser feito para o alcance de novas metas: “Hoje, temos 8,9% do bioma em unidades de conservação públicas e privadas. Daqui para frente, o governo deve se empenhar em inventariar todas as áreas que ainda tenham interesse de proteção e fazer um esforço para criar novos parques e reservas pública. Uma ideia é aprovar a dedução do imposto de renda vinculada à conservação e promover o uso sustentável da biodiversidade”, defende.
A pior seca em cinco anos
A seca na Amazônia, em 2010, foi mais severa e mais generalizada que a de 2005 — considerada a mais grave da região nos últimos 100 anos. Estudo de pesquisadores brasileiros e britânicos, publicado na Science, indica que a estiagem de 2010 pode provocar a emissão de 5 bilhões de toneladas de CO². A de cinco anos antes emitiu entre 4,5 bilhões.
“O desmatamento é a principal causa da perda de biodiversidade, que significa espécies, ecossistemas e variedade genética. Para 2020, as metas são muito ambiciosas. Se não zerarmos o desmatamento, vai ser difícil conquistá-las”, aponta o superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Cláudio Maretti. De acordo com o estudo divulgado, entre 2008 e 2010 o bioma teve uma perda de 20,8 mil hectares. No entanto, observa-se que as taxas de desmatamento são decrescentes desde 1985. O problema está no desequilíbrio entre os estados: enquanto o bioma como um todo teve uma redução de 21% do desmatamento na comparação entre os períodos 2008-2010 e 2005-2008, o estado de Minas Gerais aumentou a taxa em 15%, perdendo, desde 2008, 125km², ou o equivalente a toda área de uma cidade como Vancouver (Canadá). Altos índices de desmatamento também são encontrados no Paraná (2.699ha) e em Santa Catarina (2.149ha). Além da agropecuária, a degradação do sistema está relacionada ao intenso processo de urbanização das áreas alcançadas pelo bioma e a obras de infraestrutura. Um exemplo citado por Maretti é a proposta da construção de um porto e uma ferrovia em Ilhéus (BA).
Avanços
O estudo se debruça em 51 metas nacionais para proteção da floresta, baseadas em diretrizes globais da Convenção das Nações Unidas sobre Conservação da Diversidade Biológica. Ele aponta que os maiores avanços no bioma ocorreram na área da produção do conhecimento — a Mata Atlântica conta com uma listagem completa das cerca de 16 mil plantas diferentes e das áreas prioritárias de conservação.
Mas para Maretti, muito ainda deverá ser feito para o alcance de novas metas: “Hoje, temos 8,9% do bioma em unidades de conservação públicas e privadas. Daqui para frente, o governo deve se empenhar em inventariar todas as áreas que ainda tenham interesse de proteção e fazer um esforço para criar novos parques e reservas pública. Uma ideia é aprovar a dedução do imposto de renda vinculada à conservação e promover o uso sustentável da biodiversidade”, defende.
A pior seca em cinco anos
A seca na Amazônia, em 2010, foi mais severa e mais generalizada que a de 2005 — considerada a mais grave da região nos últimos 100 anos. Estudo de pesquisadores brasileiros e britânicos, publicado na Science, indica que a estiagem de 2010 pode provocar a emissão de 5 bilhões de toneladas de CO². A de cinco anos antes emitiu entre 4,5 bilhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário