TEGUCIGALPA - Após uma tentativa fracassada de retornar a seu país, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, chegou a El Salvador no final da noite de domingo, após fazer uma escala em Manágua pouco depois das 21h (horário de Brasília). O avião que o trazia de Washington (EUA) foi impedido de aterrissar no aeroporto internacional Toncontín, na capital hondurenha, depois que tropas do Exército hondurenho fecharam a pista de aterrissagem com vários veículos quando sua aeronave se aproximou do terminal. Nos arredores do aeroporto, em confrontos com forças de segurança, manifestantes que aguardavam a volta de Zelaya foram feridos. Há relatos não confirmados de dois mortos.
Após ser forçado a desviar o rumo para a Nicarágua, onde se reuniu com o presidente Daniel Ortega, Zelaya seguiu para El Salvador, onde chegou pouco antes meia-noite (horário de Brasília). O governante deposto apelou à comunidade internacional, ao desembarcar em Manágua. O presidente deposto prometeu tentar de novo voltar a seu país nesta segunda-feira.
Em entrevista coletiva em El Salvador, Zelaya disse que queria que o avião pousasse em Honduras, mesmo com o bloqueio dos militares na pista.
À noite, o toque de recolher foi ampliado em Honduras, mas os manifestantes não deixaram as ruas.
( Milhares protestam em apoio a Zelaya. Veja fotos )
Leia também: Suspensa da OEA, Honduras diz querer negociar Mandatários desistem de acompanhar Zelaya no mesmo avião
As movimentações para o retorno de Zelaya começaram na tarde de sábado, em Washington, depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou por unanimidade a suspensão do país e determinou sanções econômicas ao governo golpista. Zelaya tinha ainda o apoio dos presidentes de Argentina, Cristina Kirchner; Equador, Rafael Correa; e Paraguai, Fernando Lugo, que prometeram acompanhá-lo no voo.
Horas antes do embarque, no entanto, os colegas mandatários mudaram de ideia. Alegando falta de segurança, decidiram acompanhar o desenrolar da crise de El Salvador, para onde seguiram no avião da Presidência argentina. Junto com eles estava secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.
Leia também: Hondurenhos veem sombra de Chávez por trás da crise
O próprio Zelaya confirmou seu destino à rede de TV venezuelana Telesur, que acompanhou sua tentativa de retorno à capital hondurenha. As novas autoridades do país tinham informado que ele iria a El Salvador.
- Estão impedindo a aterrissagem, ameaçando enviar aviões da Força Aérea. Há veículos dentro da pista. Impediram a aterrissagem - disse Zelaya a bordo do avião em entrevista à Telesur.
O governo instaurado em Honduras após o golpe de estado havia informado que não autorizaria a aterrissagem.
- Temos que agir como havíamos planejado: uma reunião com os outros presidentes e membros da OEA (a a Organização dos Estados Americanos) e ver que solução será tomada em vista do fato que não pudemos aterrissar - acrescentou Zelaya.
Adolfo Lionel Sevilla, ministro da Defesa do governo de Roberto Micheletti, disse à radio Cadena de Noticias que ''deixar Zelaya entrar no país causaria graves problemas ao país, por isso foi impedido de fazê-lo. A polícia tem ordens de capturá-lo. Se tivesse aterrissado, já teria preso''.
Após ser forçado a desviar o rumo para a Nicarágua, onde se reuniu com o presidente Daniel Ortega, Zelaya seguiu para El Salvador, onde chegou pouco antes meia-noite (horário de Brasília). O governante deposto apelou à comunidade internacional, ao desembarcar em Manágua. O presidente deposto prometeu tentar de novo voltar a seu país nesta segunda-feira.
Em entrevista coletiva em El Salvador, Zelaya disse que queria que o avião pousasse em Honduras, mesmo com o bloqueio dos militares na pista.
À noite, o toque de recolher foi ampliado em Honduras, mas os manifestantes não deixaram as ruas.
( Milhares protestam em apoio a Zelaya. Veja fotos )
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As movimentações para o retorno de Zelaya começaram na tarde de sábado, em Washington, depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou por unanimidade a suspensão do país e determinou sanções econômicas ao governo golpista. Zelaya tinha ainda o apoio dos presidentes de Argentina, Cristina Kirchner; Equador, Rafael Correa; e Paraguai, Fernando Lugo, que prometeram acompanhá-lo no voo.
Horas antes do embarque, no entanto, os colegas mandatários mudaram de ideia. Alegando falta de segurança, decidiram acompanhar o desenrolar da crise de El Salvador, para onde seguiram no avião da Presidência argentina. Junto com eles estava secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.
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O próprio Zelaya confirmou seu destino à rede de TV venezuelana Telesur, que acompanhou sua tentativa de retorno à capital hondurenha. As novas autoridades do país tinham informado que ele iria a El Salvador.
- Estão impedindo a aterrissagem, ameaçando enviar aviões da Força Aérea. Há veículos dentro da pista. Impediram a aterrissagem - disse Zelaya a bordo do avião em entrevista à Telesur.
O governo instaurado em Honduras após o golpe de estado havia informado que não autorizaria a aterrissagem.
- Temos que agir como havíamos planejado: uma reunião com os outros presidentes e membros da OEA (a a Organização dos Estados Americanos) e ver que solução será tomada em vista do fato que não pudemos aterrissar - acrescentou Zelaya.
Adolfo Lionel Sevilla, ministro da Defesa do governo de Roberto Micheletti, disse à radio Cadena de Noticias que ''deixar Zelaya entrar no país causaria graves problemas ao país, por isso foi impedido de fazê-lo. A polícia tem ordens de capturá-lo. Se tivesse aterrissado, já teria preso''.
Apelo dramático às autoridades hondurenhas
Acompanhado do presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel D'Escoto, Zelaya fez um dramático apelo às autoridades hondurenhas no momento em que se aproximava do aeroporto de Tegucigalpa para que permitissem o pouso "em nome de Deus, do povo e da justiça". O presidente deposto falava ao vivo na emissora venezuelana Telesur. Evocando a lealdade das Forças Armadas do país e imagens religiosas, Zelaya falou durante boa parte do voo.
- Sou o comandante das Forças Armadas, eleito pelo povo, e peço que cumpram a ordem de abrir o aeroporto. Ninguém pode me obrigar a voltar - afirmou. - Sinto-me com força espiritual suficiente, abençoado pelo sangue de Cristo, para conseguir aterrissar e erguer o crucifixo.
Mas à medida que o avião se aproximava de Honduras, a tensão aumentava no aeroporto, com os confrontos entre militares e manifestantes e a morte dos partidários de Zelaya.
- Em nome de Deus, detenham esse massacre - pedia ele, ao vivo, pela televisão.
A aeronave de matrícula venezuelana YV-1496 sobrevoou por duas vezes o aeroporto hondurenho e depois seguiu voando até perder-se de vista. Quando os manifestantes concentrados no terminal aéreo souberam que o avião de Zelaya não iria aterrissar, começaram a gritar: ''Queremos os capacetes azuis'', numa referência às tropas de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).
O avião de Zelaya decolou do aeroporto Dulles, em Washington, levando ainda a bordo a chanceler hondurenha Patricia Rodas; o presidente da Assembleia-Geral da Onu, Miguel D'Escoto; o secretário e o médico particular de Zelaya; o ex-embaixador hondurenho junto a OEA Carlos Sosa; dois jornalistas e guardas-costas.
Acompanhado do presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel D'Escoto, Zelaya fez um dramático apelo às autoridades hondurenhas no momento em que se aproximava do aeroporto de Tegucigalpa para que permitissem o pouso "em nome de Deus, do povo e da justiça". O presidente deposto falava ao vivo na emissora venezuelana Telesur. Evocando a lealdade das Forças Armadas do país e imagens religiosas, Zelaya falou durante boa parte do voo.
- Sou o comandante das Forças Armadas, eleito pelo povo, e peço que cumpram a ordem de abrir o aeroporto. Ninguém pode me obrigar a voltar - afirmou. - Sinto-me com força espiritual suficiente, abençoado pelo sangue de Cristo, para conseguir aterrissar e erguer o crucifixo.
Mas à medida que o avião se aproximava de Honduras, a tensão aumentava no aeroporto, com os confrontos entre militares e manifestantes e a morte dos partidários de Zelaya.
- Em nome de Deus, detenham esse massacre - pedia ele, ao vivo, pela televisão.
A aeronave de matrícula venezuelana YV-1496 sobrevoou por duas vezes o aeroporto hondurenho e depois seguiu voando até perder-se de vista. Quando os manifestantes concentrados no terminal aéreo souberam que o avião de Zelaya não iria aterrissar, começaram a gritar: ''Queremos os capacetes azuis'', numa referência às tropas de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).
O avião de Zelaya decolou do aeroporto Dulles, em Washington, levando ainda a bordo a chanceler hondurenha Patricia Rodas; o presidente da Assembleia-Geral da Onu, Miguel D'Escoto; o secretário e o médico particular de Zelaya; o ex-embaixador hondurenho junto a OEA Carlos Sosa; dois jornalistas e guardas-costas.
Bombas de gás no aeroporto
Policiais e soldados hondurenhos usaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes que se dirigiram para o aeroporto de Tegucigalpa para receber o presidente deposto. Os acessos ao aeroporto foram bloqueados pelas tropas.
Os distúrbios ocorreram quando a polícia reprimiu a multidão de manifestantes concentrada nos arredores do terminal aéreo. De acordo com jornalistas que estavam no aeroporto, francoatiradores teriam disparado contra a multidão (estima-se que seriam 30 mil pessoas) que tentava entrar na pista para garantir o pouso de Zelaya.
Um dos manifestantes que tentava derrubar uma grade teria sido morto ao levar um tiro na cabeça. Jefry Barahona, porta-voz da Cruz Vermelha, disse à agência de notícias Asssociated Press (AP) que o morto ''era um menor de idade''. Ele acrescentou que uma mulher de 42 anos foi esfaqueada e que mais de 30 pessoas foram atendidas devido aos golpes, lesões e intoxicadas por gás lacrimogêneo. Mas, segundo testemunhas, seriam dois os mortos: um garoto de 13 anos e uma moça de 18 anos.
Milhares de seguidores do governante deposto tinham chegado ao aeroporto após participar de uma passeata de pelo menos um quilômetro.
Policiais e soldados hondurenhos usaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes que se dirigiram para o aeroporto de Tegucigalpa para receber o presidente deposto. Os acessos ao aeroporto foram bloqueados pelas tropas.
Os distúrbios ocorreram quando a polícia reprimiu a multidão de manifestantes concentrada nos arredores do terminal aéreo. De acordo com jornalistas que estavam no aeroporto, francoatiradores teriam disparado contra a multidão (estima-se que seriam 30 mil pessoas) que tentava entrar na pista para garantir o pouso de Zelaya.
Um dos manifestantes que tentava derrubar uma grade teria sido morto ao levar um tiro na cabeça. Jefry Barahona, porta-voz da Cruz Vermelha, disse à agência de notícias Asssociated Press (AP) que o morto ''era um menor de idade''. Ele acrescentou que uma mulher de 42 anos foi esfaqueada e que mais de 30 pessoas foram atendidas devido aos golpes, lesões e intoxicadas por gás lacrimogêneo. Mas, segundo testemunhas, seriam dois os mortos: um garoto de 13 anos e uma moça de 18 anos.
Milhares de seguidores do governante deposto tinham chegado ao aeroporto após participar de uma passeata de pelo menos um quilômetro.
O governo interino de Honduras havia informado que não permitiria a aterrissagem do avião trazendo o presidente deposto. Zelaya tenta regressar ao país uma semana após ter sido retirado do poder por militares. Ele partiu de Washington de volta a seu país acompanhado do presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel D'Escoto.
Segundo o chanceler Enrique Ortez, o governo interino de Honduras deu ordem ao exército de não deixar entrar aviões que não se identifiquem ou sem planos de voo, por qualquer aeroporto do país. Ortez disse que a determinação de impedir a chegada de Zelaya ao país foi tomada ''por prudência''.
- Não queremos correr o risco de que ocorra um banho de sangue, que seja derramado o sangue de um hondurenho, menos ainda de um ex-presidente - acrescentou o funcionário referindo-se a Zelaya.
Entrevista a bordo do avião
De acordo com informações da agência de noticias Ansa, Zelaya concedeu uma entrevista diretamente do avião que o leva a Honduras. Durante o voo, o presidente deposto reiterou que não reconhece o governo que no momento comanda o país, encabeçado pelo presidente Roberto Micheletti, e que por isso as ordens dadas por esta administração não podem ser consideradas legítimas.
- O presidente constitucional, eleito pela vontade do povo, está viajando neste avião e tem toda a autoridade moral, política e jurídica para dar ordens às Forças Armadas - disse.
- Sou o comandante das Forças Armadas e peço aos oficiais que abram o aeroporto para que eu possa chegar e abraçar meu povo. A Constituição proíbe que um hondurenho seja expulso do país, e estou voltando à minha pátria com todos os meus direitos - prosseguiu.
No diálogo com a rede Telesur, sediada na Venezuela, Zelaya confirmou que viaja acompanhado do presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel D'Escoto, de sua chanceler, Patricia Rodas, e do embaixador hondurenho ante a OEA, Carlos Sosa.
O presidente interino de Honduras disse neste domingo que tropas nicaraguenses estariam se dirigindo para a fronteira dos dois países, o que foi negado pelo o exército da Nicarágua. O governo nicaraguense é aliado do presidente hondurenho deposto.
O Globo On Line
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