Bento Gonçalves – A Justiça determinou que a Prefeitura custeasse o tratamento de desintoxicação de dois menores em uma clínica de reabilitação. Na manhã de ontem, eles foram encaminhados para o Hospital Petrópolis, em Porto Alegre. Há 12 dias, os adolescentes estavam internados no Tacchini onde permaneciam 24 horas por dia algemados e sob escolta policial.
Segundo o promotor Élcio Resmini Meneses, a escolta foi determinada pela juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, depois de inúmeras tentativas de manter os adolescentes internados. O presidente do Conselho Tutelar, Moacir Camerini confirma que os dois menores são infratores e um deles já sofreu duas tentativas de homicídio.
Segundo o promotor Élcio Resmini Meneses, a escolta foi determinada pela juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, depois de inúmeras tentativas de manter os adolescentes internados. O presidente do Conselho Tutelar, Moacir Camerini confirma que os dois menores são infratores e um deles já sofreu duas tentativas de homicídio.
Medidas urgentes
Para Meneses, responsável pelo processo a pedido do Conselho Tutelar, a medida abre um precedente para discutir a situação dos dependes químicos no município. “É preciso acelerar e viabilizar um espaço adequado para atender pacientes que precisam de internação”, pondera Meneses.
“Ele quebrou até as paredes de casa”
Sob o domínio do crack, um adolescente levou o irmão de 11 anos, hoje com 13 anos, para a pedra. Na tarde de ontem o adolescente, de 16 anos, foi encaminhado para uma Clínica de reabilitação em Porto Alegre enquanto o irmão de 13 anos continua internado e algemado, no hospital Tacchini.
A mãe dos menores, uma empregada doméstica, moradora do bairro Municipal, se diz aliviada com a possibilidade de reabilitação de um, mas apreensiva com a situação do outro filho que permanece algemado à cama.
No final da tarde de ontem, ela aguardava uma determinação da Justiça para manter um policial militar na escolta do filho, durante 24 horas. “Ele não aceita o tratamento e quer fugir”, diz a mãe.“Prefiro ver meu filho algemado a ser agredido ou morto. Nossa vida se tornou um inferno há três anos e isso tem que ter fim. Eu percebi muito tarde. Fiquei completamente desorientada e comecei a buscar uma saída na polícia, no hospital, no Ministério Público e no Conselho Tutelar. Chequei a implorar por ajuda”, desabafa a mãe.
Chorando muito, a mãe conta que o filho de 16 anos já levou três tiros, um no braço, na perna e no terceiro, o projétil continua alojado próximo ao coração. “Não criei meu filho para ser bandido”. E relata:
- Não tenho nada dentro de casa. Ele quebrou até as paredes, agressões verbais se tornaram rotina. Uma vez me jogou pedras. Tudo pela droga.
Jornal Gazeta
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