SÃO PAULO - A aposentada Flávia Costa Hahn, de 62 anos, foi absolvida pela Justiça de Porto Alegre pela morte de seu filho Tobias Lee Manfred Hahn, de 24 anos, viciado em crack. Na Páscoa de 2008, a mãe diz que pegou o revólver do marido para assustar o filho, mas acabou disparando acidentalmente um tiro que o matou.
A decisão do juiz Felipe Keunecke de Oliveira, da 2ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, foi divulgada na quinta-feira. Segundo a sentença do juiz, a mãe agiu em legítima defesa ao atirar contra o rapaz. O caso comoveu a capital gaúcha.
- Ficou demonstrado que o filho, em função de episódios com o crack, tinha atitudes extremamente violentas com ela e com os vizinhos. Além disso, na data do fato agiu agressivamente contra ela. A única maneira que ela tinha para se defender, em função da disparidade de forças, era, infelizmente, ter matado o filho. Inclusive, foi um tiro só, o que demonstra atitude defensiva dela - diz o juiz.
Ao jornal Zero Hora, Flávia Costa declarou ainda se sente muito abalada pelo episódio e afirmou que a dor de ter perdido o filho continuará para sempre com ela. Católica, ela diz que encontrou em Deus o apoio para suportar o vazio de ter perdido o filho único.
À época do crime, também em entrevista aos jornais Zero Hora e Diário Gaúcho, da rede RBS, a aposentada disse que não havia sido enérgica o suficiente com o filho ainda na época do colégio.
Foi no domingo de Páscoa do ano de 2008 que Flávia matou seu único filho, em sua casa de três pavimentos com piscina, na região conhecida como Sétimo Céu, no bairro Tristeza, em Porto Alegre.
Na entrevista, Flávia afirmou que foi mãe aos 34 anos e o filho era muito desejado pelo casal. O casal morava nos Estados Unidos e a casa em Porto Alegre foi feita quando ela engravidou. Logo depois do nascimento, a família foi morar na Venezuela, onde ficou por nove anos. Ela descreveu o filho na infância como "espoleta, bagunceiro, hiperativo". Ao voltar para o Brasil, Flávia voltou a trabalhar.
- Acho que foi ali o meu erro. Pensando que ele estaria bem no colégio, tinha uma pessoa muito boa (uma empregada) cuidando dele - disse ela.
A mãe ficava com o filho à noite e nos fins de semana e achou que isso era suficiente.
- Pensei que isso seria suficiente, mas não foi para o Tobias. Ele saía com os amiguinhos, começou com a maconhazinha no colégio. Acho que não fui enérgica o suficiente.
Flávia afirmou que Tobias, filho único, sempre a dominou.
- Tinha um jeitinho de pedir as coisas que eu não podia negar. Quando não estava no crack, era muito carinhoso. Era a mãezona dele. Às vezes, eu brigava com meu marido, que era mais enérgico, para defendê-lo. Foi muito mimado por mim. Acho que foi esse meu defeito.
Segundo ela, Tobias usava droga desde os 14 anos e passou da maconha para a cocaína. Mantinha o vício assaltando e roubando. Ela disse que não sabia.
- A gente é sempre a última a saber. Então eu consegui um trabalho em Brasília e fui para lá. O meu marido ficou aqui, desesperado, não aguentou a situação. O Tobias batia no meu marido, maltratava a pessoa que cuidava do meu marido. Então, levei ele para Brasília - contou.
Na capital federal, o filho deixou a cocaína e passou a consumir apenas maconha. Lá, Tobias fez curso de modelo, musculação e cuidava da pele. Em seguida, ela se mudou com o filho para o Rio e Tobias manteve o consumo de maconha.
- Mas nunca me pediu dinheiro além da mesada de R$ 300. Ele ia à praia, fez curso de guia de turismo e trabalhava como modelo. Até a Xuxa chamou ele para entrevista.
O inferno, segundo ela, começou em 2006, quando retornou a Porto Alegre.
- Ele reencontrou antigos amigos e começou a usar crack direto. Aqui é muito fácil. A zona é residencial classe A, mas se caminha 200 metros e tem uma vila com três traficantes e do outro lado tem um beco com um monte de traficantes. O crack é muito barato. Qualquer um tem R$ 5 para comprar.
A mãe contou que o filho não aceitava internações e sempre retornava ao vício. O dinheiro que ganhava no trabalho era usado na compra de drogas. Começou então a agredi-la.
- Quando surtava, ele me batia. Me bateu várias vezes. Às vezes, ele dava tapas no meu rosto e a cabeça voava. Ficava toda machucada. No Natal passado, ele queria dinheiro, eu não tinha, e ele me tirou a soco de casa até o bar do seu Adão, que é meu amigo, aqui perto, para pedir R$ 20. Estava fechado. Ele me empurrou a soco, escadaria acima, até a casa do seu Adão. Eu caía, levantava, ele me empurrava para ir mais rápido. Não tinha ninguém. Tive de voltar em casa, pegar o cartão de crédito e ir no banco sacar dinheiro. Eu era o banco 24 horas dele.
Flávia dava dinheiro ao filho para ele não roubasse outras pessoas ou cometesse um crime. Até peças do carro dela ele teria vendido para comprar drogas, além de casacos e sapatos da mãe.
Para evitar, trancava toda a casa e deixava acesso à cozinha e ao quarto dele.
- Ele ameaçou colocar fogo na casa. Tinha medo dele.
A aposentada contou que a família passou a ser refém do crack, mas nunca perdeu a esperança de o filho deixar a droga. Também, acrescentou, que nunca pensou em matá-lo
- Nunca pensei que pudesse ter uma atitude radical com o Tobias. Só peguei aquele revólver para assustá-lo. Foi um tiro só. Um acidente. Não direcionei a arma, não apontaria para o rosto dele. Ele passou correndo por mim, estava desnorteado. Tentou me explodir com gás dentro da cozinha, foi dramático.
Flávia disse que a vida ficou vazia sem o filho.
- A vida parece que parou. O centro das minhas atenções era meu filho. Por mais que me usava para comprar droga, eu estava sempre perto dele.
A decisão do juiz Felipe Keunecke de Oliveira, da 2ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, foi divulgada na quinta-feira. Segundo a sentença do juiz, a mãe agiu em legítima defesa ao atirar contra o rapaz. O caso comoveu a capital gaúcha.
- Ficou demonstrado que o filho, em função de episódios com o crack, tinha atitudes extremamente violentas com ela e com os vizinhos. Além disso, na data do fato agiu agressivamente contra ela. A única maneira que ela tinha para se defender, em função da disparidade de forças, era, infelizmente, ter matado o filho. Inclusive, foi um tiro só, o que demonstra atitude defensiva dela - diz o juiz.
Ao jornal Zero Hora, Flávia Costa declarou ainda se sente muito abalada pelo episódio e afirmou que a dor de ter perdido o filho continuará para sempre com ela. Católica, ela diz que encontrou em Deus o apoio para suportar o vazio de ter perdido o filho único.
À época do crime, também em entrevista aos jornais Zero Hora e Diário Gaúcho, da rede RBS, a aposentada disse que não havia sido enérgica o suficiente com o filho ainda na época do colégio.
Foi no domingo de Páscoa do ano de 2008 que Flávia matou seu único filho, em sua casa de três pavimentos com piscina, na região conhecida como Sétimo Céu, no bairro Tristeza, em Porto Alegre.
Na entrevista, Flávia afirmou que foi mãe aos 34 anos e o filho era muito desejado pelo casal. O casal morava nos Estados Unidos e a casa em Porto Alegre foi feita quando ela engravidou. Logo depois do nascimento, a família foi morar na Venezuela, onde ficou por nove anos. Ela descreveu o filho na infância como "espoleta, bagunceiro, hiperativo". Ao voltar para o Brasil, Flávia voltou a trabalhar.
- Acho que foi ali o meu erro. Pensando que ele estaria bem no colégio, tinha uma pessoa muito boa (uma empregada) cuidando dele - disse ela.
A mãe ficava com o filho à noite e nos fins de semana e achou que isso era suficiente.
- Pensei que isso seria suficiente, mas não foi para o Tobias. Ele saía com os amiguinhos, começou com a maconhazinha no colégio. Acho que não fui enérgica o suficiente.
Flávia afirmou que Tobias, filho único, sempre a dominou.
- Tinha um jeitinho de pedir as coisas que eu não podia negar. Quando não estava no crack, era muito carinhoso. Era a mãezona dele. Às vezes, eu brigava com meu marido, que era mais enérgico, para defendê-lo. Foi muito mimado por mim. Acho que foi esse meu defeito.
Segundo ela, Tobias usava droga desde os 14 anos e passou da maconha para a cocaína. Mantinha o vício assaltando e roubando. Ela disse que não sabia.
- A gente é sempre a última a saber. Então eu consegui um trabalho em Brasília e fui para lá. O meu marido ficou aqui, desesperado, não aguentou a situação. O Tobias batia no meu marido, maltratava a pessoa que cuidava do meu marido. Então, levei ele para Brasília - contou.
Na capital federal, o filho deixou a cocaína e passou a consumir apenas maconha. Lá, Tobias fez curso de modelo, musculação e cuidava da pele. Em seguida, ela se mudou com o filho para o Rio e Tobias manteve o consumo de maconha.
- Mas nunca me pediu dinheiro além da mesada de R$ 300. Ele ia à praia, fez curso de guia de turismo e trabalhava como modelo. Até a Xuxa chamou ele para entrevista.
O inferno, segundo ela, começou em 2006, quando retornou a Porto Alegre.
- Ele reencontrou antigos amigos e começou a usar crack direto. Aqui é muito fácil. A zona é residencial classe A, mas se caminha 200 metros e tem uma vila com três traficantes e do outro lado tem um beco com um monte de traficantes. O crack é muito barato. Qualquer um tem R$ 5 para comprar.
A mãe contou que o filho não aceitava internações e sempre retornava ao vício. O dinheiro que ganhava no trabalho era usado na compra de drogas. Começou então a agredi-la.
- Quando surtava, ele me batia. Me bateu várias vezes. Às vezes, ele dava tapas no meu rosto e a cabeça voava. Ficava toda machucada. No Natal passado, ele queria dinheiro, eu não tinha, e ele me tirou a soco de casa até o bar do seu Adão, que é meu amigo, aqui perto, para pedir R$ 20. Estava fechado. Ele me empurrou a soco, escadaria acima, até a casa do seu Adão. Eu caía, levantava, ele me empurrava para ir mais rápido. Não tinha ninguém. Tive de voltar em casa, pegar o cartão de crédito e ir no banco sacar dinheiro. Eu era o banco 24 horas dele.
Flávia dava dinheiro ao filho para ele não roubasse outras pessoas ou cometesse um crime. Até peças do carro dela ele teria vendido para comprar drogas, além de casacos e sapatos da mãe.
Para evitar, trancava toda a casa e deixava acesso à cozinha e ao quarto dele.
- Ele ameaçou colocar fogo na casa. Tinha medo dele.
A aposentada contou que a família passou a ser refém do crack, mas nunca perdeu a esperança de o filho deixar a droga. Também, acrescentou, que nunca pensou em matá-lo
- Nunca pensei que pudesse ter uma atitude radical com o Tobias. Só peguei aquele revólver para assustá-lo. Foi um tiro só. Um acidente. Não direcionei a arma, não apontaria para o rosto dele. Ele passou correndo por mim, estava desnorteado. Tentou me explodir com gás dentro da cozinha, foi dramático.
Flávia disse que a vida ficou vazia sem o filho.
- A vida parece que parou. O centro das minhas atenções era meu filho. Por mais que me usava para comprar droga, eu estava sempre perto dele.
Puxa vida... que drama essa mãe... mimar é a pior coisa. Mas sob ameaças, é complicado!
ResponderExcluirQue Deus conforte a alma dessa mulher!