domingo, 9 de maio de 2010

Trabalho Infantil


A Agência de Informação Frei Tito para América Latina (Adital) faz um importante alerta e afirma que, ainda hoje, a infância e a construção da cidadania de milhares de crianças e adolescentes de todo o mundo são comprometidas pelo trabalho infantil. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), apenas na América Latina foram registrados cerca de 17 milhões de pequenos trabalhadores com idade entre cinco e 17 anos. Vale dizer, que a entrada precoce no mundo do trabalho retira de várias crianças e adolescentes a possibilidade de crescer e se desenvolver de forma saudável, de ter lazer, de se socializar com outros da mesma idade e também de estudar. De cada quatro pequenos trabalhadores, três abandonam a escola e os que persistem apresentam baixo rendimento e não conseguem acompanhar as aulas. Ainda de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008, mais de 4 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos trabalham no Brasil. Contudo é valido registrar que, na Região Nordeste, foi registrado queda de 13,4% para 12,3% de 2007 para 2008. O Estado de Pernambuco também seguiu a mesma tendência de diminuição e, tem hoje, uma das menores taxas do Nordeste (10,6%), mesmo assim ainda luta contra a problemática. Mesmo com Pernambuco tendo uma das menores taxas de trabalho infantil, no Nordeste - 10,6% - vale destacar a tentativa do Centro Dom Hélder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec) que realiza, desde junho de 2009, no Recife, projeto “Do Trabalho Infantil à Participação”. E com isso, continuar reduzindo este número e de sensibilizar crianças e adolescentes para os malefícios causados pelo trabalho infantil.
Dentro do projeto “Do Trabalho Infantil à Participação, do Centro Dom Hélder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec), é válido ressaltar as ações realizadas por um grupo de dez jovens, que passaram pela experiência do trabalho infantil, e hoje atuam como educadoras explicando porque a exploração do trabalho infantil é prejudicial. As educadoras conscientizam e sensibilizam utilizando a experiência de quem já passou pelo problema e conseguiu superar. Paralelamente, um grupo, constituído por 25 adolescentes que também enfrentaram o trabalho infantil, monitora as políticas públicas do Recife para verificar se as autoridades estão trabalhando efetivamente para erradicar a problemática. Os jovens também participam de oficinas temáticas e realizam atividades voltadas para a área da comunicação. Karla Ribeiro, a coordenadora do projeto, lembra que, “desde que teve início, há quase um ano, o projeto já conseguiu atingir uma grande quantidade de pessoas. Mais de 600 crianças e adolescentes já participaram das oficinas e receberam formação. A atuação das educadoras é muito forte e está trazendo resultados positivos nas ações realizadas em escolas públicas e nos núcleos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil”. Finalmente, é importante registrar que as oficinas são realizadas pelas educadoras em salas de aula respeitando a faixa etária dos grupos. Na oportunidade, são exibidos vídeos sobre a temática, distribuído material informativo e debatidos assuntos como direitos da criança e do adolescente, malefícios do trabalho infantil, outras alternativas, mitos e verdades, entre outros. Até junho, quando o projeto será encerrado, mais de 200 crianças e adolescentes devem ser capacitados e orientados. A expectativa é ultrapassar a meta de 800 pessoas atingidas pela iniciativa “Do Trabalho Infantil à Participação".

Folha de Pernambuco

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