terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Conselho quer fim da reprovação de crianças até 8 anos


Para críticos, medida seria uma forma de mascarar a má qualidade do ensino

Novas diretrizes curriculares aprovadas pelo Conselho Nacional da Educação (CNE) e homologadas pelo Ministério da Educação (MEC) recomendam que os três primeiros anos do ensino fundamental, que abrangem crianças de 6 a 8 anos, sejam feitos em um ciclo, sem reprovação. As regras foram publicadas nesta terça-feira no Diário Oficial.
Discutida ao longo dos últimos anos, a proposta já é colocada em prática por algumas cidades e estados, como Minas Gerais e São Paulo. "Estudos mostram que essa iniciativa pode trazer ótimos resultados", afirma a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda. O principal deles seria evitar que crianças que apresentam um baixo desempenho no primeiro ano se sintam desestimuladas. "A experiência mostra que as maiores taxas de abandono escolar ocorrem entre alunos que repetiram nos primeiros anos de escola", completa.
Para críticos da proposta, a medida seria uma forma de mascarar o problema de má qualidade de ensino. O relator do processo no CNE, o conselheiro Cesar Callegari, diz que o propósito da medida é proteger o estudante. "A todas as crianças é dado o direito de estar alfabetizada aos 8 anos. Muitos alunos apresentam diferenças no ritmo do aprendizado, mas, até o 3.º ano, todos têm condições de ler e escrever", diz.
Em uma escola de qualidade ruim, o problema poderia ser revelado antes do terceiro ano. "Não é para o aluno ficar solto. A ideia é que seja feita uma série de avaliações. Qualquer problema no desenvolvimento do aluno poderia ser captado", afirma Callegari. De acordo com o conselheiro, o MEC está definindo quais são as expectativas de aprendizagem para cada etapa, para que em cada ciclo o aluno seja acompanhado.
"As avaliações deverão ser feitas sobretudo em procedimentos de observação, registros de atividades", diz Maria do Pilar. A secretária de Educação Básica argumenta ainda que a avaliação da escola não é feita por meio dos índices de repetência.
As escolas têm autonomia para adotar ou não as diretrizes publicadas hoje. Maria do Pilar salienta que mesmo as escolas que preferirem manter o regime seriado serão recomendadas a manter os três anos num bloco pedagógico.

(Com Agência Estado)


2 comentários:

  1. Nao e de admirar essa atitude do governo. Se e para os professores serem subjugados pelos alunos, que seja! Mas vejamos por este angulo, como e que a crianca vai decidir o que ela quer aprender se nao souber nem sequer ler? Nao e um contra senso? Veja isto: "Sobretudo para crianças nessa fase, não tem cabimento nenhum atribuir à criança a insuficiência da aprendizagem quando a responsabilidade é da escola.."O que isso tem a ver com a reprovacao na primeira serie se ela nao tiver sido alfabetizada? Se e assim por que e que ficam mudando a grade ao bel prazer de governantes inescrupulosos? Por que nao deixam a Escola decidir como alfabetizar a crianca no primeiro ano escolar? E assim que deve ser e ponto final. Falo assim por que sou professora nao de primario mas sei onde e que esta o erro. Certamente nao na escola.

    ResponderExcluir
  2. Qual o interesse do governo em dar educação?
    E qual interesse terá uma criança em aprender se o próprio 'chefe da nação' vive gritando a sua grande cultura?
    Em suas cabecinhas imaginam que um dia vão chegar lá como ele chegou.........

    ResponderExcluir

Verbratec© Desktop.