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segunda-feira, 15 de junho de 2009
BAURU: Agressão física e dano financeiro lideram a violência contra idosos
Maria (nome fictício), uma mulher idosa, levou uma martelada no rosto que deformou seu maxilar. A agressão ocorreu dentro de sua própria casa, e os autores foram seu filho e seu marido. O fato aconteceu há mais de três anos em Bauru e é considerado até hoje como o mais grave. Mas de acordo com a coordenadora de projetos da Fundação Toledo (Fundato), Andréia Ferreguti, em Bauru também é grande o número de agressões patrimoniais a pessoas com mais de 60 anos.
“Atendemos os idosos através do Centro Integrado de Atenção a Vítimas de Violência (Ciavi). A maioria das denúncias é de filhos e parentes que se apoderam do cartão de banco do idoso e com ele fazem empréstimos pessoais.”
Considerados exploração financeira, os empréstimos bancários, assim que denunciados, são levados ao conhecimento do Ministério Público. “Normalmente, o promotor intima aquele que lesou o idoso. Ele tem que ressarcir o dano provocado”, observa Ferreguti.
Em alguns casos, o idoso que sofre agressão de qualquer espécie e denuncia, tem que deixar a casa do filho. Então, ele necessita de abrigamento. “Em Bauru, só a Sociedade Beneficente Cristã (Paiva) aceita os acamados. Na Vila Vicentina, só são aceitos os idosos que conseguem andar e fazer tudo sozinhos.”
Em segredo
A violência contra a pessoa idosa é real na sociedade e os números não refletem a realidade dos fatos, uma vez que agressões de todos os tipos ocorrem entre familiares e permanecem em segredo entre eles. Hoje, Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, o assunto está em pauta para ser discutido por pessoas que se interessam pela evolução da sociedade.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, em Bauru, vivem 39 mil pessoas acima de 60 anos. No mundo, elas representam 10% da população. Porém, nas sociedades ocidentais, o idoso ainda é considerado uma “carta fora do baralho”, visto apenas como uma pessoa velha, enquanto para as orientais é sinônimo de experiência.
Maria sobreviveu à agressão e, depois de três anos, gerencia sua própria vida, além de cuidar de um de seus agressores, o marido, que sofre do mal de Alzheimer e está acamado.
O caso, acompanhado por assistentes sociais, é utilizado para ilustrar alguns dados da violência contra idosos no município, conta a titular da Secretaria do Bem-Estar Social, Darlene Tendolo.
“No mês de maio tivemos 452 atendimentos no Centro Integrado de Atenção a Vítimas de Violência. Esse número engloba violência contra criança, adolescente, mulher, portadores de deficiência e idosos, que respondem por 22,78% dos casos. Deste total, a mulher é a mais vitimada, a mais agredida, de todas as formas. Até por uma questão cultural, a violência recai sobre ela. Em março atendemos 103 idosos, sendo 34 do sexo masculino e 69 do sexo feminino.”
Trauma
Maria (nome fictício), a idosa que levou uma martelada no rosto ao ser agredida por seu marido e filho, sobreviveu por uma obra do acaso. Ficou em cativeiro por seis dias e a família escondeu o resultado das agressões.
“Ela sobreviveu porque tinha uma atividade para participar e não compareceu. A equipe do Promae foi até a casa dela e a encontrou toda ferida”, frisa a secretária municipal do Bem-Estar Social (Sebes), Darlene Tendolo.
Só quem vivenciou ou presenciou em família a agressão a uma pessoa com idade acima de 60 anos sabe o trauma que uma agressão causa no idoso.
Muitas vezes ele começa a desejar a morte ao se sentir uma “peça inútil” na família. Mas a sociedade brasileira terá, cada vez mais, que tomar conhecimento dos direitos dos idosos e passar a respeitá-los. Com o aumento da expectativa de vida no Brasil, é cada vez maior o número de pessoas com mais de 60 anos de idade.
• Serviço
Em Bauru, denúncias de agressão (mantidas em sigilo) podem ser feitas no Centro Integrado de Atenção a Vítimas de Violência (Ciavi), pelo telefone 3212-3000. O Centro de Referência Especializado à Assistência Social (Creas) também recebe denúncias pelo 3234-1090.
Rita de Cássia Cornéli
Jornal da Cidade de Bauru
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gente preciso de ajuda meu avo esta maltratando minha avo, esta batendo, espancando ela e não sei oque fazer, alguém pode me ajudar?
ResponderExcluirtenho testemunhas, mas nw sei oque fazer me ajudem pelo amor de deus