sexta-feira, 30 de julho de 2010

Polícia do Rio investiga se menina em coma foi atendida por falso médico


A polícia do Rio investiga a possibilidade que uma menina de cinco anos --alvo de uma longa disputa judicial entre os pais--, internada em estado grave desde a semana passada, tenha sido atendida por um falso médico no hospital RioMar, na Barra da Tijuca, zona oeste. A reportagem não conseguiu falar com a direção do hospital.
Segundo o delegado Luiz Henrique Marques Pereira, da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima), a suspeita surgiu depois de o médico --cujo nome e carimbo aparecem no terceiro prontuário de atendimento da criança-- ter afirmado em depoimento que nunca trabalhou no RioMar. Exame grafotécnico verificará se a assinatura no prontuário foi feita por outra pessoa.
Em depoimento anterior, o pai da menina, o serventuário André Marins, afirmara que a menina havia sido levada ao RioMar por três vezes após apresentar convulsões. Na última, foi liberada ainda desacordada --segundo o pai, o médico explicou na ocasião que ela estava sedada.
Como a menina não acordou mais, o pai a levou para outra clínica, em Jacarepaguá. De lá, ela seguiu para o hospital Amiu, em Botafogo, onde está internada em coma profundo desde a semana passada.
"A gente sempre desconfiou da atitude desse médico [que a liberou desacordada], e ontem [anteontem] foi possível localizá-lo, mas ele diz que não atendeu a menina", disse Marques. "Além de um possível erro de outros médicos, a gente passa a investigar a possibilidade de exercício irregular da medicina."
O delegado diz, porém, que a menina também pode ter sido vítima de maus tratos, como acusa a mãe, a médica Cristiane Ferraz.
Laudo preliminar do IML indica que uma mancha encontrada nas nádegas dela pode ser fruto de uma queimadura térmica ou química que teria ocorrido nos últimos 30 a 45 dias. Nesse período, a criança estava com o pai, que nega qualquer agressão.
O delegado diz, porém, que ainda é preciso esperar pelo laudo conclusivo. Exames que poderiam explicar a origem do edema cerebral da criança não puderam ser realizados devido ao estado delicado da saúde dela.

Denise Menchen


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Verbratec© Desktop.