quarta-feira, 1 de julho de 2009

Confissão de preso e perícia da arma causam reviravolta no caso do Morro do Boi


Tiro que matou Osíris Del Corso foi disparado da arma de Paulo Unfried, que confessou ter cometido o crime

Em entrevista na tarde desta terça-feira (30) o delegado-chefe da Divisão do Interior, Luiz Alberto Cartaxo disse que a polícia não errou na conclusão do inquérito sobre o caso do Morro do Boi. Com o resultado das investigações concluídas pela Polícia Civil, o Ministério Publico do Paraná apresentou denúncia contra Juarez Pinto Ferreira, acusado de matar o estudante Osíris Del Corso além de molestar, roubar e balear Monik Pegorari Lima. Porém, a prisão de Paulo Delci Unfried na semana passa em Matinhos, pelo estupro de uma mulher, fez com que a polícia e o MP voltassem atrás da iminente condenação de Juarez.
Dois fatos colocam a culpa pelo crime do Morro do Boi nas costas de Unfried. O primeiro é a arma encontrada dentro do carro do acusado. O revolver calibre 38 foi apontado pela perícia como a arma que foi usada no crime. Unfried afirma, segundo a polícia, ter matado Osíris e atirado contra Monik. Apesar das controvérsias apontadas pela polícia no depoimento do acusado, Unfried disse que sua intenção foi apenas de assaltar as vítimas.
O advogado Mario Lucio Monteiro, que juntamente com Nilton Ribeiro, defende Juarez na justiça, afirmou que seu cliente nunca teve contato com a arma do crime. “Somente o fato de Juarez nunca ter pegado naquela arma já o inocenta. A polícia errou. Ajudou o MP a quase condenar um inocente”. Monteiro informou que na tarde desta quarta-feira (01) será realizada uma coletiva para o pronunciamento da defesa quanto aos novos fatos do caso.
Como as investigações já estavam nas mãos do Judiciário, com este novo fato a polícia teve de esperar o requerimento de novas diligências para apurar novamente o caso. Entre diversos pedidos, o Ministério Público requer que Unfried seja submetido a exame de corpo de delito, que seja imediatamente juntado aos autos o laudo pericial de confronto de balística entre a arma encontrada com Unfried e os projéteis retirados do corpo da vítima, e que seja determinada uma reconstituição dos fatos criminais segundo a versão de Unfried e, ainda, que ele seja submetido a reconhecimento pessoal de Monik. Por fim, que a vítima seja submetida a reconhecimento pessoal por Unfried.
As novas diligencias ainda não tem data para serem iniciadas nem mesmo para sua conclusão, afirmou Cartaxo. “Tudo vai depender o Judiciário”. O delegado disse que qualquer policial experiente teria concluído o caso da maneira que estava. “Todas as provas substanciais que tínhamos apontavam Juarez como culpado. O reconhecimento pessoal de Monik foi a principal prova, além das irregularidades nos álibis de Juarez. Até mesmo o irmão dele que é um policial civil experiente teria concluído da maneira que fizemos”, disse Cartaxo. Quanto ao reconhecimento feito por Monik, gravado em vídeo, foram postos ao lado de Juarez policiais que tiveram contato com a vitima o que pode ajudar a invalidar o procedimento da polícia, disse a defesa de Juarez.

Reviravolta no caso do Morro do Boi

A arma do crime
A arma que estava em posse de Unfried foi comprada em uma loja na cidade de Cascavel, Oeste do Estado, de forma legal e com o devido registro. Antes de chegar nas mãos do acusado pelo crime, ela passou por três proprietários. O último, que não teve a identidade revelada pela polícia, afirmou que teria vendido para Unfried entre os dias 3 e 5 de janeiro, datas posteriores ao crime. Além do revólver, Unfried mantinha em seu veículo outra arma, uma garrucha calibre 22.
Unfried residia na Praia Mansa em Caiobá, próximo ao local do crime e também da casa de praia dos pais do rapaz morto. A polícia não acredita que nem ele e nem as vítimas se conheceram antes do crime. A possibilidade de Unfried e Juarez terem sido comparsas na ação foi descartada.
Juarez continua preso e quanto a sua soltura o delegado Cartaxo disse que cabe a Justiça. “Juarez não pode ser inocentado ainda, temos que lembrar que ele já foi preso pro tráfico de drogas e tinha um histórico criminal que o condenava. Isso pesou na decisão policial”, disse.

Reportagem Jadson André
Foto Lineu Filho


Jornale

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