segunda-feira, 14 de março de 2011

Médicos dizem que falha em aparelho levou à amputação de perna de bebê



Os dois médicos do Instituto Fernandes Figueira, no Flamengo, na Zona Sul do Rio, que prestaram depoimento na manhã desta segunda-feira (14), na 9ª DP (Catete), disseram que o mau funcionamento do equipamento do bisturi elétrico levou à amputação da perna de um bebê-recém nascido.

A menina com pouco mais de 15 dias de nascida passava por uma cirurgia para tratar uma hidroanencefalia, quando teve a perna direita seriamente queimada por uma placa de metal.
O delegado Pedro Paulo Pinho ouviu um neurocirurgião, que trabalhou como assistente na cirurgia, e o pediatra que está fazendo o acompanhamento médico da criança. Eles contaram detalhes da cirurgia e os desdobramentos após o acidente. O chefe da equipe médica, que está viajando a trabalho, deve prestar depoimento na próxima quarta-feira (16).
O delegado disse que vai aguardar o laudo da perícia técnica para saber se houve erro médico. Ele solicitou que a criança fosse submetida a exame de corpo de delito e requisitou à direção do IFF o prontuário médico de atendimento ao bebê. O delegado não descarta a hipótese de indiciar o chefe da equipe médica por lesão corporal culposa.
A criança segue internada na UTI do Instituto Fernandes Figueira e seu quadro é estável.

Mãe nega receber ajuda do Instituto
Ainda em estado de choque, a mãe do bebê, Karen Caroline da Silva, negou, na sexta-feira (11), que estivesse recebendo qualquer ajuda do Instituto Fernandes Figueira (IFF). Durante uma entrevista coletiva no IFF, o diretor da instituição, Carlos Maciel, afirmou que a mãe da menina estava recebendo todo o apoio necessário, inclusive com a atenção de assistentes sociais, psicólogos e equipes médicas.
“Estou aqui todo dia e nenhuma assistente me procurou. A única coisa que me deram foi um Riocard (bilhete eletrônico de ônibus) no valor de R$ 40, que já acabou”, disse na sexta-feira a mãe do bebê, de 20 anos, que voltou a afirmar que pretende processar o hospital.

Cestas básicas
Já a avó da criança, Maria da Penha, de 45 anos, reagiu indignada ao saber que o médico responsável pela cirurgia de sua neta, que resultou na amputação da perna do bebê de 18 dias, pode pagar a pena por erro médico com fornecimento de cestas básicas.
“Isso me deixa descrente da Justiça, de tudo. A vida dela não pode valer só isso. Minha neta ia operar a cabeça e perdeu a perna”, disse a avó, em prantos, ao chegar ao hospital.


G1

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