É surpreendente que ainda nos dias atuais nos cheguem notícias a respeito da violência contra as mulheres e contra os homossexuais, conforme manifetações agressivas amplamente divulgadas contra a estudante paulista, que foi para a universidade assistir a sua aula de minissaia, e a proibição da Parada Gay em Duque de Caxias, município do Rio de Janeiro.
Em ambos os casos, de machismo combinado com homofobia explícita, torna-se evidente a necessidade de avançarmos no movimento de representação e inclusão no espaço social e político dos gêneros em questão. Jogar pedra na “ maldita” Geni, como diz a música de Chico Buarque, é mais fácil do que lidar com a hipocrisia moral da sociedade no campo social. É uma caça às bruxas em pleno século XXI.Recentemente, li em um artigo que um determinado governador proibiu a parada gay em seu Estado como prevenção ao câncer de mama, medida justificada, no seu entender, porque este assunto também é do âmbito masculino. Argumentação patética e reveladora das incoerências dos discursos públicos inconsistentes.
Em contrapartida, parece que no interior de Pernambuco, surgiu um grupo, o Cangagay, que de forma irônica abriu a polêmica em torno dos direitos civis e sociais dos homossexuais. Criaram um movimento, no qual utilizam para apresentação as vestimentas e adereços do cangaceiro Lampião, cabra-macho convicto, tingidos de rosa. A desconstrução desse ideário machista é realizada com humor.
As mulheres, como também os homossexuais, que manifestam o seu desejo livremente, são lançadas aos mais terríveis atos de barbárie. A Percepção e aceitação da mulher como alguém com vida própria ainda é, para algumas pessoas, uma idéia impactante, na medida em que delimita o campo das subjetividades e abre espaço para o sujeito desejante. Alvos desse discurso que legitima tais práticas violenta que proliferam sem interdição. O que está em questão, a nosso ver, é o seguinte: qual é o discurso que legitima tais práticas, deixando desamparadas essas pessoas no plano individual e no coletivo?
Mas nem tudo está perdido. Salve os homens que tiveram a coragem de participar da Parada Gay, aqui, na cidade do Rio de Janeiro, ou em tantos carnavais da vida, quando se fantasiam de mulheres, podendo brincar e transitar sem medo e sem ameaças à sua masculinidade.
Lúcia Palazzo
comunicação@afrerj.org.br
Em ambos os casos, de machismo combinado com homofobia explícita, torna-se evidente a necessidade de avançarmos no movimento de representação e inclusão no espaço social e político dos gêneros em questão. Jogar pedra na “ maldita” Geni, como diz a música de Chico Buarque, é mais fácil do que lidar com a hipocrisia moral da sociedade no campo social. É uma caça às bruxas em pleno século XXI.Recentemente, li em um artigo que um determinado governador proibiu a parada gay em seu Estado como prevenção ao câncer de mama, medida justificada, no seu entender, porque este assunto também é do âmbito masculino. Argumentação patética e reveladora das incoerências dos discursos públicos inconsistentes.
Em contrapartida, parece que no interior de Pernambuco, surgiu um grupo, o Cangagay, que de forma irônica abriu a polêmica em torno dos direitos civis e sociais dos homossexuais. Criaram um movimento, no qual utilizam para apresentação as vestimentas e adereços do cangaceiro Lampião, cabra-macho convicto, tingidos de rosa. A desconstrução desse ideário machista é realizada com humor.
As mulheres, como também os homossexuais, que manifestam o seu desejo livremente, são lançadas aos mais terríveis atos de barbárie. A Percepção e aceitação da mulher como alguém com vida própria ainda é, para algumas pessoas, uma idéia impactante, na medida em que delimita o campo das subjetividades e abre espaço para o sujeito desejante. Alvos desse discurso que legitima tais práticas violenta que proliferam sem interdição. O que está em questão, a nosso ver, é o seguinte: qual é o discurso que legitima tais práticas, deixando desamparadas essas pessoas no plano individual e no coletivo?
Mas nem tudo está perdido. Salve os homens que tiveram a coragem de participar da Parada Gay, aqui, na cidade do Rio de Janeiro, ou em tantos carnavais da vida, quando se fantasiam de mulheres, podendo brincar e transitar sem medo e sem ameaças à sua masculinidade.
Lúcia Palazzo
comunicação@afrerj.org.br
Diretora de comunicação da AFRERJ, é psicanalista por formação
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