segunda-feira, 15 de junho de 2009

Destroços do Airbus da Air France vão para investigação

TRAGÉDIA > PEÇAS E BAGAGENS IRÃO PERMANECER NO PORTO DE RECIFE

Recife – Centenas de destroços do Airbus da Air France que caiu no Oceano Atlântico quando ia do Rio de Janeiro para Paris, no dia 31 de maio, chegaram na manhã de ontem ao Porto de Recife a bordo da Fragata Constituição. Entre o material resgatado está o que especialistas em aviação afirmam ser parte do estabilizador da aeronave. A peça, com 14 metros de comprimento e 4,5 metros de largura, foi encontrada no último dia 3 de junho durante a operação de busca numa área a 69,5 quilômetros a noroeste do ponto onde foram emitidos os últimos sinais pela aeronave.
A região, a aproximadamente 800 quilômetros do arquipélago de Fernando de Noronha, vem sendo apontada pelo comando militar como o “provável” ponto da queda do avião.
Um representante do BEA (órgão francês que comanda as investigações), dois funcionários da Air France e o embaixador francês no Brasil, Pierre-Jean Vandoorne, acompanharam o desembarque do material. Assim como todas as peças recolhidas pela Marinha brasileira, as bagagens das vítimas do acidente – que foram acomodadas em nove grandes sacos de lona – foram depositadas em um galpão na área de estocagem do porto e estão agora sob a responsabilidade do BEA.
Inicialmente, as bagagens seriam entregues à Air France, mas depois de negociação envolvendo o governo francês e a companhia aérea, na semana passada, houve um acordo para que tudo fosse repassado ao BEA, para que possam auxiliar as investigações.
A Fragata Constituição atracou às 10 horas, com o auxílio de dois rebocadores. A retirada dos destroços do navio levou mais de 40 minutos e contou com auxílio de um guincho, uma carreta e mais de 40 homens, entre militares e portuários. Somente após três tentativas, o imenso pedaço metálico do estabilizador foi acomodado em uma carreta. Durante todo o desembarque, o representante do BEA, que não falou com a imprensa e não permitiu a divulgação de sua identidade, fotografou, mediu e fez anotações sobre a peça.
Entre as centenas de destroços, pelo menos outros 12 são considerados de tamanho “médio” pelos militares, variando entre dois e sete metros. Em entrevista coletiva, o comandante da embarcação, o capitão de fragata Marcos Borges Sertã, disse estar orgulhoso do trabalho e da dedicação da tripulação. “Quando fomos convocados para esta missão, estávamos em Salvador, a caminho do Rio de Janeiro, abastecendo o navio depois de uma operação que durou dois meses. Foram treze dias de muitas dificuldades, expectativas e apreensão. Todos se dedicaram ao máximo às buscas, primeiro por sobreviventes, depois dos corpos e destroços, que certamente auxiliarão nas investigações das causas deste terrível acidente”, afirmou. (AE)



Gazeta do Sul

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