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sexta-feira, 26 de junho de 2009
Violência fere mais que queimaduras no São João
O número de vítimas da violência é duas vezes maior que o de queimados durante os festejos juninos na capital, de acordo com o registro dos atendimentos realizados no Hospital Geral do Estado (HGE).
Entre os dias 19 e a manhã do dia 24, o HGE atendeu 27 pacientes com queimaduras relacionadas à festa. No mesmo período, o hospital recebeu 41 pacientes vítimas de agressão por arma de fogo e 19 por arma branca.
Segundo o diretor geral da unidade hospitalar, André Luciano Andrade, os números da violência, no entanto, não foram afetados pela festa junina, permanecendo dentro da média registrada nos fins de semana da capital.
“As principais vítimas das queimaduras e da violência, geralmente, são adultos jovens”, afirma Andrade. Para o médico, a preocupação, no entanto, recai sobre o aumento nos casos de violência, no São João ou fora dele.
“Há algum tempo, as vítimas de violência ficaram constantes e esse tem sido o padrão. A estatística não quer dizer que os casos de violência estejam relacionados diretamente à festa”, diz.
Este ano, o número de queimados sofreu uma redução em relação aos anos anteriores. No ano passado, o HGE fez 44 atendimentos relacionados aos festejos juninos e 65 em 2007, contra os 27 deste ano. Entre os dias 19 e 24, o HGE fez 1.028 atendimentos no total.
Dos 27 pacientes atendidos no HGE este ano, sete vieram de cidades do interior. O dia 23, véspera do feriado, concentrou o maior número de casos no HGE, com dez atendimentos.
Tratamento
O diretor do HGE lembra que as pessoas devem procurar atendimento para as queimaduras assim que surgirem as primeiras bolhas. Este é um sinal característico das queimaduras de segundo grau, mais graves e que, portanto, exigem mais cuidados.
“É o início do tratamento da queimadura que vai determinar a sua evolução”, frisa o especialista. A primeira atitude para quem sofre uma queimadura deve ser lavar em água corrente, o que alivia a dor e retira os resíduos de pólvora e outras substâncias.“Não é indicado o uso de remédios caseiros, simpatias ou creme dental”, alerta Andrade.
Interior
Em Cruz das Almas, a 157 Km de Savador, o hospital da Santa Casa de Misericórdia atendeu 135 pessoas com queimaduras e 42 com traumas ligados à festa, desde o dia 12 deste mês até o final da tarde de ontem.
No entanto, a perspectiva é que haja um aumento no número, principalmente, depois da realização da guerra de espadas, com previsão de participação de cerca de15 mil pessoas, na Praça Senador Temístocles. Durante o São João, a cidade, que possui 56 mil habitantes, chega a receber, aproximadamente, cem mil visitantes.
Contusão
“O maior problema da espada é que ela tem um fundo de barro prensado que, quando não é bem construído, pode se soltar do corpo de bambu, causando contusões que ocasionam fraturas”, explica o diretor do HGE, André Andrade.
Em Cruz das Almas, uma senhora de 63 anos que foi atingida por uma espada no queixo, sofreu um trauma na mandíbula e foi transferida para o Hospital Geral do Estado, em Salvador.
Outros dois pacientes também foram transferidos do Hospital da Santa Casa de Misericordia, em Cruz das Almas, para o HGE, na capital. Ronaldo Costa Oliveira, de 25 anos, sofreu um traumatismo ocular depois de ter sido atingido por uma espada enquanto caminhava pela rua. Ele corre o risco de perder a visão do olho esquerdo.
Outro rapaz, de 18 anos, também sofreu um traumatismo na face após ser atingido por uma espada em Cruz das Almas e foi transferido para o HGE. Ele não teve o nome revelado.
Felipe Amorim | Redação CORREIO
(notícia publicada na edição impressa do dia 25/06/2009 do CORREIO)
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