Chega ao DF curso de pós-graduação voltado para o atendimento de pessoas com síndrome de Down. Voltadas para profissionais das áreas de saúde e educação, as aulas têm como proposta a interdisciplinaridade
A chegada da pequena Ana Beatriz na família Quadros, há um ano e quatro meses, foi uma grande alegria, mas trouxe mais preocupações que na maioria dos nascimentos de bebês. Ela tem síndrome de Down, um distúrbio genético que compromete habilidades físicas, psíquicas e de fala. Preocupada com o futuro da filha, a fisioterapeuta Nadja Quadros, 37, procurou ajuda de profissionais em várias áreas e descobriu que a formação da maioria é falha. “Com o nascimento da Ana, percebi o hiato que existe entre as necessidades do Down e o que o mercado de trabalho oferece em termos de cuidados. Eu acho que a melhora só vem com a formação”, opina a mãe.
Preocupada não só com a filha, mas com a situação das pessoas que têm a síndrome no Distrito Federal, ela procurou o Instituto Ápice de Saúde, sugerindo que fosse realizado um curso preparatório especificamente para profissionais que trabalham com esses pacientes. Entusiasmados com a ideia de Nadja, os representantes da instituição uniram-se à Extensão e Pós-graduação em Saúde (Cetrex) da Faculdade JK e ao Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo (Cepec/SP). Da parceria, surgiu a pós-graduação lato sensu Abordagem Interdisciplinar em Síndrome de Down.
A proposta do curso não é apenas unir teoria e prática, mas também possibilitar que alunos e professores compartilhem experiências profissionais que tiveram. A psicóloga Carla Cristina Vasconcelos, 32 anos, está terminando um mestrado na área e se matriculou no curso por acreditar que aquilo que as outras especialidades têm a oferecer vai acrescentar muito ao seu trabalho. “O ser humano não é composto só pelo lado psíquico. Não posso negar que existam todas as outras facetas e necessidades de tratamento. Como psicóloga, preciso entender como funciona o nascimento dos dentes, o relacionamento familiar, com colegas de escola e professores, a dieta regrada que eles precisam ter”, justifica.
O que os organizadores esperam com o curso é que os cuidadores tenham a formação necessária para compreender como lidar adequadamente com os pacientes com Down. Além da diversidade de graduação dos alunos, os professores vêm de diversas áreas de atuação. Segundo Nadja, que é coordenadora pedagógica da pós-graduação no DF, a opção pelo curso multidisciplinar gerou controvérsias na hora do planejamento, mas foi a melhor opção. “O paciente é um todo, e aí deve entrar a interdisciplinaridade. Não no sentido de que eu seja obrigada a aprender outra especialidade para ser capaz de cuidar de um Down, mas é interessante absorver dados externos que possam me ajudar no exercício da minha profissão” , explica Nadja.
Para a psicóloga Carla Cristina, a busca por formação faz toda a diferença para quem cuida de pessoas com síndrome de Down. “Com o mestrado, já aprendi a lidar com as crianças de forma diferente de quando tinha apenas a graduação. Trouxe essa vivência para o grupo da pós e foi muito interessante, porque a minha experiência importa para outras especialidades. Tem sido uma troca muito construtiva”, anima-se.
Em diferentes frentes
Ana Beatriz não motivou apenas a mãe a buscar ajuda. O dentista Sérgio Quadros, 47 anos, é tio da menina e, ao conviver com ela, notou as falhas que existem na profissão. “Percebi que existe a necessidade desse curso para todas as especialidades na odontologia. Existem pontos específicos no tratamento que só a formação traz, principalmente no âmbito da convivência com o paciente”, opina o tio coruja, que já se interessava no tratamento de pessoas com Down antes da chegada da bebê. A sobrinha foi o pontapé inicial para ele buscar a formação e apoiar Nadja na hora de procurar ajuda.
Esposa de Sérgio, a pedagoga Miriam Quadros anos, 43 anos, orientava professoras a ensinarem crianças especiais no Colégio Rogacionista quando a sobrinha nasceu. Agora, depois de ingressar no curso, ela percebeu os muitos erros que existem na escola: “Orientei as educadoras a adaptarem os conteúdos à capacidade dos alunos especiais. Isso acaba gerando segregação. É necessário ter o mesmo currículo escolar para todas as crianças, mas tratar cada uma de acordo com suas necessidades”.
Com o interesse de tantos profissionais em entender esse universo tão específico das pessoas com Down, os responsáveis pela especialização pretendem dar continuidade ao curso sempre que houver demanda. A coordenação ainda estuda com a Secretaria de Educação do Distrito Federal a possibilidade de oferecer bolsas parciais a professores da rede pública de ensino. A demanda por essa carreira é grande e a causa, nobre: se tratados com carinho e estimulados de maneira correta pelos cuidadores de cada especialidade, a qualidade de vida dos portadores de Down aumenta, bem como as possibilidades de progredirem profissional, acadêmica e emocionalmente.
Fique por dentro
A chegada da pequena Ana Beatriz na família Quadros, há um ano e quatro meses, foi uma grande alegria, mas trouxe mais preocupações que na maioria dos nascimentos de bebês. Ela tem síndrome de Down, um distúrbio genético que compromete habilidades físicas, psíquicas e de fala. Preocupada com o futuro da filha, a fisioterapeuta Nadja Quadros, 37, procurou ajuda de profissionais em várias áreas e descobriu que a formação da maioria é falha. “Com o nascimento da Ana, percebi o hiato que existe entre as necessidades do Down e o que o mercado de trabalho oferece em termos de cuidados. Eu acho que a melhora só vem com a formação”, opina a mãe.
Preocupada não só com a filha, mas com a situação das pessoas que têm a síndrome no Distrito Federal, ela procurou o Instituto Ápice de Saúde, sugerindo que fosse realizado um curso preparatório especificamente para profissionais que trabalham com esses pacientes. Entusiasmados com a ideia de Nadja, os representantes da instituição uniram-se à Extensão e Pós-graduação em Saúde (Cetrex) da Faculdade JK e ao Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo (Cepec/SP). Da parceria, surgiu a pós-graduação lato sensu Abordagem Interdisciplinar em Síndrome de Down.
A proposta do curso não é apenas unir teoria e prática, mas também possibilitar que alunos e professores compartilhem experiências profissionais que tiveram. A psicóloga Carla Cristina Vasconcelos, 32 anos, está terminando um mestrado na área e se matriculou no curso por acreditar que aquilo que as outras especialidades têm a oferecer vai acrescentar muito ao seu trabalho. “O ser humano não é composto só pelo lado psíquico. Não posso negar que existam todas as outras facetas e necessidades de tratamento. Como psicóloga, preciso entender como funciona o nascimento dos dentes, o relacionamento familiar, com colegas de escola e professores, a dieta regrada que eles precisam ter”, justifica.
O que os organizadores esperam com o curso é que os cuidadores tenham a formação necessária para compreender como lidar adequadamente com os pacientes com Down. Além da diversidade de graduação dos alunos, os professores vêm de diversas áreas de atuação. Segundo Nadja, que é coordenadora pedagógica da pós-graduação no DF, a opção pelo curso multidisciplinar gerou controvérsias na hora do planejamento, mas foi a melhor opção. “O paciente é um todo, e aí deve entrar a interdisciplinaridade. Não no sentido de que eu seja obrigada a aprender outra especialidade para ser capaz de cuidar de um Down, mas é interessante absorver dados externos que possam me ajudar no exercício da minha profissão” , explica Nadja.
Para a psicóloga Carla Cristina, a busca por formação faz toda a diferença para quem cuida de pessoas com síndrome de Down. “Com o mestrado, já aprendi a lidar com as crianças de forma diferente de quando tinha apenas a graduação. Trouxe essa vivência para o grupo da pós e foi muito interessante, porque a minha experiência importa para outras especialidades. Tem sido uma troca muito construtiva”, anima-se.
Em diferentes frentes
Ana Beatriz não motivou apenas a mãe a buscar ajuda. O dentista Sérgio Quadros, 47 anos, é tio da menina e, ao conviver com ela, notou as falhas que existem na profissão. “Percebi que existe a necessidade desse curso para todas as especialidades na odontologia. Existem pontos específicos no tratamento que só a formação traz, principalmente no âmbito da convivência com o paciente”, opina o tio coruja, que já se interessava no tratamento de pessoas com Down antes da chegada da bebê. A sobrinha foi o pontapé inicial para ele buscar a formação e apoiar Nadja na hora de procurar ajuda.
Esposa de Sérgio, a pedagoga Miriam Quadros anos, 43 anos, orientava professoras a ensinarem crianças especiais no Colégio Rogacionista quando a sobrinha nasceu. Agora, depois de ingressar no curso, ela percebeu os muitos erros que existem na escola: “Orientei as educadoras a adaptarem os conteúdos à capacidade dos alunos especiais. Isso acaba gerando segregação. É necessário ter o mesmo currículo escolar para todas as crianças, mas tratar cada uma de acordo com suas necessidades”.
Com o interesse de tantos profissionais em entender esse universo tão específico das pessoas com Down, os responsáveis pela especialização pretendem dar continuidade ao curso sempre que houver demanda. A coordenação ainda estuda com a Secretaria de Educação do Distrito Federal a possibilidade de oferecer bolsas parciais a professores da rede pública de ensino. A demanda por essa carreira é grande e a causa, nobre: se tratados com carinho e estimulados de maneira correta pelos cuidadores de cada especialidade, a qualidade de vida dos portadores de Down aumenta, bem como as possibilidades de progredirem profissional, acadêmica e emocionalmente.
Fique por dentro
Abordagem Interdisciplinar em Síndrome de Down
Saiba um pouco mais sobre o curso oferecido pela Faculdade JK
» É um encontro semanal, durante dois anos
» É direcionado para pessoas formadas na área de educação e saúde
» A carga horária é de 535 horas/aula, além das 100 horas de estágio supervisionado (opcional)
» A mensalidade é de R$ 685 e a matrícula, de R$ 100
» Ainda há vagas para a primeira turma, que já teve o primeiro encontro
» É possível conseguir desconto para grupos, empresas ou pela indicação de amigos para o curso
Informações: (61) 3963-9930
Saiba um pouco mais sobre o curso oferecido pela Faculdade JK
» É um encontro semanal, durante dois anos
» É direcionado para pessoas formadas na área de educação e saúde
» A carga horária é de 535 horas/aula, além das 100 horas de estágio supervisionado (opcional)
» A mensalidade é de R$ 685 e a matrícula, de R$ 100
» Ainda há vagas para a primeira turma, que já teve o primeiro encontro
» É possível conseguir desconto para grupos, empresas ou pela indicação de amigos para o curso
Informações: (61) 3963-9930
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