domingo, 5 de julho de 2009

Secretário de Saúde diz que médico que teria mandado grávida pegar ônibus para hospital ainda não foi identificado


RIO - O Secretário municipal de Saúde, Hans Dohman, esteve neste sábado na maternidade Fernando Magalhães para conversar com Manuela Costa, que perdeu o seu bebê ao ter sua internação recusada no hospital Miguel Couto e recebido orientação para pegar um ônibus para outra unidade hospitalar. Dohman afirmou que o fato ocorrido é inadmissível:
- O que aconteceu é fora do padrão do atendimento da rede municipal. Estou indignado. Já abrimos uma sindicância para apurar o caso.
Até o momento, ainda não foi identificado o médico que se recusou a atender Manuela e mais duas pacientes, encaminhando as três para a Fernando Magalhães de ônibus. Apenas Manuela tinha gravidez de alto risco. Segundo a Secretaria de Saúde, o procedimento padrão nesses casos é transportar numa ambulância a paciente para a maternidade.
- Conforme for apurado, o médico responsável pode ser demitido. Como médico, estou chocado e estarrecido com o caso. O mais inexplicável nesse caso foi a grávida ter vindo de ônibus para a maternidade. Procurei passar palavras de carinho e conforto a Manuela.
A prefeitura acredita que em duas ou três semanas o caso já vai estar esclarecido. Duas sindicâncias foram abertas e o secretário se comprometeu a pedir pressa nas investigações. Na segunda-feira, membros da Secretaria de Saúde vão se reunir com a Procuradoria Geral do Município

Fonte: GloboOnline

Veja o caso:

RIO - O sonho de ter uma menina, que viria a se juntar a dois garotos mais velhos, estava prestes a se tornar realidade, mas foi interrompido pela irresponsabilidade e pelo descaso médico durante um atendimento no Hospital Miguel Couto. No último dia 2, quinta-feira, Manuela Costa, de 29 anos, foi ao hospital sentindo fortes dores e com sangramento. Depois de ser examinada pelo obstetra de plantão, ela teve seu braço rabiscado de caneta com os dizeres: "Fernando Magalhães" e "476 e 460". Significavam o nome da maternidade que a paciente deveria procurar e os ônibus que, por conta própria, pegaria para chegar lá. Assim como ela, mais duas grávidas depois de examinadas foram "marcadas" pelo plantonista e encaminhadas para a maternidade de São Cristóvão.
Manuela chegou à maternidade, foi submetida a uma cesariana de emergência e a criança nasceu morta. Ela agora espera receber alta na segunda-feira para poder assistir ao enterro da neném. O prefeito Eduardo Paes determinou uma apuração rigorosa.
- O caso era uma emergência, um quadro clássico de descolamento prematuro da placenta, o chamado DPP. O médico do Miguel Couto jamais poderia ter encaminhado esta grávida para outro hospital, muito menos sem pedir uma ambulância. Ela tinha que ter sido operada no Miguel Couto para só depois seguir para outro hospital - denuncia um médico da Fernando Magalhães, indignado com a história. Ele garantiu que as outras duas gestantes também não tinham condições de seguir por conta própria para outro hospital.
Os casos de Manuela e das outras duas grávidas marcadas a caneta geraram revolta na maternidade, onde foram fotografadas por um funcionário. Segundo uma fonte do hospital, que passou a denúncia ao GLOBO, a direção da Fernando Magalhães acionou a Secretaria municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC).
A secretaria esclareceu, em nota, que, ao saber dos casos das gestantes, abriu sindicância no Hospital Municipal Miguel Couto para apurar de quem foi a responsabilidade do ato; abriu sindicância na Superintendência Materno Infantil, no nível central, para que as medidas cabíveis sejam tomadas; e enviou carta ao Comitê de Ética do Hospital Miguel Couto para os encaminhamentos necessários. A secretaria informou ainda que, "no prazo máximo de três semanas, terá todos os esclarecimentos a respeito do caso e que todos os responsáveis serão punidos com o rigor da lei".
O chefe da Obstetrícia do Hospital Miguel Couto, Mário Guilherme da Fonseca, disse que o ocorrido já foi comunicado à direção do hospital e que a sindicância interna foi aberta.
- Se este comportamento estranho e lamentável ficar comprovado, as questões administrativas serão tratadas com o maior rigor - explicou Mario Guilherme da Fonseca.

Fonte:Extra Online

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