terça-feira, 11 de maio de 2010

Favelas pacificadas vão ter curso de prevenção às drogas e à violência


As aulas, oferecidas pela PM desde 92, vão acontecer em escolas e UPPs
Pais e alunos de 6 a 12 anos serão beneficiados pelo programa


Para mudar a forma como crianças e adultos de comunidades antes dominadas pelo tráfico encaram a questão das drogas e da violência, a Polícia Militar vai subir as favelas já beneficiadas pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para, pela primeira vez, levar o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) a estes locais.
"Nossos policiais não trabalham armados, por isso não tinham como dar aulas em locais de risco", explicou o responsável pelo Proerd, tenente-coronel Nélio Monteiro. O programa atua em escolas do estado do Rio desde 1992.
As crianças de 6 a 12 anos, que estiverem cursando e ensino infantil e fundamental, terão aulas em suas escolas. A princípio serão seis escolas, no Morro da Providência, no Centro; no Pavão Pavãozinho, em Copacabana; e Babilônia, no Leme. Já os pais precisam se inscrever e vão assistir ao curso gratuitamente nas sedes de cada uma das oito UPPs.

Inscrições dia 17
De acordo com Nélio Monteiro, 97 policiais militares estão capacitados para ministrar o curso, que começa em junho para os pais dos menores de 18 anos e, em agosto, início do 2º semestre letivo, para os filhos. Os adultos poderão se inscrever a partir da próxima segunda-feira (17) em todas as UPPs.
De acordo com Nélio Monteiro, o comando das UPPs ainda está listando as demais escolas localizadas em comunidades pacificadas: “A princípio serão seis escolas, mas este número pode ser estendido. Cidade de Deus e Batam devem ser as próximas beneficiadas. Já o Morro Dona Marta, por exemplo, não tem escolas dentro da comunidade. Os alunos estudam no entorno, mas os colégios já foram atendidos pelo programa”, explicou o tenente-coronel.

Mais de 400 alunos formados
Monteiro revela que, desde 1992, mais de 400 alunos já se formaram beneficiados pelo Proerd.
“É a primeira vez que vamos entrar em favelas, mas, pela experiência que temos, o curso é um sucesso. Só não podemos garantir que, no futuro, as crianças de hoje não terão algum tipo de envolvimento com drogas ou violência, até porque depende de outros fatores externos”, lembrou o tenente-coronel.
De acordo com Monteiro, há metodologias de ensino diferentes para alunos da Educação Infantil, alunos do 1º ao 5º anos do Ensino Fundamental e pais. “Para os pequenos, as aulas são direcionadas com cartazes e as principais noções são de obediência aos pais, às leis e o que fazer se for tocado de forma que não goste. Este tópico é muito importante. Através dele já conseguimos descobrir e notificar casos de pedofilia”, detalhou Monteiro.
“Para os mais velhos, o curso dá uma noção de álcool, tabaco, como escolher boas amizades e tomar decisões corretas. Também incentivamos que as crianças discutam determinados temas com os pais e tragam para a sala de aula o resultado das conversas domésticas. O curso dos pais vai abordar os mesmos temas, enfatizando que os adultos devem supervisionar as crianças e incentivar o diálogo em casa”, concluiu.

G1

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