sexta-feira, 10 de julho de 2009

MP-BA no combate ao bullying


Colocar apelidos no colega gordinho, ofender o magro, humilhar o desajeitado, discriminar o negro. Quem nunca sofreu ou cometeu bullying? Embora essas atitudes sempre tenham feito parte do cotidiano de crianças e adolescentes, o assunto – e o novo termo, que diz respeito a atos cometidos pelos “brigões”, ou valentões” – veio à tona há pouco tempo.
Para se ter uma ideia, em janeiro deste ano, pesquisa conduzida pelo Centro Berkman para Internet e Sociedade e pela Universidade Harvard apontou que a pedofilia pela internet não é problema tão preocupante quanto o bullying. O assédio moral ocorre tanto virtualmente, quanto na convivência social, verbal ou fisicamente.

Diante de cenário como este, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) desenvolveu uma campanha de prevenção ao bullying no ambiente escolar, que é o de maior ocorrência. Para tanto, o Disque Denúncia (100) passou a ser utilizado como alternativa para denúncias. Outra opção é o contato direto com o MP-BA (Coordenação da Infância e Adolescência), pelo telefone 3103- 6212.
Segundo a promotora de justiça Edna Sara Dias Serqueira, no início deste ano, o número de denúncias contra o bullying era quase zero. Com a participação da imprensa e a criação dos canais de delação, mais de 40 casos foram denunciados na capital baiana em apenas dois meses.
A promotora explica que o serviço não tem objetivo apenas de punir os praticantes. “Trabalhamos no sentido de orientar e tentar buscar uma solução. Apenas em casos extremos castigamos os envolvidos”, pontua.
De acordo com a psicopedagoga Symone Vallari, vários casos já foram denunciados e trabalhados de forma consistente. “Em alguns, a família responde, em outros, o menor também, através de medidas socioeducativas. Se, ao acabar a pena, o autor não tiver sido acompanhado psicológica e afetivamente, poderá sair ainda pior”, alerta Vallari, que esclarece, ainda, que o cuidado deve ser para que a punição vá além da justiça.
“A maioria das pessoas é solidária à vítima. O que pouca gente sabe é que, muitas vezes, o agressor já foi vítima também. Por esse motivo, deve ser tratado com cuidado também”, conclui.
Serviço
Ministério Público amplia o raio de ação da campanha contra o bullying
Ação educativa – Será lançada na próxima segunda-feira, 13, uma campanha de cunho educativo, que consiste em levar informações precisas para toda a comunidade escolar, principalmente nos bairros suburbanos – embora o bullying aconteça em qualquer classe social, geralmente, com estudantes entre 9 e 17 anos.
Disque 100 – Talvez por medo de represália, poucas pessoas denunciam. É importante ressaltar, então, que a identidade do denunciante e da vítima são mantidas em sigilo.


Denuncie o bullying: disque 100 e 3103-6212.



A Tarde

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