quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sean vai ficar com pai biológico quando americano estiver no Brasil

RIO - O juiz Rafael de Souza Pereira Pinto, da 16ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determinou que o menino Sean Goldman, de 9 anos, fique sob os cuidados do pai, David Goldman, quando o americano estiver no Brasil. De acordo com a decisão do juiz, a criança ficará com o pai biológico das 9h de segunda-feira às 20h de sábado. A medida vale antes mesmo do julgamento do recurso que suspendeu o retorno do menino aos Estados Unidos. Quando o pai não estiver no país, Sean continua sob a guarda do padrasto João Paulo Lins e Silva. (Saiba mais sobre o caso)
O advogado da família brasileira, Sérgio Tostes, disse que a decisão é melhor do que a anterior que determinava a entrega do menino em 48 horas ao consulado amaricano . Apesar disso, Tostes pretende recorrer também da nova determinação da Justiça.
O advogado de David Goldman no Brasil, Ricardo Zamariola, ainda não foi localizado para comentar a decisão.
Nesta semana, Sérgio Tostes entregou à Justiça laudo de entrevista - feita por psicólogo contratado pela família - que atesta que a criança deseja ficar no Brasil. O documento não tem valor jurídico, mas o advogado acredita que ele irá ajudar à Justiça a tomar uma decisão. Tostes aconselha aos advogados do pai de Sean, David Goldman, a fazer o mesmo.
- O que não pode é deixar de ouvir o desejo do menino. A outra parte deve fazer o mesmo procedimento. O próprio Sean, no vídeo, diz que gostaria que o pai o assistisse para ter noção do que ele deseja - disse Tostes em entrevista à rádio CBN.
Sean nasceu nos Estados Unidos, mas veio ao Brasil com a mãe brasileira aos quatro anos, supostamente sem a autorização do pai para manter a criança no Brasil em caráter permanente. Hoje com 9 anos, o menino mora com o padrasto e a avó materna no Rio. Ele saiu dos EUA para passar férias com a mãe, Bruna Bianchi, e nunca mais voltou. Bruna se casou com o advogado brasileiro João Paulo Lins e Silva. Ela engravidou dele e, no ano passado, morreu no parto da irmã de Sean. A guarda provisória do menino ficou com o padrasto. O pai e o padrasto disputam a guarda de Sean na Justiça.
A 16ª Vara de Justiça Federal do Rio já decidiu que o menino tem que voltar ao Estados Unidos, onde as duas partes devem disputar a guarda. No entanto, a família brasileira conseguiu um madado de segurança que mantém Sean no país.
A decisão sobre o retorno ainda pode demorar. Não está na pauta da próxima semana do Tribunal Regional Federal do Rio o julgamento do mérito do mandado de segurança nem o da medida cautelar que pede que a decisão de retorno, já dada, não seja cumprida até que se esgotem todos os recursos.



O Globo On Line

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