CURITIBA - O carro do ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho "decolou" pelo menos dez metros antes de se chocar com o carro dos jovens Gilmar Rafael Yared, e Carlos Murilo de Almeida no dia 7 de maio deste ano, em Curitiba. Os dois jovens morreram. Para "decolar", o veículo teria que estar a uma velocidade mínima de 120 quilômetros por hora na pista, que tem pouco menos de 6 graus de inclinação. A conclusão é dos peritos que fizeram, nesta segunda-feira, as medições no local, durante a reconstituição do acidente. O exame de dosagem alcoólica indicou nível quatro vezes acima do aceitável pela lei .
O voo do carro do ex-deputado foi confirmado pelo perito Marco Aurélio Pimpão, chefe da Divisão Técnica do Interior. O trabalho durou duas horas e meia e envolveu cerca de 50 policiais, entre militares, civis e técnicos. Mais de 100 curiosos também acompanharam a diligência, que se iniciou às 22 horas e terminou por volta da 0h30 desta terça. O ex-deputado não compareceu. A principal testemunha do caso, o enfermeiro Leandro Lopes, que viu o acidente, orientou o trabalho da polícia.
A velocidade final ainda não foi determinada e a polícia do Paraná informou que só se manifestará oficialmente após o laudo ser anexado ao inquérito
O estudo determinou ainda a trajetória dos carros e a visão que os envolvidos tinham no momento do acidente, segundo o delegado Armando Braga, que comanda as investigações. Braga deve requisitar uma simulação virtual de como foi o acidente, similar ao trabalho realizado por uma empresa contratada pela família Yared . Um perito técnico especialista em informática da cidade de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, acompanhou os trabalhos para fazer a simulação.
A mãe de Gilmar Rafael Yared, Cristiane Yared, viu o trabalho dos policiais com lágrimas nos olhos.
- Tenho a sensação de não ter acordado de um grande pesadelo, parece que estou dentro de um filme - disse.
Os familiares da outra vítima, Carlos Murilo de Almeida, não compareceram por ainda estarem bastante abalados, segundo o advogado Juarez Xavier Küster, que atende a família. Ele disse que aprova o trabalho feito pelo advogado da família Yared, Elias Mattar Assad, que chamou os holofotes da mídia para o caso.
- Estamos trabalhando em conjunto na análise do inquérito. Não tem porque ter dois porta-vozes.
O engenheiro Walter Kauffmann Neto, que fez uma simulação virtual do acidente também esteve presente. Segundo cálculos do especialista contratado pela família Yared, o deputado atingiu velocidade de 191,52 quilômetros por hora. Membros da equipe da criminalística que pediram anonimato confirmaram que a velocidade deve ser próxima a essa. Kauffmann, que constantemente dialogava com peritos, disse que os estudos não apontaram "nenhuma divergência significante".
O trabalho de reconstituição é considerado um dos últimos passos do inquérito que investiga o caso. O delegado Braga adiantou que "tudo leva ao entendimento de que houve dolo eventual", ou seja, o ex-deputado assumiu uma conduta de risco por espontânea vontade. Se esse também for o entendimento da Justiça, Carli Filho deve ir a Juri Popular.
Após o acidente, a família das vítimas pediram à Assembléia Legislativa do Paraná o cassação do mandato de Carli Filho. Para não ser cassado, ele renunciou .
O voo do carro do ex-deputado foi confirmado pelo perito Marco Aurélio Pimpão, chefe da Divisão Técnica do Interior. O trabalho durou duas horas e meia e envolveu cerca de 50 policiais, entre militares, civis e técnicos. Mais de 100 curiosos também acompanharam a diligência, que se iniciou às 22 horas e terminou por volta da 0h30 desta terça. O ex-deputado não compareceu. A principal testemunha do caso, o enfermeiro Leandro Lopes, que viu o acidente, orientou o trabalho da polícia.
A velocidade final ainda não foi determinada e a polícia do Paraná informou que só se manifestará oficialmente após o laudo ser anexado ao inquérito
O estudo determinou ainda a trajetória dos carros e a visão que os envolvidos tinham no momento do acidente, segundo o delegado Armando Braga, que comanda as investigações. Braga deve requisitar uma simulação virtual de como foi o acidente, similar ao trabalho realizado por uma empresa contratada pela família Yared . Um perito técnico especialista em informática da cidade de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, acompanhou os trabalhos para fazer a simulação.
A mãe de Gilmar Rafael Yared, Cristiane Yared, viu o trabalho dos policiais com lágrimas nos olhos.
- Tenho a sensação de não ter acordado de um grande pesadelo, parece que estou dentro de um filme - disse.
Os familiares da outra vítima, Carlos Murilo de Almeida, não compareceram por ainda estarem bastante abalados, segundo o advogado Juarez Xavier Küster, que atende a família. Ele disse que aprova o trabalho feito pelo advogado da família Yared, Elias Mattar Assad, que chamou os holofotes da mídia para o caso.
- Estamos trabalhando em conjunto na análise do inquérito. Não tem porque ter dois porta-vozes.
O engenheiro Walter Kauffmann Neto, que fez uma simulação virtual do acidente também esteve presente. Segundo cálculos do especialista contratado pela família Yared, o deputado atingiu velocidade de 191,52 quilômetros por hora. Membros da equipe da criminalística que pediram anonimato confirmaram que a velocidade deve ser próxima a essa. Kauffmann, que constantemente dialogava com peritos, disse que os estudos não apontaram "nenhuma divergência significante".
O trabalho de reconstituição é considerado um dos últimos passos do inquérito que investiga o caso. O delegado Braga adiantou que "tudo leva ao entendimento de que houve dolo eventual", ou seja, o ex-deputado assumiu uma conduta de risco por espontânea vontade. Se esse também for o entendimento da Justiça, Carli Filho deve ir a Juri Popular.
Após o acidente, a família das vítimas pediram à Assembléia Legislativa do Paraná o cassação do mandato de Carli Filho. Para não ser cassado, ele renunciou .
O Globo On Line
Nenhum comentário:
Postar um comentário