Documento foi entregue ao juiz pelos advogados de Mohammed Santos.
Ele será julgado nesta quinta (14) por matar Cara Marie em julho de 2008.
Os advogados Carlos Trajano de Souza e Odair Menezes, que representam o jovem Mohammed D'Ali Carvalho dos Santos, 21 anos, acusado de matar e esquartejar a jovem inglesa Cara Marie Burke, em junho de 2008, vão alegar que o réu confesso é portador de transtorno de personalidade anti-social, perturbação de saúde mental e dependência química. Eles pediram que o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, presidente do 1° Tribunal do Júri de Goiânia, juntasse os laudos ao processo.
Mohammed será julgado no Tribunal do Júri de Goiânia, nesta quinta-feira (14), por matar e esquartejar a vítima. Em razão do laudo médico, os advogados do réu alegam que o jovem precisa de tratamento multidisciplinar, com psiquiatra e psicólogo, desenvolvido por terapeuta familiar e em ambulatório.
Segundo o Tribunal de Justiça de Goiânia, a avaliação considerou que Mohammed sofreu perdas irreparáveis ao longo de sua vida, como a morte do pai, aos 2 anos, e a ausência da mãe, ocupada com trabalhos na Inglaterra para sustentar dois filhos.
Os advogados informaram ainda, por meio do laudo psicológico, que Mohammed esfaqueou as pernas do irmão mais velho, Bruce Lee, quando tinha 10 anos. Aos 15, ele se tornou dependente de drogas, consumindo altas doses de cocaína. A tese dos advogados de defesa é provar que a desestrutura familiar alterou a personalidade do réu.
Segundo o TJ, em entrevista realizada na terça-feira (5) no Núcleo de Custódia da Agência Prisional de Goiás, Mohammed demonstrou ter alucinações, potencial para agressividade e prejuízos afetivos. Ele teria escrito que deseja “pagar” pelo crime cometido e cuidar de sua família. “Queria que essas pessoas que falam que eu sou um psicopata convivessem comigo pelo menos um pouco, só para ver que não sou esse monstro que estão falando”, disse o réu durante a avaliação psicológica.
Mohammed será julgado sob as qualificadoras do crime como o motivo fútil, uma vez que a jovem inglesa teria ameaçado contar à mãe do réu e a um policial militar que ele usava drogas. Segundo o juiz, outro agravante seria o ataque enquanto a vítima estava ao telefone.
A promotoria também deve usar os laudos periciais sobre a morte da jovem inglesa e o fato de ter ocorrido destruição e ocultação de cadáver.
Mohammed não responderá pela acusação inicial do Ministério Público de corrupção ativa, supostamente cometida pelo réu contra policiais militares que o prenderam.
Namoro e filho
Cara Marie Burke e Mohammed D'Ali chegaram a viver juntos, sem qualquer relacionamento amoroso, até a vítima se mudar para outro bairro, em Goiânia. A garota estaria com medo de Mohammed por causa do envolvimento com drogas.
Antes do crime, Mohammed namorava com uma cabeleireira de 20 anos. O relacionamento continuou mesmo após a prisão dele. A fidelidade do namoro fez o réu virar pai ainda na carceragem. No dia 23 de março deste ano, a jovem deu à luz um bebê prematuro, de sete meses, em uma maternidade particular na capital goiana.
A cabeleireira, que prefere não ser identificada, disse que ficou grávida durante uma das visitas íntimas ao namorado. "Não tenho envolvimento com o que aconteceu, mas estou pagando com o preconceito das pessoas. Já tentei arrumar emprego, mas não consigo, as pessoas ficam me olhando e comentando pelas costas. Quando descobrem que sou namorada dele [Mohammed], desistem de me dar a vaga. Isso já aconteceu duas vezes."
Ela será uma das testemunhas de defesa de Mohammed no julgamento. O irmão do acusado, Bruce Lee, que vive atualmente em São Paulo, também deve ser convocado pelos advogados de defesa. A mãe do réu, Ivany Carvalho dos Santos, não vai acompanhar o júri. A família não informa seu paradeiro.
Por Glauco Araújo
Do G1, em São Paulo
Ele será julgado nesta quinta (14) por matar Cara Marie em julho de 2008.
Os advogados Carlos Trajano de Souza e Odair Menezes, que representam o jovem Mohammed D'Ali Carvalho dos Santos, 21 anos, acusado de matar e esquartejar a jovem inglesa Cara Marie Burke, em junho de 2008, vão alegar que o réu confesso é portador de transtorno de personalidade anti-social, perturbação de saúde mental e dependência química. Eles pediram que o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, presidente do 1° Tribunal do Júri de Goiânia, juntasse os laudos ao processo.
Mohammed será julgado no Tribunal do Júri de Goiânia, nesta quinta-feira (14), por matar e esquartejar a vítima. Em razão do laudo médico, os advogados do réu alegam que o jovem precisa de tratamento multidisciplinar, com psiquiatra e psicólogo, desenvolvido por terapeuta familiar e em ambulatório.
Segundo o Tribunal de Justiça de Goiânia, a avaliação considerou que Mohammed sofreu perdas irreparáveis ao longo de sua vida, como a morte do pai, aos 2 anos, e a ausência da mãe, ocupada com trabalhos na Inglaterra para sustentar dois filhos.
Os advogados informaram ainda, por meio do laudo psicológico, que Mohammed esfaqueou as pernas do irmão mais velho, Bruce Lee, quando tinha 10 anos. Aos 15, ele se tornou dependente de drogas, consumindo altas doses de cocaína. A tese dos advogados de defesa é provar que a desestrutura familiar alterou a personalidade do réu.
Segundo o TJ, em entrevista realizada na terça-feira (5) no Núcleo de Custódia da Agência Prisional de Goiás, Mohammed demonstrou ter alucinações, potencial para agressividade e prejuízos afetivos. Ele teria escrito que deseja “pagar” pelo crime cometido e cuidar de sua família. “Queria que essas pessoas que falam que eu sou um psicopata convivessem comigo pelo menos um pouco, só para ver que não sou esse monstro que estão falando”, disse o réu durante a avaliação psicológica.
Mohammed será julgado sob as qualificadoras do crime como o motivo fútil, uma vez que a jovem inglesa teria ameaçado contar à mãe do réu e a um policial militar que ele usava drogas. Segundo o juiz, outro agravante seria o ataque enquanto a vítima estava ao telefone.
A promotoria também deve usar os laudos periciais sobre a morte da jovem inglesa e o fato de ter ocorrido destruição e ocultação de cadáver.
Mohammed não responderá pela acusação inicial do Ministério Público de corrupção ativa, supostamente cometida pelo réu contra policiais militares que o prenderam.
Namoro e filho
Cara Marie Burke e Mohammed D'Ali chegaram a viver juntos, sem qualquer relacionamento amoroso, até a vítima se mudar para outro bairro, em Goiânia. A garota estaria com medo de Mohammed por causa do envolvimento com drogas.
Antes do crime, Mohammed namorava com uma cabeleireira de 20 anos. O relacionamento continuou mesmo após a prisão dele. A fidelidade do namoro fez o réu virar pai ainda na carceragem. No dia 23 de março deste ano, a jovem deu à luz um bebê prematuro, de sete meses, em uma maternidade particular na capital goiana.
A cabeleireira, que prefere não ser identificada, disse que ficou grávida durante uma das visitas íntimas ao namorado. "Não tenho envolvimento com o que aconteceu, mas estou pagando com o preconceito das pessoas. Já tentei arrumar emprego, mas não consigo, as pessoas ficam me olhando e comentando pelas costas. Quando descobrem que sou namorada dele [Mohammed], desistem de me dar a vaga. Isso já aconteceu duas vezes."
Ela será uma das testemunhas de defesa de Mohammed no julgamento. O irmão do acusado, Bruce Lee, que vive atualmente em São Paulo, também deve ser convocado pelos advogados de defesa. A mãe do réu, Ivany Carvalho dos Santos, não vai acompanhar o júri. A família não informa seu paradeiro.
Por Glauco Araújo
Do G1, em São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário