quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Justiça bloqueia herança de filha presa suspeita da morte dos pais em SP


SÃO PAULO - O Ministério Público de São Paulo obteve na Justiça o bloqueio da herança de Roberta Nogueira Cobra Tafner, presa juntamente com o marido, Willians de Sousa, suspeitos da morte dos pais dela, Tereza Maria do Carmo Nogueira Cobra e Wilson Roberto Tafner no dia 2 de outubro, em São Paulo. A Justiça concedeu liminar determinando o sequestro dos direitos hereditários de Roberta em relação aos bens móveis e imóveis deixados pelas vítimas. Para o Ministério Público, o crime foi cometido por interesses patrimoniais, para adiantar o recebimento da parte da herança que cabia a Roberta, e também para que o casal recebesse os prêmios dos seguros de vida das vítimas, que tinham Roberta como beneficiária.
O casal foi morto a facadas dentro de casa, no condomínio Portal das Acácias, em Alphaville. Tafner foi morto no quarto, com 10 facadas. A mulher dele foi assassinada no corredor, com 16 facadas. A polícia havia descartado a possibilidade de latrocínio , que é roubo seguido de morte.
A investigação encontrou pelo menos 15 manchas de sangue na casa dos dois suspeitos presos. Segundo a polícia, em pelo menos uma das manchas, o sangue encontrado pertence à mãe de Roberta.
O Ministério Público ofereceu denúncia à 1ª Vara Criminal de Barueri, nessa terça-feira. Roberta e Wilson foram denunciados por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas). A promotora de Justiça Juliana Peres Almenara, que assina a denúncia, também obteve liminar em ação cautelar, prevendo o bloqueio de pagamento dos prêmios de seguros de vida contratados pelas vítimas, além do sequestro dos bens dos dois denunciados.
A denúncia destaca ainda uma agravante contra Roberta, por ter cometido o crime contra ascendente, e pede o aumento da pena contra ambos em razão de o crime ter sido praticado contra pessoas maiores de 60 anos.A Justiça recebeu a denúncia e decretou prisão de ambos.
De acordo com a denúncia, Tereza era uma advogada bem sucedida e possuía um escritório em Alphaville, no qual Roberta chegou a trabalhar. Wilson era empresário e acumulava grande patrimônio. Ambas as vítimas possuíam diversas contas bancárias e seguros de vida.
Segundo a denúncia do MP, o casal não aprovava o relacionamento de Roberta com Willians, que se casaram sobre o regime de comunhão parcial de bens contrariando os pais, que queriam a realização de um pacto antenupcial. Segundo as investigações, a convivência familiar era tumultuada, especialmente porque Willians e Roberta desejavam que Tereza e Wilson transferissem para eles a propriedade da residência em que moravam. Várias discussões ocorreram na família e Willians demonstrou ser uma pessoa agressiva e fez ameaças de morte contra os sogros.
Meses antes do assassinato, Tereza demitiu Roberta do escritório de advocacia por suspeitar do seu envolvimento da filha e do genro no furto de dinheiro.
A denúncia diz que Willians e Roberta tramaram a morte do casal. Aproveitando-se de que os sogros estavam na casa de uma vizinha no condomínio, Willians entrou na residência das vítimas, abriu a janela do quarto de hóspedes e forjou uma pegada no colchão ali existente, simulando uma invasão por terceira pessoa. Depois, escondeu-se no imóvel e matou Wilson e Teresa a socos e facadas, logo que os sogros chegaram em casa, pouco depois da meia noite. Após o crime, Willians voltou para casa, onde, com a ajuda da mulher, limpou as manchas de sangue deixadas ao entrar na residência.



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