segunda-feira, 22 de junho de 2009

Irmão de menina austríaca morta no Rio irá prestar novo depoimento à polícia

RIO DE JANEIRO – O delegado titular da 36ª DP (Santa Cruz), Aguinaldo da Silva, aguarda nesta segunda-feira a ida do austríaco Sascha Zanger, de 39 anos, à delegacia com o filho de 12 anos. O menino irá prestar novo depoimento sobre a morte da irmã, a menina Sophie Zanger, de quatro anos.

A criança morreu na madrugada da última sexta-feira no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, na Baixada Fluminense, onde ficou internada em coma por uma semana com diversos hematomas pelo corpo. A polícia trabalha com a hipótese de espancamento e a tia e a prima da menina de quatro anos são suspeitas pelo crime.
Sophie Zanger foi internada em estado grave no dia 12 de junho. De acordo com o boletim divulgado pelo Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, a menina chegou à unidade com 14 quilos, desnutrida, desidratada e com marcas de agressão espalhadas pelo corpo. Além disso, a criança apresentava contusão na cabeça e os punhos quebrados.
O diretor do hospital, Manoel Moreira, informou que a causa da morte será determinada pelo exame necroscópico realizado pelo Instituto Médico Legal (IML), para onde o corpo foi encaminhado.
Para o delegado Aguinaldo da Silva, o depoimento do irmão da vítima é essencial para determinar o rumo das investigações. O menino inicialmente havia dito que era o responsável pelos hematomas na irmã.
No entanto, ele contou ao pai que mentiu porque estava sendo ameaçado pela prima, Lílian Viana, de 21 anos, uma das suspeitas pelo crime. Foi o irmão de Sophie que a encontrou caída no banheiro, no dia 12 de junho, no banheiro da casa da tia materna, Geovana dos Santos Viana.

Mãe desaparecida
Sophie e o irmão moravam com a tia em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro. As duas crianças, que nasceram na Áustria, vieram para o Brasil há quase dois anos, acompanhados da mãe, Maristela dos Santos, de 40 anos. Ela era casada com o representante comercial Sascha Zanger, que conheceu em 1993, quando ele passava férias no Brasil. Após dois anos de namoro, o austríaco levou-a para Viena.
Em 2006, o casal se separou por problemas no relacionamento. Maristela sofre de distúrbios mentais. No entanto, em janeiro de 2008, a ex-mulher do representante comercial pegou os dois filhos e veio para o Brasil, sem a autorização de Sascha. Maristela foi morar na casa da irmã, mas há três meses está desaparecida. Com isso, a tia das crianças conseguiu a guarda provisória dos sobrinhos.
O pai de Sophie disse que pagava uma pensão de cerca de 1.500 euros para os filhos, mas que eles viviam em um barraco, em condições insalubres. “Ela [a tia] só estava vendo os euros. Ela não estava vendo as crianças. Ela não queria cuidar das crianças. A única intenção foi só o dinheiro”, avaliou.

Luta pela guarda
Segundo Sascha, ele pediu seis vezes a guarda dos filhos à Justiça brasileira através de petições desde que os filhos embarcaram sem sua autorização, mas não conseguiu reaver as crianças. O representante comercial está usando a Convenção de Haia para retornar com o filho de 12 anos para a Áustria.
O documento, assinado por diversas nações, inclusive o Brasil, determina que a guarda de crianças levadas para outros países sem a autorização do pai e da mãe seja decidida no País de origem da criança.

Para cuidar do caso, Sascha contratou os mesmos advogados que cuidam do caso do menino S., disputado entre o pai, o americano David Goldman, e o padrasto brasileiro, João Paulo Lins e Silva.


“Eu fiz de tudo. Eu gastei de tudo, mas o fim é horrível para mim”, disse emocionado o austríaco.



Agência Estado e Bandnews

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