Um grupo de clérigos do Irã afirmou que a eleição presidencial do país foi inválida, contradizendo os resultados oficiais que levaram à reeleição de Mahmoud Ahmadinejad e a protestos que deixaram pelo menos 20 mortos.
A declaração dos clérigos reformistas vai contra o Conselho dos Guardiões do Irã, que, na semana passada, endossou formalmente a vitória de Ahmadinejad.
O Conselho dos Guardiões é um conselho de 12 pessoas, seis líderes religiosos e seis juristas. Os seis religiosos são indicados pelo líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei.
O grupo de clérigos reformistas afirma que o Conselho dos Guardiões não tem mais o direito "de julgar este caso".
Em uma declaração à imprensa, o grupo - Acadêmicos e Pesquisadores da Assembleia do Seminário de Qom - afirmou que alguns integrantes do conselho "perderam a imagem de imparcialidade perante o público".
"Como alguém consegue aceitar a legitimidade da eleição apenas devido ao fato de o Conselho dos Guardiões afirmar (que a eleição foi legítima)? Alguém pode dizer que um governo nascido de violações é um governo legítimo", afirmou a declaração dos clérigos.
A declaração dos clérigos reformistas vai contra o Conselho dos Guardiões do Irã, que, na semana passada, endossou formalmente a vitória de Ahmadinejad.
O Conselho dos Guardiões é um conselho de 12 pessoas, seis líderes religiosos e seis juristas. Os seis religiosos são indicados pelo líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei.
O grupo de clérigos reformistas afirma que o Conselho dos Guardiões não tem mais o direito "de julgar este caso".
Em uma declaração à imprensa, o grupo - Acadêmicos e Pesquisadores da Assembleia do Seminário de Qom - afirmou que alguns integrantes do conselho "perderam a imagem de imparcialidade perante o público".
"Como alguém consegue aceitar a legitimidade da eleição apenas devido ao fato de o Conselho dos Guardiões afirmar (que a eleição foi legítima)? Alguém pode dizer que um governo nascido de violações é um governo legítimo", afirmou a declaração dos clérigos.
Desafio
Segundo correspondentes a declaração do grupo de clérigos é mais uma prova da divisão na elite iraniana. E, em particular, foi um ato de desafio contra o líder supremo aiatolá Ali Khamenei.
Os clérigos reformistas afirmaram ainda que o Conselho dos Guardiões não "prestou atenção" às reclamações dos candidatos derrotados Mir Hossein Mousavi e Mehdi Karroubi. Eles também pediram que outros clérigos os apoiem e, como eles, declarem que a eleição presidencial e o governo são ilegítimos.
Desde as eleições do dia 12 de junho o Irã tem passado por momentos difíceis. A votação resultou na reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, mas seus opositores disseram que o pleito foi fraudulento, o que gerou uma série de grandes protestos nas ruas, os maiores dos últimos anos, com centenas de milhares de pessoas nas ruas.
No sábado, o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, uma figura influente da política iraniana e partidário de destaque do candidato derrotado Mir Hossein Mousavi, se reuniu com familiares de manifestantes que foram detidos durante os protestos e disse que os eventos depois das eleições causaram amargura no país.
Foi a primeira vez que Rafsanjani se pronunciou em público desde a eleição. Ele afirmou às famílias que todas as pessoas que tenham "uma consciência vigilante" não podem estar satisfeitas com a situação atual.
"Espero que com uma boa administração e sabedoria, as questões sejam resolvidas nos próximos dias e a situação possa melhorar... Devemos pensar sobre a proteção dos interesses do sistema no longo prazo",
Foi a primeira vez que Rafsanjani se pronunciou em público desde a eleição. Ele afirmou às famílias que todas as pessoas que tenham "uma consciência vigilante" não podem estar satisfeitas com a situação atual.
"Espero que com uma boa administração e sabedoria, as questões sejam resolvidas nos próximos dias e a situação possa melhorar... Devemos pensar sobre a proteção dos interesses do sistema no longo prazo",
afirmou.
Libertação
O governo da Grã-Bretanha afirmou que dois dos funcionários da embaixada britânica que foram detidos por "incitar os protestos" seriam libertados.
O Irã vem acusando repetidamente governos estrangeiros – especialmente a Grã-Bretanha e os Estados Unidos – de interferir nos assuntos do país desde as eleições de 12 de junho.
Neste domingo a agência de notícias estatal Irna informou que, segundo o chefe da polícia do Irã, cerca de dois terços das pessoas que foram presas devido aos protestos já tinha sido libertadas.
O Ministério do Exterior iraniano informou também que um jornalista grego-britânico que trabalhava para o jornal The Washington Times e que tinha sido preso por envolvimento "com os recentes tumultos nas ruas", foi libertado.
BBC Brasil
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