quarta-feira, 24 de junho de 2009

Polícia indicia o dr. Abdelmassih por estupro e atentado ao pudor

Roger Abdelmassih (foto), 65, o especialista em reprodução in vitro mais conhecido no país, foi indiciado na manhã desta terça (23) pela Polícia Civil de São Paulo sob a acusação de estupro e atentado violento ao pudor. Mais de 60 pacientes acusam-no de abuso sexual. Há pelo menos um relato de uma paciente segundo o qual ela acordou da sedação na clínica de Abdelmassih com o pênis dele na mão dela.
Agora, o inquérito policial será encaminhado ao Ministério Público do Estado de São Paulo, ao qual caberá denunciar (acusar formalmente) o médico à Justiça.
Para o promotor Luiz Henrique Dal Poz, que acompanha o caso, as provas são tantas, que o indiciamento já era esperado.
Adriano Vanni, um dos advogados do médico, disse que vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a decisão porque a defesa não teve acesso a alguns depoimentos de ex-pacientes à polícia. A informação é do site do Estadão.
Por volta das 8h30m, Abdelmassih compareceu à Delegacia da Mulher, no centro de São Paulo. Ele foi ouvido antes de a delegacia começar a atender ao publico. Na sala em que depôs, as persianas da janela ficaram fechadas.
Intimado desde o ano passado, o médico deixou de comparecer à polícia por três vezes. Na última, em 11 de março, ele obteve uma liminar do STF para não prestar esclarecimento sob a alegação de que seus advogados não sabiam do teor das provas que constam no inquérito policial.
Vanni falou nesta tarde que o ‘combinado’ foi que os jornalistas não seriam avisados sobre o depoimento para não expor o seu cliente, mas a chegada do médico à delegacia foi registrada pelo fotógrafo do Estado de S.Paulo, conforme reprodução acima.
Na semana passada, uma ex-paciente que procurou a delegacia para saber sobre o andamento do inquérito foi informada de que o médico dispunha de 60 dias para se apresentar.
Ela também ficou sabendo que, no total, 67 mulheres entraram em contato com a delegacia para denunciar o médico. Porém 22 delas ainda não tinham apresentado formalmente a acusação.
Na manhã de hoje, Abdelmassih, orientado por seus advogados, se manteve calado na delegacia. Ele saiu pelos fundos do prédio, na rua 25 de Março.
Em sua mais recente manifestação pública, em um artigo para a Folha de S.Paulo, na edição do dia 28 de janeiro, ele disse ser vítima de fantasias, de fofocas e de ressentimentos de suas ex-pacientes.
Antes, ao Estado de S.Paulo, ele deu entrevista atribuindo as acusações a alucinações das pacientes por causa de efeito colateral do propofol, uma droga anestésica. Contudo, nenhum outro médico relatou ter tido experiência parecida com pacientes.
Abdelmassih também se dizia ser vítima da inveja de seus colegas da área de reprodução humana por causa do êxito de sua clínica.
A pena para estupro e atentado violento ao pudor é de 6 a 10 anos de prisão. No caso de Abdelmassih, caso haja condenação, a pena será cumulativa em relação a cada uma das vítimas.



paulopes blog

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