quinta-feira, 25 de junho de 2009

Presa em Goiás quadrilha que enviava crianças para o exterior

GOIÂNIA - A Polícia Federal prendeu, em Goiás, uma quadrilha de falsificadores envolvida no envio ilegal de oito crianças para o exterior. Uma das hipóteses é de que o grupo fazia parte de um esquema de tráfico de órgãos. Os acusados usavam uma agência de viagens, no centro de Goiânia, para que fosse feitas as encomendas de documentos falsos. O dono da empresa, Fernando de Oliveira Martins, eram que providenciava a falsificação.
Em imagens feitas com câmera escondida, agentes da Polícia Federal se passam por clientes. Mas o empresário é cauteloso.
- Minha preocupação é de que... quem é você? Eu recebo a visita de policial civil, federal, entendeu? Eu preciso saber com quem eu vou conversar, para passar os detalhes agudos aí da conversa - diz Martins, durante a negociação.
Segundo a polícia, ele cobrava R$ 2 mil pela falsificação de CPFs, carteiras de identidade, extratos bancários e até declarações da Receita Federal. Nesta quarta, Silva, uma funcionária dele e um contador foram presos.
Segundo a Embaixada Americana em Brasília, desde abril, 50 pedidos de visto intermediados por essa agência foram negados por suspeita de documentação falsa. Já se sabe que o esquema fraudulento funcionava há dois anos e conseguiu embarcar pelo menos oito crianças para o exterior.
A Embaixada Americana e Polícia Federal ainda não sabem se as crianças teriam sido levadas para encontrar parentes em situação ilegal, se foram encaminhadas para adoção ou se foram vítimas de tráfico de órgãos. Dois menores teriam sido levados pelo próprio Silva, com certidões de nascimento falsificadas.
- A Polícia Federal já está certa que elas foram retiradas no mesmo vôo que o acusado. Não se sabe ainda o fim que essas crianças levaram. Nós temos certeza que duas já foram levadas e há apontamentos de indícios de que outras seis foram retiradas (do país) - disse o delegado Luciano Dornelas.
O dono da agência de viagens vai responder por tráfico de crianças, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Ele pode pegar até 16 anos de prisão.



O Globo On Line

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