Aquela ideia de que o colégio é um ambiente de ensino focado no estudo, com pouca diversão e sem personalidade está cada vez mais ultrapassada.
A cada ano, instituições aperfeiçoam estruturas e criam novos modelos pedagógicos para deixar a sala de aula mais afetuosa, os pais mais tranquilos e as crianças cada vez mais à vontade. Com as novas concepções, até os bebês podem estudar em grandes redes de ensino – e se divertir. Mas, o que os pais devem levar em consideração? É melhor matricular os pequenos em uma creche ou em um colégio?
A administradora de empresas Simone Buksztejn Menda, por exemplo, sempre sonhou em ver o filho, Renato, de um ano e sete meses, estudando no mesmo lugar onde passou parte da infância e da adolescência. Mas, quando o bebê completou cinco meses, ele foi direto para a creche.
– Me assustava o fato de ele ingressar tão cedo, e sabia que na creche as crianças são tratadas mais como bebês – conta.
Uma reforma na área da Educação Infantil do colégio onde estudava e uma visita ao local mudaram a percepção de Simone. Mesmo sabendo que perto da área de crianças pequenas estariam os estudantes dos ensinos Fundamental e Médio – um medo comum dos pais –, a mamãe pensou e transferiu o menino.
– Na creche, a turma teria uma troca de professora. Se ele ficasse lá, passaria por uma adaptação. Então, percebi que era o momento de mudar – afirma.
A decisão, entretanto, não foi tão rápida assim. Ela foi a última mãe a fazer a matrícula do filho e chegou a receber um telefonema da diretora para saber se realmente queria matriculá-lo. Hoje, Simone se orgulha em ver o desenvolvimento do filho, que ficou mais independente e comunicativo.
Escolher a melhor instituição para as crianças é uma tarefa desafiadora que exige paciência. Em geral, o projeto pedagógico e as instalações são pré-requisitos na hora da decisão. Quem opta por um colégio, vai encontrar propostas maiores, com avaliações mais regulares e muitas vezes focadas na continuidade da criança na instituição.
– É preciso ter olhar atento à faixa etária e saber quais competências serão desenvolvidas. O colégio precisa marcar uma identidade, ter jogos pedagógicos, contato permanente com ambiente letrado. Além disso, para oferecer uma boa Educação Infantil, a instituição não deve apenas colocar uma sala a mais no colégio. É preciso um ambiente propício para o desenvolvimento – explica Mônica Timm de Carvalho, especialista em gestão empresarial e diretora do Colégio Israelita.
Nas escolas pequenas (creches), os projetos pedagógicos precisam ser mais ousados, mais específicos, as relações são mais individualizadas, as crianças podem permanecer em turno integral e os pais conseguem com facilidade o contato com professores, diretores e profissionais de apoio. Mas, quando chega a hora de ingressar no Ensino Fundamental, é preciso se despedir.
– As creches são as sementes. Os colégios grandes, as árvores. Instituições pequenas se organizam nas relações afetivas dos primeiros anos de vida, e os ambientes microculturais têm a ver com este período – diz Valesca Leal, uma das diretoras da Escola de Educação Infantil Caracol.
Seja qual for a escolha dos pais, é preciso que a família se identifique com a instituição. Além disso, o importante é saber que, seja qual for a decisão, o ingresso em uma instituição é, antes de tudo, o início de uma vida social e de uma educação que será construída aos poucos. Mas para sempre.
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