sexta-feira, 9 de abril de 2010


SÃO PAULO - O padre alemão Benedikt Lennartz, de 41 anos, pároco de Craíbas, município a 160 km de Maceió, foi denunciado nesta quinta-feira pelo Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas por crime de pedofilia na internet. As investigações tiveram início em maio de 2009, quando foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) a operação Turko, que visa combater a pornografia infantil na internet. Na casa do padre, a polícia encontrou 1,3 mil fotos com cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo adolescentes; a maioria, do sexo masculino. Trata-se do quarto caso de pedofilia envolvendo religiosos de Alagoas em menos de um mês.

A perícia apurou que foram encontrados indícios de navegação em pelo menos 10 sites de conteúdo pornográfico infantil. Também apurou que Lennartz tem uma conta em uma destas páginas, cujo pagamento para ter acesso foi feito na própria rede.

A denúncia foi feita pelo Procurador da República Samir Cabus Nachef Junior, do MPF na capital alagoana.

- Considerando que a aquisição do material pornográfico pelo réu foi feita pela internet e que ele acessou diversos sites estrangeiros com tal conteúdo e salvou as imagens em seu computador, tudo isso prova claramente a internacionalidade da conduta delituosa - assegura o procurador.

A PF chegou ao padre a partir de uma denuncia envolvendo a publicação de imagens pornográficas de crianças e adolescentes em uma página do Orkut, cujo usuário do perfil era um adolescente de 14 anos. Foram realizadas buscas na residência do garoto e no local de onde acessava a internet: a casa onde mora o pároco Benedikt Lennartz. As imagens foram encontradas apenas na casa do padre. De acordo com o procurador, o religioso disse não ter conhecimento da existência das fotos.

- Se fossem duas ou três fotos, dava para acreditar. Mas ter 1,3 mil fotos de conteúdo pornográfico infantil e não ter conhecimento? As provas estão robustas e devem levá-lo à condenação - garante o procurador.

O padre teve seu passaporte alemão apreendido pela PF em maio de 2009, quando as investigações tiveram início. Por causa disso, o religioso, que tem visto de permanência no Brasil, está impossibilitado de deixar o país até que responda pela acusação. Ele não foi preso e até esta quinta-feira, trabalhava normalmente como pároco de Craíbas.

De acordo com o artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, o padre pode cumprir pena de reclusão de até 4 anos, além de pagar multa. A pornografia infantil e a pedofilia são crimes previstos em convenção internacional promulgada pelo Decreto Presidencial nº 99.710, de 1990. Na convenção, os Estados comprometem-se a proteger a criança contra todas as formas de exploração e abuso sexual, tomando todas as medidas de caráter nacional, bilateral e multilateral para impedir incentivo ou coação para que uma criança se dedique a qualquer atividade sexual ilegal; a exploração da criança nessas práticas e também em espetáculos ou materiais pornográficos.
Trata-se do quarto caso de pedofilia envolvendo religiosos de Alagoas em menos de um mês. Em março, os monsenhores Luiz Marques, Edílson Duarte e Raimundo Gomes, se envolveram em um escândalo sexual na cidade de Arapiraca e foram afastados das atividades religiosas pelo bispo Dom Valério Brêda. Os padres são acusados de pedofilia e de praticarem sexo com coroinhas.
Um vídeo mostra imagens do monsenhor Luiz Marques Barbosa, de 82 anos, mantendo relações sexuais com um jovem identificado como Fabiano Ferreira. As imagens dos atos sexuais foram divulgadas em um programa de TV. O monsenhor Luís Marques aparece sem roupas com Fabiano na cama. Três ex-coroinhas: Fabiano, Flávio e Anderson foram entrevistados no programa, além de um menino de 11 anos. Eles denunciaram o assédio feito pelo monsenhor Raimundo nas dependências da igreja.

Globo

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