sábado, 4 de julho de 2009

Conselho da Criança tenta intervir para ‘proteger’ Sean


O presidente do Cedca, Carlos Nicodemos, disse que Sean já sofre danos psicossociais.

O Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedca) exigiu hoje uma nova direção no tratamento da disputa de custódia do americano Sean Goldman.

Para o presidente do Cedca, Carlos Nicodemos, Sean já está sofrendo dano na sua integridade psicossocial. Ele pediu a retirada imediata de alguns dos sites de trechos da entrevista de Sean, que foi encomendada pela família brasileira.

O pedido de Nicodemos mais confunde do que defende o garoto. Porque Nicodemos foi uma das “autoridades independentes” convidadas para assistir a referida entrevista na Santa Casa da Misericórdia.

Fica difícil acreditar que ele não sabia que o objetivo da realização da entrevista era divulgar a “vontade” de Sean. Aliás, não me lembro de ter visto Nicodemos se contrapor à exposição de Sean na CBS.

Vocês se lembram? Quem interveio pelo bem estar do garoto foi Patricia Apy, advogada de David Goldman.

Mas, quando toma-se conhecimento das opiniões de Nicodemos podemos ter uma idéia melhor sobre que tipo de ‘proteção’ ele está falando.

"É preciso deslocar o eixo de análise desta questão para o campo dos direitos humanos das crianças, especialmente quando o Brasil é signatário da Convenção sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (CDC-ONU). A CDC, que completa 20 anos em 2009, preconiza o superior interesse da criança frente a todo e qualquer interesse," disse ele.

A tentativa de apontar quem pensa mesmo no interesse da criança é antiga. Em debate sobre censura à imprensa no caso Goldman, em março, o desembargador Siro Darlan disse que o padrasto de Sean se preocupa mais com a integridade física do que seu pai.

Darlan, que também assistiu a entrevista de Sean no Rio de Janeiro, disse que David Goldman expõe o filho de forma prejudicial. No mesmo debate, chegou-se a criticar a imprensa americana por falar sobre um assunto que no Brasil corria em segredo de Justiça.

Mas tanto a mídia americana (com a primeira emenda constitucional), quanto a brasileira (com o artigo 220 da Constituição Federal) não pode ser impedida de exercer o direito de liberdade de expressão pelos respectivos Judiciários.

Mas nem tudo está perdido. A mídia brasileira ainda tem muita gente séria, como o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) Maurício Azêdo. “Hoje o grande inimigo da liberdade de imprensa é o Poder Judiciário... ... um juiz não tem o poder, nos termos da Constituição, de impedir um jornal de publicar qualquer assunto.”

Talvez não exista motivo para duvidar da isenção da opinião de Carlos Nicodemos. Mas não faz mal nenhum saber que ele participou de coletânea de artigos que homenagearam Evandro Lins e Silva, como “o patrono da liberdade.”

Enquanto isso, David Goldman, um ‘gringo qualquer’ que resolveu lutar pelo filho que dizem ser “brasileiro nato,” aguarda a Justiça, que ‘tanto zela pelo bem do garoto,’ decidir uma pendenga que não deveria ter durado mais do que 6 semanas.



Brasil com Z

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