Cientistas comprovam que amizades, e até amigos de amigos de amigos, influenciam o quanto bebemos. Outras pesquisas mostram o mesmo para fumar ou ser generoso
Beber pode ser socialmente contagioso. A conclusão é de uma pesquisa feita pelo sociólogo greco-americano Nicholas A. Christakis, professor do Departamento de Políticas de Assistência Médica da Universidade de Harvard, e pelo americano James Fowler, cientista político da Universidade da Califórnia, San Diego. Christakis e Fowler são conhecidos por suas pesquisas quem misturam redes sociais - um ramo da sociologia que representa relacionamentos afetivos ou profissionais como ligações em um rede - com saúde, bem-estar e assistência médica. Eles já estudaram, por exemplo, como a generosidade por ser contagiosa ou como parar de fumar pode se espalhar por uma rede social.
Mas o que isso significa? É o velho "as amizades influenciam", com roupagem sociológica-científica e dados quantificáveis. Para Christakis e Fowler, os seus conhecidos que bebem influenciam em como você lida com a bebida. Se alguém bem próximo a você em uma rede social - um amigo, um parente ou um colega - bebe muito, você tem 50% a mais de probabilidade de também beber muito. (Beber muito: um drink por dia para mulheres; dois drinks para homens.) Se alguém a dois graus de distância, um amigo de um amigo por exemplo, bebe muito, você tem 36% a mais de probabilidade de também fazê-lo. A influência continua até o terceiro grau de separação, algo como o primo da mãe da sua namorada, com o aumento da chance em 15%, e desaparece depois do quarto grau de separação.
Outros fatores, como idade, sexo e escolaridade, além da ligação social a várias pessoas que bebem muito, tiveram um impacto significativo sobre o consumo de álcool de um indivíduo. Para cada outro contato social que bebe muito, a probabilidade da pessoa de beber muito aumenta em 18%, e a probabilidade de se abster de álcool diminuiu 7%. O contrário também vale: para cada pessoa que não bebe na rede social, a chance de beber muito cai 10%; e para cada amigo completamente abstêmio, pessoas têm 11% menos probabilidade de beberem moderadamente e é 22% mais provável que também se abstenham de beber. Os autores não encontram relação entre pessoas que bebem muito e aquelas que tem um hábito moderado de consumo de álcool.
"Os efeitos de uma rede social no consumo de álcool podem ter um efeito positivo ou negativo na saúde, dependendo das circunstâncias", afirmam os pesquisadores. "Beber é um problema clínico e de saúde pública que envolve grupos de pessoas interconectadas que compartilham comportamentos." Segundo Christakis e Fowler, os resultados deste estudo, juntos com pesquisas anteriores, apoiam a noção de que "como as pessoas estão conectadas, a sua saúde também está conectado".
A pesquisa, publicada no periódico científico Annals of Internal Medicine, foi feita com dados de 5.000 participantes do Framingham Heart Study (FHS), um estudo de longa duração iniciado em 1948 que recolhe informações sobre a saúde, incluindo hábitos de consumo de álcool, de indivíduos de diversas gerações a cada dois a quatro anos.
Época
Beber pode ser socialmente contagioso. A conclusão é de uma pesquisa feita pelo sociólogo greco-americano Nicholas A. Christakis, professor do Departamento de Políticas de Assistência Médica da Universidade de Harvard, e pelo americano James Fowler, cientista político da Universidade da Califórnia, San Diego. Christakis e Fowler são conhecidos por suas pesquisas quem misturam redes sociais - um ramo da sociologia que representa relacionamentos afetivos ou profissionais como ligações em um rede - com saúde, bem-estar e assistência médica. Eles já estudaram, por exemplo, como a generosidade por ser contagiosa ou como parar de fumar pode se espalhar por uma rede social.
Mas o que isso significa? É o velho "as amizades influenciam", com roupagem sociológica-científica e dados quantificáveis. Para Christakis e Fowler, os seus conhecidos que bebem influenciam em como você lida com a bebida. Se alguém bem próximo a você em uma rede social - um amigo, um parente ou um colega - bebe muito, você tem 50% a mais de probabilidade de também beber muito. (Beber muito: um drink por dia para mulheres; dois drinks para homens.) Se alguém a dois graus de distância, um amigo de um amigo por exemplo, bebe muito, você tem 36% a mais de probabilidade de também fazê-lo. A influência continua até o terceiro grau de separação, algo como o primo da mãe da sua namorada, com o aumento da chance em 15%, e desaparece depois do quarto grau de separação.
Outros fatores, como idade, sexo e escolaridade, além da ligação social a várias pessoas que bebem muito, tiveram um impacto significativo sobre o consumo de álcool de um indivíduo. Para cada outro contato social que bebe muito, a probabilidade da pessoa de beber muito aumenta em 18%, e a probabilidade de se abster de álcool diminuiu 7%. O contrário também vale: para cada pessoa que não bebe na rede social, a chance de beber muito cai 10%; e para cada amigo completamente abstêmio, pessoas têm 11% menos probabilidade de beberem moderadamente e é 22% mais provável que também se abstenham de beber. Os autores não encontram relação entre pessoas que bebem muito e aquelas que tem um hábito moderado de consumo de álcool.
"Os efeitos de uma rede social no consumo de álcool podem ter um efeito positivo ou negativo na saúde, dependendo das circunstâncias", afirmam os pesquisadores. "Beber é um problema clínico e de saúde pública que envolve grupos de pessoas interconectadas que compartilham comportamentos." Segundo Christakis e Fowler, os resultados deste estudo, juntos com pesquisas anteriores, apoiam a noção de que "como as pessoas estão conectadas, a sua saúde também está conectado".
A pesquisa, publicada no periódico científico Annals of Internal Medicine, foi feita com dados de 5.000 participantes do Framingham Heart Study (FHS), um estudo de longa duração iniciado em 1948 que recolhe informações sobre a saúde, incluindo hábitos de consumo de álcool, de indivíduos de diversas gerações a cada dois a quatro anos.
Época
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