sábado, 18 de dezembro de 2010

Projeto prevê demolir 30% da cracolândia, no centro de São Paulo


Para transformar a cracolândia, região central de São Paulo, em Nova Luz, a prefeitura prevê demolir cerca de 30% do bairro. Entre os imóveis a serem demolidos estão três quadras praticamente inteiras da rua Santa Ifigênia, principal polo de comércio de produtos eletrônicos de São Paulo, e seis da avenida Rio Branco.
O projeto, divulgado na sexta-feira (17), apresenta o que a prefeitura pretende fazer em cada uma das áreas. A ideia é incentivar o uso misto do bairro, onde os pavimentos térreos sejam ocupados por comércio e os pisos superiores tenham escritórios e residências.
Hoje, os 44 quarteirões do bairro têm 1,2 milhão de m2 de área construída. O secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, disse que 50 mil m2 de áreas residenciais e 300 mil m2 comerciais sofrerão intervenções.
A empresa que ganhar a licitação para fazer o projeto irá desapropriar ou comprar esses prédios, demolir e reconstruir. Os imóveis que serão mantidos, segundo Bucalem, ou são tombados pelo patrimônio histórico ou já têm ocupação adequada.
A expectativa é que o bairro tenha, após a conclusão das obras, 1,8 milhão de m2. Não há prazo previsto para o início ou o fim das obras.
Os donos dos imóveis que poderão ser desapropriados não foram notificados. Agora, a prefeitura vai abrir consulta pública do projeto.
As propostas podem ou não ser incorporadas ao projeto, que fica pronto até abril. Só após a licitação para escolher a empresa que fará as obras é que proprietários serão informados oficialmente.
A companhia que vencer a licitação ganhará o direito de desapropriar os prédios, construir o bairro de acordo com o projeto e depois revender os imóveis com lucro.
Em troca, terá de restaurar todos os prédios tombados do bairro e fazer obras em áreas públicas -calçadas, praças, parques, escolas, unidades de saúde, etc.-, estimadas em R$ 150 milhões.

REVITALIZAÇÃO
O projeto de revitalização da cracolândia anda a passos lentos desde 2005. O bairro que será erguido no lugar foi rebatizado de Nova Luz.
Viciados em crack ainda ocupam ruas da região. Há menos "noias" no bairro, é verdade, mas boa parte deles acabou se transferindo para ruas do entorno, como o Elevado Costa e Silva (Minhocão).
A tentativa de conceder benefícios fiscais para atrair empresas para o bairro também foi frustrada. Apenas duas empresas aderiram até agora.
A proposta atual é fazer um projeto urbanístico completo e entregá-lo para que uma empresa o implante em troca de revender os imóveis com lucro no bairro revitalizado.


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