Obama concedeu a entrevista poucas horas após a intervenção do guia supremo Ali Khamenei, que exigiu, durante pregação na Universidade de Teerã, o fim dos protestos em seu país.
"Levando em conta o teor e o tom de algumas declarações, me parece muito importante que o governo iraniano se dê conta de que o mundo o está observando", declarou Obama, evitando condenar o poder iraniano.
"A forma como eles (os dirigentes iranianos) tratam pessoas que tentam ser ouvidas por meios pacíficos dará à comunidade internacional uma boa ideia do que é ou do que não é o Irã", acrescentou.
A oposição foi para as ruas participar de numerosas manifestações de protesto, para pedir a anulação da eleição; sete manifestantes morreram, segundo uma rádio oficial. A Anistia Internacional denunciou 10 mortos em diferentes manifestações. Oponentes foram detidos e a imprensa estrangeira foi impedida de realizar seu trabalho, cobrindo as passeatas.
As novas declarações de Obama acontecem após a adoção, pela Câmara de Representantes americana, de resolução, aprovada por esmagadora maioria, de apoio aos iranianos "que respeitam os valores da liberdade, dos direitos humanos".
"Não podemos manter silêncio ante este atentado à liberdade e à dignidade humana", martelou nesta sexta-feira o democrata Howard Berman, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Representantes, um dos autores da resolução.
O debate vem arrebatando Washington nos últimos dias, com alguns considerando insuficiente o apoio de Barack Obama aos manifestantes.
Seu adversário na presidencial de 2008, John McCain, lamentou os comentários "mornos" do presidente, que havia dito na terça-feira ter "profundas preocupações" a respeito das eleições iranianas considerando que não seria "produtivo" para os Estados Unidos misturar-se em política interna iraniana.
A Casa Branca manteve esta linha nesta sexta-feira.
"Não devemos servir de "political foils", de "punching ball" num debate no Irã entre iranianos", declarou à imprensa o porta-voz de Obama, Robert Gibbs, recusando-se a endurecer a posição da Casa Branca sobre o regime de Teerã, mesmo se, disse ele, "muitas pessoas gostassem que nos envolvêssemos mais".
Destacou que se assistia a "qualquer coisa de extraordinário no Irã, "que poucos poderiam imaginar há algumas semanas ou dias.
AFP
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