CURITIBA - Cerca de 24,8 mil moradores das regiões litorâneas do Paraná foram afetados pela enxurrada que castigou as cidades litorâneas de Antonina, Morretes e Paranaguá, no Paraná. Além destes, Guaratuba, Mangueirinha, Honório Serpa e São José dos Pinhais também foram atingidos pelas chuvas desde a última quinta-feira. Desse total, 2,9 mil residências foram danificadas e mais de 8,7 mil pessoas estão desalojadas. De acordo com a Defesa Civil, três pessoas morreram levadas pelas águas e duas ainda continuam desaparecidas. Semelhante à devastação vivida pelo Rio de Janeiro, a enxurrada derrubou casas das encostas e isolou os municípios do litoral. Conforme dados do Sistema Meteorológico do Paraná, choveu na região da serra em dois dias cerca de 340 milímetros, quando a média esperada para todo o mês de março é de 270 milímetros.
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Em Morretes, cidade histórica do Paraná, a devastação foi uma das piores. A Defesa Civil contabiliza 15,1 mil pessoas afetadas, obrigando o município a decretar estado de calamidade pública. Após um deslizamento de terra ocorrido na noite de sexta-feira, uma pessoa morreu e outra continua desaparecida. A região está isolada sem telefone, água ou energia. A comunidade de Floresta, distrito do município de Morretes, teve cerca de 40 casas levadas pela água. A localidade, formada em sua maioria por agricultores, ficou isolada por 24 horas até o Corpo de Bombeiros resgatar os moradores através de helicópteros. A lama cobriu a rua principal e isolou a região, sendo possível chegar até lá somente a pé ou por uma trilha aberta na mata.
Veja a destruição causada pela chuva no Paraná
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Em Morretes, cidade histórica do Paraná, a devastação foi uma das piores. A Defesa Civil contabiliza 15,1 mil pessoas afetadas, obrigando o município a decretar estado de calamidade pública. Após um deslizamento de terra ocorrido na noite de sexta-feira, uma pessoa morreu e outra continua desaparecida. A região está isolada sem telefone, água ou energia. A comunidade de Floresta, distrito do município de Morretes, teve cerca de 40 casas levadas pela água. A localidade, formada em sua maioria por agricultores, ficou isolada por 24 horas até o Corpo de Bombeiros resgatar os moradores através de helicópteros. A lama cobriu a rua principal e isolou a região, sendo possível chegar até lá somente a pé ou por uma trilha aberta na mata.
Veja a destruição causada pela chuva no Paraná
- Tudo virou rio. Eu estava em Paranaguá. Meus parentes subiram o morro quando chegou a chuva. Foram resgatados de helicóptero - disse o motorista de caminhão Juliano Henrique Silva.
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Os sobreviventes contaram que só não foram atingidos pelos deslizamentos porque ficaram juntos em um criadouro de cabritos, localizado em um ponto isolado da comunidade. A moradora Ivanilde Xavier de Almeida teve que se agarrar a um botijão de gás para não ser levada pela enxurrada, enquanto Edileuza Maria dos Santos, emocionada, relata que nunca testemunhou tamanha destruição.
- Por volta das duas horas das tarde a gente começou a sair correndo. A gente se abrigou na cabana, que é um lugar que cria cabana, vizinha da minha casa. Se não fosse a cabana, eu não sei
Caminhões estão proibidos de trafegar na BR 277
No sábado, um desmoronamento de terra bloqueou o tráfego de veículos entre Curitiba e o litoral e as rodovias estaduais estão interditadas. Já a pista da BR 277, no sentido Curitiba, foi liberada somente nesta segunda-feira para o tráfego, mas caminhões estão proibidos de transitar pela rodovia. Em direção a Paranaguá, no litoral, a queda de uma árvore interdita completamente a via.
Essa situação prejudica em especial os caminhoneiros que fazem justamente nessa época o escoamento da safra de soja. De acordo com a Administração do Porto de Paranaguá e Antonina, a Polícia Rodoviária Federal está dando prioridade de passagem na rodovia para veículos leves (carros e motos). A liberação da fila de caminhões vai depender de uma avaliação sobre as condições das cabeceiras de pontes que ligam a BR-277 ao porto.
A BR-376, que havia sido liberada, voltou a ser interditada nesta segunda-feira devido à queda de barreira. Segundo a concessionária que administra a rodovia, o tráfego para quem vai sentido Santa Catarina está sendo desviado para Tijucas do Sul. Já para quem segue rumo ao Paraná, o tráfego é desviado para Garuva. Não há previsão para que as pistas sejam liberadas e a orientação é para que os motoristas façam a viagem pela BR-116.
Além da situação das estradas, a população sofre com a falta de energia e água. O abastecimento de água deve ser regularizado de 90 a 120 dias, tempo para recuperar os mananciais atingidos pelas chuvas.
Ajuda do governo federal
Em Paranaguá, escolas estão com as aulas suspensas e já há falta de alimentos e água potável. O prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, que decretou estado de emergência, segue a Brasília nesta terça-feira pedir ajuda do governo federal.
- Tivemos vários pontos de alagamento em toda a cidade, com queda de pontes e destruição das estradas. Além disso, houve problemas no abastecimento de água devido ao rompimento de barragem. Precisamos de ajuda do governo federal para recuperar tudo isso - pediu.
O governador do Paraná, Beto Richa, já acionou os ministérios da Defesa, da Integração Regional e a Casa Civil em busca de recursos federais para ajudar os municípios afetados e atender moradores que perderam as casas e precisam de alimentos, medicamentos, água, roupas e outros utensílios.
- Vamos fazer um levantamento e ver o que é possível ajudar em termos financeiros. O Ministério da Integração Regional colocou-se à disposição para ajudar financeiramente, principalmente os três municípios mais afetados.
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Os sobreviventes contaram que só não foram atingidos pelos deslizamentos porque ficaram juntos em um criadouro de cabritos, localizado em um ponto isolado da comunidade. A moradora Ivanilde Xavier de Almeida teve que se agarrar a um botijão de gás para não ser levada pela enxurrada, enquanto Edileuza Maria dos Santos, emocionada, relata que nunca testemunhou tamanha destruição.
- Por volta das duas horas das tarde a gente começou a sair correndo. A gente se abrigou na cabana, que é um lugar que cria cabana, vizinha da minha casa. Se não fosse a cabana, eu não sei
Caminhões estão proibidos de trafegar na BR 277
No sábado, um desmoronamento de terra bloqueou o tráfego de veículos entre Curitiba e o litoral e as rodovias estaduais estão interditadas. Já a pista da BR 277, no sentido Curitiba, foi liberada somente nesta segunda-feira para o tráfego, mas caminhões estão proibidos de transitar pela rodovia. Em direção a Paranaguá, no litoral, a queda de uma árvore interdita completamente a via.
Essa situação prejudica em especial os caminhoneiros que fazem justamente nessa época o escoamento da safra de soja. De acordo com a Administração do Porto de Paranaguá e Antonina, a Polícia Rodoviária Federal está dando prioridade de passagem na rodovia para veículos leves (carros e motos). A liberação da fila de caminhões vai depender de uma avaliação sobre as condições das cabeceiras de pontes que ligam a BR-277 ao porto.
A BR-376, que havia sido liberada, voltou a ser interditada nesta segunda-feira devido à queda de barreira. Segundo a concessionária que administra a rodovia, o tráfego para quem vai sentido Santa Catarina está sendo desviado para Tijucas do Sul. Já para quem segue rumo ao Paraná, o tráfego é desviado para Garuva. Não há previsão para que as pistas sejam liberadas e a orientação é para que os motoristas façam a viagem pela BR-116.
Além da situação das estradas, a população sofre com a falta de energia e água. O abastecimento de água deve ser regularizado de 90 a 120 dias, tempo para recuperar os mananciais atingidos pelas chuvas.
Ajuda do governo federal
Em Paranaguá, escolas estão com as aulas suspensas e já há falta de alimentos e água potável. O prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, que decretou estado de emergência, segue a Brasília nesta terça-feira pedir ajuda do governo federal.
- Tivemos vários pontos de alagamento em toda a cidade, com queda de pontes e destruição das estradas. Além disso, houve problemas no abastecimento de água devido ao rompimento de barragem. Precisamos de ajuda do governo federal para recuperar tudo isso - pediu.
O governador do Paraná, Beto Richa, já acionou os ministérios da Defesa, da Integração Regional e a Casa Civil em busca de recursos federais para ajudar os municípios afetados e atender moradores que perderam as casas e precisam de alimentos, medicamentos, água, roupas e outros utensílios.
- Vamos fazer um levantamento e ver o que é possível ajudar em termos financeiros. O Ministério da Integração Regional colocou-se à disposição para ajudar financeiramente, principalmente os três municípios mais afetados.
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