domingo, 9 de maio de 2010

Ainda falta mais diálogo entre pais e filhos, aponta pesquisa


A falta de conversa é a principal causa de desentendimento entre pais e filhos, na opinião da maioria dos capixabas. A constatação faz parte de uma pesquisa realizada pelo Instituto Futura no dia 27 de abril, para saber a opinião das pessoas sobre os desafios nas relações entre pais e filhos. Mais da metade dos entrevistados (52,2%) disseram que a principal divergência em família é a falta de diálogo. Em segundo lugar, com 44,5% das escolhas, está o envolvimento com drogas.
Também foram apontadas como principais causas de problemas familiares a desobediência dos filhos, citada por 32,6% dos entrevistados, e a falta de respeito, com 24,4%. Cada entrevistado teve o direito de escolher mais de uma resposta para a pergunta.
Quando o assunto é a "rebeldia" dos filhos, a autoridade dos pais logo é posta em cheque. E para 69,2% dos entrevistados pelo Instituto, os pais realmente estão deixando a desejar na imposição de regras. Outros 10% concordaram parcialmente com a afirmação. Já 19,9% das pessoas ouvidas disseram que não concordam que os pais perderam autoridade.
Já os filhos que sofrem com a violência, ou mesmo os que presenciam algum tipo de violência dentro de casa, podem se tornar também pessoas violentas no futuro. Este é o pensamento de 67,2% dos entrevistados. Para 34,3% os filhos que convivem com a violência podem ficar depressivos. Outros 28,9% disseram que os filhos podem virar usuários de drogas.

Correção

Desobediência se resolve com boas palmadas? Não. Essa foi a resposta dada por 51,7% dos entrevistados da pesquisa, que afirmaram não ser a violência a melhor saída para corrigir os filhos. Entretanto, outros 31,3% disseram que é necessário bater nos filhos para corrigir hábitos negativos.
Para a violência contra os filhos, 75,6% dos entrevistados da pesquisa acreditam que os pais merecem um tipo de punição. E o castigo mais adequado para quem utiliza a força para corrigir os filhos é a prisão(27,5%). Outra saída é a reeducação social e terapia familiar, para 21,8% das pessoas ouvidas.
Os crimes envolvendo pais e filhos, como o caso do pai que jogou as duas filhas da ponte por causa da mãe, em Nova Almeida, na Serra, estão cada vez mais comuns, de acordo com 48,5% das respostas. Já outros 39,1% não concordaram com o aumento deste tipo de crimes e acreditam que apenas a divulgação da mídia tem sido maior para estes casos.
O Instituto Futura ouviu 402 pessoas nas cidades de Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra. A margem de erro é de 4,9 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

Leonardo Soares
Gazeta online

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