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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Defesa de Bruno vê decisão da justiça de Minas com 'muito entusiasmo'
Goleiro e mais 3 vão a júri popular pela morte de Eliza Samudio Outros 4 réus também foram absolvidos, mas respondem em liberdade.
O advogado de defesa do goleiro Bruno, Cláudio Dalledone, disse ao G1 que enxerga com muito entusiasmo a decisão de pronúncia anunciada nesta sexta-feira (17) pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues. De acordo com o defensor, “a decisão de pronúncia evidenciou que a acusação veio se desmoronando no curso do processo. As pessoas foram soltas, foram libertadas, elas foram também impronunciadas em relação ao homicídio." Para Daledone, "essa acusação, ela veio se desmoronando no curso do processo. O contrário teria que acontecer, caso a prova viesse sendo produzida, e viesse sendo conveniente para a acusação. Isso não ocorreu. ao contrário, ela veio se esvaziando. Isso a defesa enxerga com muito entusiasmo". Para concluir o defensor acredita que Bruno será absolvido, "porque nós, quando chegarmos ao júri, pouco ou nada sobrará para a acusação, e o Bruno será absolvido."
O advogado disse ainda que a próxima providência tomada pela defesa de Bruno será a entrada de um recurso pedindo a anulidade do processo, pois segundo ele, “a decisão não garantiu a amplitude de defesa”. O advogado citou alguns exemplos sobre essa não garantia. “Não pudemos ouvir os delegados. O Bruno ficou indefeso em várias ocasiões durante o processo. O goleiro foi impedido de acompanhar algumas audiências e isso é uma garantia do réu”, disse.
Bruno Fernandes, Luiz Henrique Romão - o Macarrão -, Sérgio Rosa Sales e Marcos Aparecido dos Santos - o Bola -, vão a júri popular pela morte e ocultação do cadáver de Eliza Samudio. O goleiro, Macarrão e Sérgio também vão responder pelo sequestro da jovem. Outros quatro réus, Dayanne Souza, Fernanda de Castro; Elenilson da Silva e Wemerson Marques, também vão a júri popular, pelo sequestro da jovem. A decisão foi divulgada nesta sexta-feira (17), pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Não há previsão de data para o julgamento, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Cabe recurso da decisão.
Bruno, Macarrão e Sérgio vão responder por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e impedimento de defesa da vítima), sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver. O ex-policial Bola vai responder por dois crimes: homicídio duplamente qualificado (meio cruel e impedimento de defesa por parte da vítima) e ocultação de cadáver. Bruno, Macarrão e Bola estão presos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e Sérgio está preso no Centro de Remanejamento (Ceresp) São Cristóvão, na região noroeste da capital mineira.
Dayanne de Souza, Fernanda Gomes de Castro, Elenilson Vitor da Silva, Wemerson Marques vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, mas vão responder em liberdade. Segundo a pronúncia da juíza Marixa Rodrigues, Dayanne, Silva e Marques vão responder pelo sequestro do filho de Eliza. Já Fernanda vai ser julgada por sequestro de Eliza e da criança. Todos eles vão a júri popular porque o crime de sequestro foi considerado pela juíza conexo à morte de Eliza. Dayanne e Fernanda estão presas em Belo Horizonte, e Silva e Marques estão presos em Contagem.
Flávio Caetano Araújo, que conseguiu um alvará de soltura no dia 26 de novembro e foi liberado no dia seguinte, foi absolvido de todas as acusações.
No dia 4 de agosto, o Ministério Público de Minas Gerais denunciou os nove réus por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor, exceto Bola, que responderá por dois crimes. O ex-policial foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
O que dizem os demais advogados
O advogado que defende o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, disse que vai recorrer da decisão da Comarca de Contagem. De acordo com ele, na próxima segunda-feira (20) já vai trabalhar no recurso e dará entrada no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Caso o pedido seja negado, Oliveira disse que recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, se ainda for necessário, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O defensor de Sérgio Rosa Sales, Marco Antônio Siqueira, disse que só vai falar após receber e analisar a decisão de pronúncia da juíza. Ele adiantou que deve entrar com recurso e habeas corpus no Tribunal de Justiça.
A advogada Carla Silene, que defende Fernanda Gomes de Castro, quando falou com o G1 aguardava o alvará de soltura da cliente para que ela pudesse ser libertada.
O advogado Frederico Franco, defensor de Elenilson Vitor da Silva, disse que a juíza fez justiça e trabalhou de forma coesa e séria.
O G1 tentou falar com os advogados Wasley César de Vasconcelos, que defende Luiz Henrique Romão, o Macarrão; e Francisco Simim, que representa Dayanne Souza, mas as ligações caíram na caixa postal.
Entenda o caso
A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza e a Justiça pronunciou todos eles. A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados.
Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul. O corpo de Eliza não foi encontrado.
G1
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